Lula e Fidel Castro durante o Foro de São Paulo de 1993 | Foto: Revista Bohemia |
Por Maria leite
As significativas palavras do apóstolo nacional de Cuba: "RESISTIR VALE TANTO COMO ACOMETER", foram a essência do XXIV encontro do Foro de São Paulo, realizado em La Habana de 15 a 17 de julho de 2018.
Criado em 1990 por Lula e Fidel Castro, o Foro de São Paulo reuniu as principais lideranças de Latino-américa. Contou com as presenças de Miguel Díaz-Canel, de Cuba; Dilma, do Brasil, Nicolás Maduro, da Venezuela; Evo Morales, da Bolívia; Salvador Sánchez Cerén, de El Salvador; e Manuel Zelaya, o ex-presidente de Honduras.
O presidente venezuelano fez discurso contundente: “Vemos com dor, mas não com resignação, o martírio de Lula, a perseguição a Lula, que está sendo escondido numa masmorra para impedir sua ação política, porque sabem que Lula livre ganhará a eleição presidencial no Brasil. Basta!”, clamou Maduro. Neste momento e em diversas atividades, a assembleia irrompeu aplausos em meio aos gritos de “Lula Livre”. Tanto Maduro quanto Morales manifestaram irrestrita solidariedade ao ex-presidente brasileiro mantido como preso político em Curitiba.
O Foro defendeu que a América Latina e o Caribe sejam declaradas ‘zona de paz’ e condena as iniciativas de desestabilização no continente, como o descumprimento dos acordos de paz entre o governo colombiano e a guerrilha das Farc, os recentes atos violentos na Nicarágua contra o governo de Daniel Ortega. O governo sandinista contou com a defesa dos presentes no Foro, assim como a Revolução Cidadã de Rafael Correa no Equador.
A declaração final do Foro de São Paulo marcou a condenação de todas as formas de opressão colonialista ainda vigentes no continente latino-americano.
1º encontro do Foro de São Paulo em 1990 | Foto: Instituto Lula |
Como delegada participante no fórum destaco duas atividades plenas de significado:
O ato de encerramento realizado na Escalinata na Universidade de La Habana, quando um rico espetáculo cultural marcou o intercâmbio de estudantes e integrantes do Foro.
Mas, desde minha perspectiva, o momento mais marcante foi a visita noturna em 16/06/18 de mais de 500 militantes do Foro ao Reparto Camilo Cienfuegos na periferia de La Habana. Os participantes de todas as partes do mundo foram divididos em 7 grupos e encaminhados aos CDR do conjunto habitacional popular para reunião ao ar livre nas pequenas praças do bairro. Os moradores desceram dos edifícios para compartilhar palavras e experiências com os foristas. Como sempre ocorre, o protagonismo foi colocado nas mãos das crianças, que cantaram músicas cubanas e declamaram versos de Martí. As delegações se espalharam por todo o bairro, um imenso conjunto de prédios com 3 andares. Depois houve um espetáculo cultural popular e acabou com um baile entre os moradores cubanos e os estrangeiros.
Quando acabou a Olimpíada de Moscou, com a lágrima do urso Misha, muitas pessoas no mundo sentiram que nunca mais haveria algo tão lindo num evento esportivo. A impressão que guardo é que nunca mais haverá um outro Foro como o celebrado em La Habana. Qual é o país do mundo que oferece a segurança, a tranquilidade, a paz e a densidade cultural de Cuba? A obra de FIDEL é única na história da humanidade.
Maria Leite é professora, militante do PCdoB e do Movimento Brasileiro de solidariedade a Cuba, mestre em educação e doutorando em Cuba.
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