quarta-feira, 14 de junho de 2023

Mais de mil delegados participaram da Convenção de Solidariedade com Cuba no Pará

26ª Convenção Brasileira de Solidariedade com Cuba | Fotos: MOCAP

Por Sturt Silva 

Aconteceu entre os dias 8 e 10 de Junho, na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Bélem, capital do Pará, a 26ª Convenção Brasileira de Solidariedade com Cuba. 

Organizada pela Movimento Cabano em apoio as lutas pela autodeterminação dos povos (MOCAP) e Movimento Brasileiro de Solidariedade a Cuba, a convenção teve apoio de vários movimentos sociais, sindicais, partidos políticos, parlamentares, associações, UFPA e Prefeitura de Belém. 

O encontro proporcionou o intercâmbio de informações e conhecimentos, assim como construções de parcerias entre Cuba e Brasil, e o surgimento de ações solidárias e negócios bilaterais no intuito de fortalecer a Revolução Cubana e a soberania dos povos cubano e brasileiro. 

Durante três dias de evento houve uma série de palestras, mesas de debate, lançamentos de livros e filmes, exposições artísticas e grupos de trabalho sobre diversos temas acerca da situação de Cuba, como: socialismo, saúde, biotecnologia, educação, formação política, turismo, solidariedade, juventude e bloqueios econômicos e midiáticos.  

Na quinta-feira (08/06) tivemos a abertura da convenção, no período da manhã, com a exibição do documentário "A gota de água", película cubana que denuncia o impacto do bloqueio dos EUA na saúde das crianças cubanas.
A tarde houve as falas de boas-vindas dos organizadores e principais movimentos apoiadores. Logo em seguida ocorreu a abertura oficial, que contou com a participação de autoridades brasileiras e cubanas, com destaque para Fernando Gonzalez, deputado e herói cubano, Adolfo Curbelo Castellano, Embaixador de Cuba no Brasil e Edmilson Rodrigues, prefeito de Belém. O primeiro dia do evento foi encerrado com uma mesa em homenagem a Fidel Castro, ex-presidente de Cuba (1976-2006) e líder da Revolução Cubana de 1950, e José Martí, herói da independência de Cuba. 

Assista:

Na sexta-feira (09/06) na parte da manhã os termas abordados foram relacionados à saúde e biotecnologia, tanto de Cuba como do Brasil. Também ocorreram apresentações no sentido de esclarecer as mudanças sociais, políticas e econômicas adotadas na ilha socialista para enfrentar os embargos e sanções dos EUA. 

Assista:

No início da tarde, a saúde e a biotecnologia voltaram a ser debatidas, com destaque para a indústria nacional de medicamentos de ambos os países. 

Assista:

Já no final da tarde, os delegados e participantes se dividiram para discutir temas específicos das relações Brasil-Cuba: saúde, educação e tecnologia; brigadas de solidariedade; bloqueio econômico e midiático; frentes parlamentares e frentes sindicais em defesa de Revolução Cubana. 

No sábado (10/06) a educação cubana foi o tema debatido. No período da manhã houve uma exposição com vários especialistas sobre o assunto. No final das apresentações foi aberto para perguntas. 

Assista:

No início da tarde houve o lançamento de três livros: "Pulsares", de Paulo Roberto Tiecher de Jesus; "Nosotros" e "Cálida Presença", de Wilson Coelho; e "Cuba Insurgente: Identidade e Educação", de Maria Leite. 
Lançamento de livros na Convenção | Fotos: BrasCuba
Mais tarde houve a exibição do curta "Revolução Cabana presta homenagem à Revolução Cubana". Logo em seguida foram debatidos o papel da juventude cubana no processo revolucionário e ações da solidariedade brasileira com Cuba socialista. No final, assim como aconteceu no período da manhã, foi aberto para o público participar. 

Assista:

A Convenção Nacional de Solidariedade com Cuba edição 2023 foi encerrada com uma plenária final, onde se homenageou os convidados cubanos, fez-se a leitura da Carta de Belém (leia no final da postagem) - documento síntese do encontro - e anunciou a nova sede da próxima convenção de solidariedade com Cuba, que será realizada em 2025 na cidade de Vitória, capital do Espírito Santo. 

Assista:

Colóquio Brasil & e Cuba 

Como ato de apoio à Convenção de solidariedade a Cuba, ocorreu na segunda-feira (12/06) na Assembleia Legislativa do estado do Pará, o Colóquio Brasil & Cuba: Luta pela autodeterminação dos povos, uma questão de Soberania, inaugurando assim a Frente Parlamentar em defesa de Cuba no Pará. 
Exposição de fotos durante a Convenção de Solidariedade com Cuba | Foto: Solidários

Carta de Belém

26ª CONVENÇÃO NACIONAL DE SOLIDARIEDADE COM CUBA

Nós, de diversos movimentos sociais, partidos políticos, associações e coletivos, reunidos na 26ª Convenção Nacional de Solidariedade com Cuba, período de 08 a 10 de junho de 2023, em Belém do Pará, organizada pelo Movimento Cabano em Apoio as Lutas pela Autodeterminação dos Povos-MOCAP juntamente com o Movimento Brasileiro de Solidariedade  com Cuba - MBSC  com a presença de 1.110 delegados de todas as regiões do país para manifestar apoio incondicional à Revolução Cubana.

O Movimento Brasileiro de Solidariedade com Cuba defende a construção de políticas que enfatizem a paz, a cooperação entre vizinhos e a ampla participação dos povos amazônidas nas decisões voltadas à soberania alimentar e cultural, ao desenvolvimento de melhores condições de saúde, em ações que priorizem a segurança humana e não os interesses dos grupos capitalistas, que exploram as riquezas da Amazônia.

Mais do que nunca, a vigência do pensamento de Fidel se faz presente. Na Eco-Rio 92, o líder da revolução cubana, com sua extraordinária capacidade de analisar o contexto mundial, afirmou: “uma importante espécie biológica está em perigo de desaparecer devido à rápida e progressiva liquidação de suas condições naturais de vida: o homem”. 

Mais do que nunca, os latino-americanos necessitamos abraçar a Ilha com afeto e solidariedade ativa. Seguiremos firmes em nosso caminho, defendemos a cooperação entre todos os povos, pela democracia, pela liberdade e pelo socialismo. 
Movimento Brasileiro de Solidariedade com Cuba pelas ruas de Belém.
 Foto: Rede Continental
O recrudescimento da ofensiva imperialista estadunidense contra Cuba com a política de hostilidades do governo Trump implementou 243 medidas e ações inéditas, que se sobressaem por seu caráter sistemático. E, de forma destacada, a inclusão de Cuba de forma injustificada na lista de países patrocinadores do terrorismo. Consideramos a continuidade da luta para eliminar a Cuba desta espúria lista.  Todas as esferas da sociedade e o cotidiano dos cidadãos cubanos sofreram o impacto destas agressões, acentuadas no contexto da pandemia. Em sua maioria, constituíram ações concretas para intensificar o bloqueio com o objetivo de sufocar economicamente o país, subverter a ordem interna, criar uma situação de ingovernabilidade e derrubar a Revolução. O governo Biden não revogou tais medidas, que já afetam a quarta geração de cubanos.  

Cuba responde ao bloqueio com internacionalismo!

As agressões contra a cooperação médica internacional de Cuba em uma campanha que busca pressionar os dirigentes dos países e privar os povos de serviços de saúde de qualidade. Como parte dessa ofensiva, o governo estadunidense desatou uma série de exigências contra a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), tentando manipular os organismos internacionais e regionais de acordo com sua política belicista. Com a contraposição ao trabalho altruísta de Cuba no campo da Saúde, as hostilidades do império ensejaram o término de projetos sólidos e estabelecidos em benefício de povos como os do Brasil, Equador e Bolívia. Sobre este tema, o presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, afiançou na ONU: “Condenamos a chantagem gangsteril dos Estados Unidos para pressionar a Organização Pan-americana da Saúde, com o propósito de utilizar esse organismo regional como instrumento de sua doentia agressão contra nosso país”. 

Estes fatos nos remetem às palavras de Fidel Castro proferidas na cidade de Buenos Aires, em maio de 2003: “Nosso país não joga bombas contra outros povos, nem manda milhares de aviões a bombardear cidades; nosso país não possui armas nucleares, nem armas químicas, nem armas biológicas. Os milhares de cientistas e médicos com que conta nosso país foram educados na ideia de salvar vidas. Penso – porque sou otimista– que este mundo pode ser salvo, apesar dos erros cometidos, apesar dos poderes imensos e unilaterais que foram criados, porque creio na prevalência das ideias sobre a força”.

É justo que o mundo agradeça aos contingentes cubanos de profissionais da saúde, por seu   excelente trabalho atendendo em mais de 50 países no enfrentamento à pandemia, com tenacidade e humanismo que caracterizam os internacionalistas. 

Neste ano de 2023 comemoramos com os cubanos os 170 anos do nascimento de José Martí e os 70 anos do assalto aos Quarteis Moncada e Carlos Manoel de Cespedes, marco inicial da Revolução Cubana e fonte alimentadora da determinação, valentia e capacidade de resistência do povo cubano.

Concluímos, reiterando as palavras de Fidel:

“Cessem os egoísmos, cessem as hegemonias, cessem a insensibilidade, a irresponsabilidade e o engano. Amanhã será tarde demais para fazer aquilo que devíamos ter feito há muito tempo”.

Pela eliminação total do bloqueio criminoso e genocida contra Cuba!

Pela eliminação de Cuba da lista dos países patrocinadores do terrorismo.

Em apoio as causas Justas de Porto Rico, Saarauí e Palestina.

Viva a luta pela autodeterminação e soberania dos povos!

Viva os 70º Aniversário do Assalto dos Quartéis Moncada e Carlos Manuel de Céspedes!

Viva os 170º anos Aniversário de José Martí!

Belém, 10 de junho de 2021.

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