"Abaixo a lei Helms-Burton" na manifestação de 1º de Maio em Havana - 2019 | Foto: Cuba Sí |
Por Sturt Silva
Quando a União Soviética e o bloco socialista desapareceram no final de 1991, o governo dos Estados Unidos também considerou que era o momento da queda de Cuba Socialista. A Casa Branca calculou que, em questão de semanas, Cuba se afogaria em suas dificuldades econômicas e, sem o apoio do Kremlin, o povo daria as costas ao projeto revolucionário, iniciado em 1959 e transformado em socialista em 1962.
Na década de 90, Cuba vivia o período especial e os EUA aprovaram medidas duras para tentar derrubar Fidel Castro e acabar de vez com o socialismo cubano. Entre as medidas tomadas estão as aprovações de duas leis: a Torricelli, de 1992, e a Helms-Burton de 1996.
A segunda foi proposta pelo senador republicano Hesse Helms, caracterizado como um dos "falcões" da política estadunidense, que na época era o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
Em relação a Cuba, Helms disse: "É hora de apertar os parafusos." Em seu propósito de retaliação, teve o apoio do presidente da Subcomissão do Hemisfério Ocidental da Câmara, deputado Burton, que por sua vez garantiu que a nova lei seria "o último prego no caixão" de Fidel Castro. Desde a sua entrada em vigor, a lei passou a ser conhecida como Helms-Burton.
Não é embargo, é bloqueio
Na época do processo, fontes do Secretário de Estado reconheceram que a lei viola os direitos constitucionais do Poder Executivo dos EUA de conduzir a política externa e vários outros tratados internacionais que são obrigações dos Estados Unidos. O regulamento, apesar de introduzir um critério de extraterritorialidade, não consultou o Conselho de Segurança ou a Assembleia Geral das Nações Unidas.
Com a lei Helms-Burton o bloqueio foi criminalmente endurecido. No entanto, por mais de duas décadas de validade, os governos dos EUA suspenderam a aplicação do Título III do regulamento, o mais escandaloso e criminoso de seus componentes, que permite agentes da ditadura Batista (1952-59) e seus herdeiros, com cidadania estadunidense, de entrar com ações judiciais nos tribunais dos Estados Unidos contra o governo e o povo de Cuba.
Bloqueio fortalecido com Trump
A administração Trump decidiu habilitar este dispositivo e iniciou ações judiciais visando resgatar a propriedade de proprietários de terras, donos de bordéis e mafiosos, cujas propriedades foram nacionalizadas pela Revolução. Soma-se a isso a extraterritorialidade, que proíbe empresas estrangeiras de negociar com os novos proprietários cubanos.
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As sanções contra Cuba causa um prejuízo, por ano, ao povo cubano de cerca de 5 bilhões de dólares.
O presidente Biden, na prática, ainda não agiu contra a ampliação das sanções por Trump. Seus assessores dizem que Biden não é Obama, presidente que reatou as relações diplomáticas com Cuba, em 2014, e enfraqueceu parte do bloqueio.
Lei Helms-Burton
Com informações do Seminário Voz e da revista Diálogos do Sul.🇨🇺🇧🇷 Entenda o que é a Lei Helmes-Burton e como ela afeta o povo cubano [vídeo]👉 https://t.co/ba7InxsZqr pic.twitter.com/1RTHWdHt3J
— Solidários a Cuba (@blogsolidarios) August 7, 2019
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