domingo, 21 de abril de 2013

Fundador cubano do Foro de São Paulo: "vórtice das batalhas políticas na América Latina”


Por Orlando Oramas Leon/Prensa Latina

“O Foro de São Paulo está no vórtice das batalhas políticas na América Latina”, afirmou Roberto Regalado, fundador e representante durante décadas do Partido Comunista de Cuba no Fórum.

Ele apontou que a combatividade do Foro explica que seu Grupo de Trabalho  em Caracas coincidisse para expressar enérgico respaldo à Revolução Bolivariana e a eleição de Nicolás Maduro.

Regalado referiu-se ao grupo de trabalho que ocorrerá em Havana de 29 a 39 de abril, uma preparação do 19º Encontro em São Paulo, em agosto. O encontro em Cuba – disse – renovará o apoio para a Venezuela, o reconhecimento da vitória de Maduro e o rechaço às pretensões golpistas contra os esforços de integração.


A reunião também será ocasião para que representantes de cerca de 40 partidos políticos da região se informem, em primeira mão, sobre a atualização do modelo socialista cubano.

“Também se expressará a solidariedade com a independência de Porto Rico e com a causa argentina pela soberania das Ilhas Malvinas”, expressou.

No Foro se reúnem as organizações progressistas e de esquerda do continente, explicou o professor do Centro de Estudos Hemisféricos e sobre os Estados Unidos da Universidade de Havana.

Ele lembrou que o Foro nasceu em julho de 1990, quando ocorreu a queda do Muro de Berlim e se vislumbrava a queda da União Soviética.

Neste momento todas as correntes da esquerda continental se sentiam impactadas pela mudança na correlação mundial de forças, favorável ao imperialismo. “Era evidente que iria acontecer uma mudança brusca nas condições e as características das lutas populares. A questão era como nos reorientar, como retomar a ofensiva”, afirmou. 

Tais circunstâncias explicam que se deram as condições para que correntes da esquerda que não se tratavam entre si, convergissem na recomposição de novas alianças.

O ex-diplomata cubano lembrou que a primeira reunião, realizada no hotel Danubio, de São Paulo “que já não existe, mas o Foro teve um longo caminho que nos leva para as lutas políticas de hoje”. Qualificou de transcendente o 6º encontro de Havana, em 1993, presidido por Fidel Castro.

“Ali se incorporou a região do Caribe e outros movimentos e partidos políticos, até 116, cifra mais alta de participante que teve o grupo”, indicou.

“Na declaração de Havana, o Foro se define como anti-imperialista e antineoliberal. É sua identidade. Também se aprovam as normas de funcionamento e as atribuições de seu Grupo de Trabalho”, enfatizou.

Segundo Roberto Regalado o Foro de São Paulo  vive um momento transcendental, marcado pela “aliança estratégica" entre o Mercado Comum do Sul (Mercosu) e a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba).

“Há uma mudança na composição do Foro, na qual fica evidente o peso fundamental dos partidos que participam dos governos da região”, explicou.

Venezuela, Bolívia, Equador, Nicarágua e outros países têm o que ensinar. O fórum é um laboratório onde se germinaram muitas das ideias que hoje os governos estão executando, concluiu.

Orlando Oramas Leon é jornalista.

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