sábado, 3 de agosto de 2013

Cuba diz que médicos estão à disposição do Brasil

Desde a Revolução Cubana, 120 mil voluntários do país já participaram de missões humanitárias na África

Por Vitor Sion do Opera Mundi

Desde que o governo Dilma Rousseff anunciou, em 9 de julho deste ano, que pretende trazer médicos estrangeiros para atender à população, dezenas de organizações foram contrárias à medida, parte do programa Mais Médicos. O protesto mais contundente era dirigido aos cubanos, relacionados com o que foi chamado de uma possível "revolução comunista em 2014".

Com as críticas da classe médica, o governo brasileiro adotou cautela sobre o programa, uma das principais bandeiras do ministro Alexandre Padilha, e estuda fazer contratos individuais. Representantes de Havana no Foro de São Paulo, no entanto, dizem que os profissionais do país "seguem à disposição".

 "A oposição à presença dos nossos médicos é um fenômeno que não aconteceu apenas no Brasil, mas em outros países da América Latina. Isso se deve a múltiplos fatores, mas, em especial, ao medo de que os cubanos substituirão os profissionais locais e às acusações da direita de que a gente dissemine nossa posição política", argumentou a Opera Mundi Jorge Antonio Arias, vice-chefe do Departamento de Relações Internacionais do PCC (Partido Comunista de Cuba).


 "Vamos para onde nos pedem, o que significa, em geral, chegar a locais em que outros médicos não vão. Dar cuidados de saúde aos que não têm. Nosso pessoal se dedica apenas a cumprir suas funções, com total respeito e sem interferir em processos políticos internos", complementa Arias.

De acordo com o governo cubano, a falta de experiência não pode ser um argumento contra os médicos do país. Desde a Revolução de 1959, mais de 120 mil voluntários participaram de missões em países africanos, sendo a maioria deles médicos e professores. Esses cubanos ajudaram principalmente no tratamento da malária, doença amplamente difundida no continente, e na aplicação da vacina contra meningite.  
Atualmente, o governo de Raúl Castro tem operações humanitárias em 34 países da África ou que fazem fronteira com esse continente. A principal delas ocorre em Angola, mas também há profissionais de Cuba em Moçambique, Zâmbia, Namíbia e até mesmo na África do Sul.

"Nossa atuação é pautada por uma conhecida declaração de Fidel Castro: ‘Ser internacionalista é saldar nossa dívida com a humanidade.’ É isso que fazemos", explica Arias.

Um comentário:

  1. Creio na boa vontade dos cubanos, em especial na área de medicina. Sei que lá aprendem a ser médicos, mas aprendem, antes, a serem humanistas. Creio, ainda, que é disso que nosso país precisa.E porquê não? Bem vindos cubanos! Mi casa es tu casa!

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