Quinto dia em Cuba
Fonte: DIÁRIO DO RAMON EM CUBA
Acordamos às 5h da manhã para viajarmos até Moron, há mais de 400km de distancia. Antes de deixar o quarto tomei uma ducha ainda gelada, pois os aquecedores eram a gás e não eram 24h por dia, e com muita disposição fui para o café da manha. Estávamos no hotel “Las Yagrumas” e tanto o quarto como a refeição estavam muito boas. O hotel é muito bem preservado, limpo (assim como toda Cuba), com uma enorme piscina, bar, restaurante e as acomodações eram para duas pessoas separadas em casa de casal, ar condicionado, armário com cobertores, TV de 21 polegadas (5 canais – telesur e outras de Cuba); o banheiro igual a todo banheiro de hotel nada a acrescentar.
Partimos em cerca de 150 pessoas divididos em uns 5 ônibus e nas estradas éramos escoltados por uma moto da Polícia Revolucionária de Cuba.
No caminho passamos por várias cidades do interior. Antes de chegar ao nosso destino paramos numa lanchonete de beira de estrada. Mesmo muito longe da capital o lugar não deixou a desejar. Eram três imóveis. Um era uma loja com diversos produtos locais (camisetas, CDs, artesanatos, cartão postal e até instrumentos musicais), o outro banheiro (masc. e fem.) e o último a lanchonete bem espaçosa, com mesas, uma grande porta na entrada de madeira de correr (que trazia um ar de casa do interior mesmo), um grande balcão e acima o cardápio que tinha de tudo – água, refrigerante, suco e lanches em geral. O lanche preferido do pessoal é “jamon com quezo”, um apresuntado muito saboroso com queijo no pão de hambúrguer. Como a pronúncia de “jamon” em espanhol é “Ramon” houve momentos engraçados, já que ninguém deixava escapar essa brincadeira. Nesse dia o vendedor da lanchonete gritava pro cozinheiro "Ramon com quezo, Ramon com quezo". Eu não tinha visto quem era e fiquei procurando quem me chamava. Do lado de fora o pessoal dava risada vendo a situação e que foi lembrada até o final da Brigada.
Paramos novamente, agora para o almoço no restaurante Palmares. Um lindo restaurante ao lado a pista mas dividindo espaço com a vasta mata selvagem atrás. No caminho até o refeitório caminha-se por pisos de madeiras e com um riacho ao lado para finalizar o charme. Com cara de interior de Minas tudo era de madeira, menos o Buffet, a comida, bebida, pratos e talheres. Para comer arroz branco, congri, pernil na chapa com legumes, salada sempre servida em vários pratos com muitas variedades, madioca cozida e lombo de porco. Para beber refrigerantes, sucos ou água. Depois de encher a barriga voltamos para o ônibus.
No caminho vi muitas criações de gado, o que não esperava. Mas como em Cuba não usam hormônios os bois não são tão gordos. Ainda na estrada passando pelas cidades interioranas nota-se que as casas são tão bem cuidadas e até melhores do que as da capital. Passamos na hora do almoço e praticamente todas as famílias almoçavam com a mesa da sala posta na varanda, com as portas abertas e comida servida na mesa.
Casa do inteior de Cuba: portas abertas e almoço servido na varanda. |
Casa do inteior de Cuba: portas abertas e almoço servido na varanda.(2) |
Notei muitos “fortinhos” o que acaba de vez com o mito de que se passa fome em Cuba e como não há fast food e os alimentos contém pouco ou quase nenhum agrotóxico são “fortinhos” bem saudáveis. Quase todas as casas tem um jardim com plantações para alimentação.
Na longa viagem conversei com quem ainda não tive oportunidade e todos estavam ali pelo mesmo objetivo, buscar a realidade do povo cubano e aprender com o que vivemos ali.
No Hotel Morón (nome da cidade) fomos recepcionados por um grupo de teatro local e estavam apresentando músicas e danças de Santeria (uma espécie de umbanda ou candomblé cubano). Ainda na chegada o Hotel nos brindou com um drink de suco de morango natural com o melhor rum de cuba, o Havana Club. Ainda em clima de festa, com as malas em mãos fomos todos (cerca de 150 pessoas) para dentro do hotel onde continuou a apresentação sempre sendo muito aplaudida por todos a cada final de ato.
Apresentação do grupo de teatro local no hotel Moron |
Depois o gerente do hotel disse algumas palavras de boas vindas, pegamos a chave do quarto e fomos nos acomodar. Melhor que o outro hotel em que ficamos, mas no mesmo molde, com ar, TV, o banheiro, etc; o que diferenciava era o tamanho (maior), a cama de solteiro-casal e uma varanda aconchegante com duas cadeiras de praia.
Ainda tinha sol e na frente do hotel tinha uns jovens cubanos jogando futebol e fomos jogar com eles. Dividimos em 4 times de 7 – 2 cubanos e 2 brasileiros. No primeiro confronto eu joguei e nosso time ganhou de 2x0, mas não foi nada fácil porque os cubanos têm um físico excelente e correram demais o tempo todo. Ganhamos na raça, dando carrinho e matando o jogo quando tivemos oportunidade.
Fomos jantar e antes de sentar a mesa pegava-se a bebida. Tinha refrigerante de cola (Tukola), de limão, de laranja e água. Os refrigerantes são muito bons, só perdem para a cola da coca-cola, mas ganham da Pepsi (na minha opinião). De laranja e limão estão nos níveis dos melhores também. No Buffet arroz branco, congri (arroz com feijão preto), carne de porco grelhada e cozida, filet de peixe a milanesa no molho de tomate, salada e devo ter esquecido uma coisa ou outra, mas tudo estava excelente e mereceu repetição.
Com a programação de toda a Brigada já em mãos e sabendo que teríamos compromisso logo cedo ainda aproveitamos para tomarmos drinks com rum – sempre Havana Club custando entre 3 a 5 dólares - e tragando um legítimo charuto Cohiba (o melhor e mais requisitado no mundo).
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