quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Brigada sul-americana: Em defesa de Cuba socialista, contra o imperialismo e o neoliberalismo

Brigada teve a participação de 4 países sul-americanos | Foto: Praça da Revolução, ao fundo Che/Camilo - Pé na Estrada
Por Sturt Silva

Ocorreu em Cuba, entre 26 de janeiro e 9 de fevereiro, com 80 brigadistas de Argentina, Brasil e Chile e Uruguai, a XXVII Brigada Sul-americana de Solidariedade com Cuba. Além de Havana, os participantes da brigada visitaram as províncias de Artemisa, Villa Clara, Camaguey e La Tunas.

Entre as atividades oficiais do evento se destacaram a participação na marcha das tochas (vídeo abaixo), em homenagem a José Martí, e na visita à cidade guevarista de Santa Clara.

Na sua declaração final (leia abaixo), além de homenagearem os 60 anos do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP) e da Revolução Cubana, os brigadistas condenaram o bloqueio estadunidense a Cuba, o resgaste da Doutrina Monroe contra os povos latino-americano, a aplicação de políticas neoliberais por governos pró-EUA e o encarceramento de líderes populares.

O comunicado também se pronunciou em defesa do exemplo e dos princípios da Revolução Cubana, do caráter democrático e socialista do regime político da ilha e do esforço do povo cubano em modernizar seu modelo econômico com aprovação da nova constituição do país.
DECLARAÇÃO FINAL

Nós, integrantes da XXVII Brigada de trabalho voluntário e solidariedade com Cuba, 84 participantes, provenientes de Brasil, Argentina, Chile e Uruguai, constatamos a heroica resistência do povo cubano; as conquistas atingidas em sessenta anos de Revolução, agradecendo profundamente a oportunidade de aprender com suas experiências baseadas no legado do Comandante Fidel Castro Ruz e a continuidade histórica de sua Revolução que coloca em prática os ideais e princípios de Maceo e Martí apesar do genocídio a que está submetido o povo cubano pelo governo dos Estados Unidos.  

Guiados pelos ideais de liberdade, paz, soberania, unidade e integração das nações latino-americanas, em solidariedade com os irmãos da República de Cuba,

 RECONHECEMOS:

O exemplo que constitui para nossos povos a Revolução Cubana, fundamentada no trabalho, na dignidade, no humanismo, na ética, na liberdade, na equidade, na igualdade, na solidariedade, no bem-estar e na prosperidade individual e coletiva. 

⏩A continuidade do espírito da Revolução expressado na aprovação e proclamação de sua Nova Constituição, o caráter democrático do sistema político cubano e a irrevogabilidade do sistema socialista, fundamentados em princípios humanistas de justiça social, independência, igualdade, equidade, soberania, internacionalismo, autodeterminação e unidade indivisível. 

⏩Os esforços – apesar do Bloqueio econômico e financeiro dos Estados Unidos – que realizam o povo e governo cubano para conseguir um desenvolvimento econômico da sociedade, que preserve seus principais conquistas na saúde na educação e no acesso à cultura.

RECUSAMOS:

🔻A política hostil e obsoleta do bloqueio genocida de Estados Unidos contra Cuba e seu recrudescimento que violam o Direito Internacional, bem como todas as medidas com que pretendem asfixiar sua economia com o objetivo de submeter pela fome os cubanos, que continuam apesar da rejeição da comunidade internacional expressado nas votações sucessivas na ONU desde 1992, com a única oposição dos imperialistas norte-americanos, os sionistas israelenses e nesta última, o governo do Brasil. Nesse sentido exigimos uma vez mais o levantamento imediato do bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba. 

🔻A política imperialista e de ingerência dos Estados Unidos contra nossos povos, que tenta reviver a Doutrina Monroe através dos golpes suaves, a guerra mediática, econômica e terrorista na contramão de nossos povos, as tentativas de intervenção militar imperialista na Venezuela, Nicarágua e Cuba, com o qual demandamos a devolução imediata do território de Guantánamo, ilegalmente ocupado por uma base militar de Estados Unidos, e sendo consequentes com a Declaração da CELAC adotada em Havana, em 2014, que proclama a América Latina e o Caribe como Zona de Paz. 

🔻As políticas neoliberais impostas pelos EUA através de regimes lacaios e corruptos cujas políticas afetam os direitos humanos de nossos povos para quem exigimos dignidade, soberania, independência e autodeterminação. 

🔻A utilização do poder judiciário pelo sistema para encarcerar dirigentes progressistas, como o foi o caso do companheiro Luiz Inácio Lula da Silva, para quem exigimos a declaração de sua inocência, agradecendo ao Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP) sua adesão a tão nobre e solidária campanha internacional. 

Nós, Brigadistas da XXVII Brigada de trabalho voluntário e solidariedade com Cuba,

NOS COMPROMETEMOS A:

I. Conseguir que se façam pronunciamentos por parte de parlamentares, e políticos em sentido geral, na contramão do bloqueio e em apoio à Revolução Cubana. Participando ativamente nas diferentes campanhas de solidariedade às que se convoque. 

II. Respaldar o diálogo como meio para conseguir a paz e a estabilidade total, para a solução de conflitos sociais em Nossa América. 

III. Nos Identificarmos com a resistência e a batalha que trava o povo venezuelano, reconhecendo como Presidente constitucional Nicolás Maduro Moros, quem tem mantido firmeza ante a ingerência de EUA, OEA e o grupo de Lima. 

IV. Repudiar enfaticamente o Golpe de Estado na Bolívia e apoiar o presidente eleito Evo Morais Ayma; exigimos o respeito ao voto popular do povo boliviano. 

V. Lutar contra a corrupção e impunidade que afetam nossos países. 

VI. Apoiar e solidarizarmos com o povo chileno com todas nossas energias, em sua luta por conquistar seus direitos sociais e repudiar a brutal repressão e as leis que respaldam o terrorismo de estado de Sebastián Piñera que criminaliza a mobilização social do povo. 

VII. Respaldar a luta dos povos originários que buscam a recuperação de suas terras, reconhecendo seu direito à identidade, autodeterminação como é o caso do povo Mapuche e a luta de todas as mulheres do mundo para acabar com a cultura patriarcal que nos oprimiu e nos tentou apagar da história. 

VIII. Repudiar a impagável dívida do povo argentino ao FMI que permitiu o avanço da direita junto à fome e o desemprego. 

IX. Mostrar nossa preocupação pela perda de direito que sofreu o povo argentino a partir a criminalização do protesto e da pobreza bem como o uso ilegítimo da justiça para perseguir pessoas, ao mesmo tempo que reivindicamos nossa contínua luta latino-americana pela devolução das Malvinas. 

X. Lutar contra o avanço da direita e do fascismo em nossos países tal como ocorre no Brasil onde se entrega sua soberania suprimindo direitos dos trabalhadores, destruindo a educação e colocando o povo na miséria. 

XI. Continuar levantando a bandeira dos desaparecidos nas ditaduras que assolaram nossa América. 

XII. Difundir a realidade cubana em contraposição às campanhas mediáticas, que através de agências imperialistas mal informam os povos. 

Finalmente, reafirmamos nossa solidariedade e amizade com o povo de Cuba, o fortalecimento e crescimento das relações fraternais, o respeito entre nossos povos, o direito à soberania e autodeterminação, o fortalecimento do movimento de amizade e solidariedade mediante a criação e consolidação das organizações em cada um de nossos países permitindo a continuidade da Brigada Sul-americana de Solidariedade com Cuba e impulsionar a unidade, integração e respeito entre nossos povos. 

Convidamos todos a participar ativamente nas atividades pelo 60º aniversário do ICAP na certeza de que ¨Com Cuba, nós nos entendemos!¨ 

Viva 60º Aniversário da Revolução Cubana! 
Viva 60º Aniversário do Instituto Cubano de Amizade com os Povos! 
Viva a amizade e a fraternidade entre os povos latino-americanos e caribenhos! 
 Pátria ou morte, Venceremos! 

Caimito, Artemisa, fevereiro de 2020.

Com informações do site Cuba Hoje

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