"Quantas pessoas moram aqui? Você teve contato com estrangeiros? Conhece as regras de higiene a seguir?"
De casa em casa, 28 mil estudantes cubanos de Medicina repetem essas perguntas, incansavelmente, em busca de possíveis casos de coronavírus.
No bairro do Vedado, em Havana, a doutora Liz Caballero González, de 46 anos, acompanha dois estudantes, responsáveis por percorrerem o mesmo quarteirão todos os dias, visitando um total de 300 famílias.
Suas camisas brancas os distinguem do restante da população — não suas máscaras que, como eles, também são usadas por pedestres nas ruas da ilha. A maioria dos estabelecimentos comerciais pede aos clientes que as coloquem antes de entrar.
Cuba, que tentou preservar até o fim o fluxo turístico que impulsiona sua economia, foi um dos últimos países da América Latina a fechar suas fronteiras para não residentes, em 24 de março.
Até o momento, contabiliza 396 casos da Covid-19, incluindo onze mortes e vinte e sete altas médicas. Como precaução, 1.752 pessoas estão hospitalizadas e mais de 15 mil estão sob vigilância em suas residências.
Estudantes de medicina em Cuba | Fotos: FEU |
O país conta com 25 faculdades de Medicina, além da prestigiada Escola Latino-Americana de Medicina (Elam), onde milhares de estudantes estrangeiros estudam.
— Não temos a tecnologia de um país de primeiro mundo, mas temos uma equipe humana altamente treinada, com muita solidariedade e muito altruísmo — diz a doutora Caballero, orgulhosa, enquanto supervisiona o trabalho de campo de seus alunos.
Esse trabalho de porta em porta "não é novidade", explica ela.
O médico de família, um profissional designado para cada bairro realiza frequentemente a tarefa "diante de qualquer suspeita de qualquer doença transmissível".
Mas, "15 dias atrás, aumentou de intensidade, com pesquisa ativa com 100% da população", completou.
— Já estávamos acostumados a ir de porta em porta — diz Susana Diaz, 19 anos, em seu segundo ano de Medicina.
— Sempre há um estágio, mais ou menos em setembro-outubro, quando fazemos pesquisas sobre a dengue. E, quando a situação com o coronavírus piorou, a universidade sugeriu que fizéssemos a pesquisa.
Qualquer caso suspeito de tosse ou febre é imediatamente relatado ao centro médico do bairro, informa Susana.
— Muitas pessoas nos agradecem — conta.
Os médicos são "muito queridos" aqui, confirma Maité Pérez, de 30 anos, que acabou de responder às perguntas dos alunos.
— Eu me sinto muito bem, porque eles estão cuidando da nossa saúde.
Carlos Lagos, de 83 anos, aguenta o calor da ilha sem camisa. De sua porta, vê os estudantes diariamente.
— Eles me perguntam se me sinto mal, se estou com febre, como me cuido — explica.
O cuidado com os idosos, os mais vulneráveis ao coronavírus, é crucial, porque 20% dos cubanos têm mais de 60 anos.
Estudantes de medicina em Cuba | Foto: FEU |
— Ao ver que todo mundo andava na rua sem um 'nasobuco' (máscara), me dei ao trabalho de sentar e fazer isso para as pessoas — conta ela.
Com "nenhuma experiência" em costura, Marina pegou uma máscara emprestada de uma enfermeira para usar como modelo. Já costurou 50, que distribuiu para os vizinhos, e está se preparando para fazer mais. Afinal, diz ela, "isso não tem ciência!"
Edição: Blog Solidários a Cuba.
UNA OPINION OBJETIVA.PORTUGAL.
ResponderExcluirParabéns a todos os alunos e médicos envolvidos neste trabalho, é o Amor vencendo o ódio e a Solidariedade vencendo o egoísmo. Espero um dia poder me juntar a vocês e exercitar o Amor com o povo que mais Ama as pessoas no mundo. O povo Cubano!
ResponderExcluirParabéns a todos os alunos e médicos envolvidos neste trabalho, é o Amor vencendo o ódio e a Solidariedade vencendo o egoísmo. Espero um dia poder me juntar a vocês e exercitar o Amor com o povo que mais Ama as pessoas no mundo. O povo Cubano!
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