Milhares de cubanos se concentraram ontem em Havana para comemorar a proclamação do caráter socialista da Revolução,como você pode ver no vídeo aí em cima, da TV cubana.. O comício decorreu na esquina das ruas 23 e 12, no mesmo lugar onde em 1961 o líder Fidel Castro denunciou os planos de invasão militar do país, que se tornaram realidade no dia seguinte com o ataque pela Baia dos Porcos.
No ato, Ana Judith Área, primeira-secretária da União de Jovens Comunistas em Havana, denunciou as manobras do imperialismo para destruir a Revolução cubana. “Em 16 de abril de 1961 o povo cubano estava preparado para a luta”, disse a dirigente juvenil, e recordou que na véspera aviões fornecidos pelo governo dos EUA tinham bombardeado vários aeroportos desta Ilha com o objetivo de facilitar a invasão militar mercenária.
No comício falou também Lazara Mercedes López Acea, primeira-secretária do Partido Comunista nesta capital, que se referiu ás campanhas atuais contra Cuba nos grandes meios de imprensa internacionais. “Hoje, com muito mais poder, o imperialismo ianque fabrica novos mercenários que se prestam a seus desígnios macabros, e desencadeia outra campanha de difamação”, indicou a dirigente política.
O ataque americano de 1961 levou a uma crise dos EUA com a União Soviética, e foi determinante para a instalação de mísseis soviéticos na ilha, no ano seguinte, que muitos consideram ter levado o mundo à beira de uma crise nuclear.
Na noite seguinte à invasão, Nikita Kruschev, lider da URSS dirigiu uma dura carta a John Kennedy, presidente americano:
Na noite seguinte à invasão, Nikita Kruschev, lider da URSS dirigiu uma dura carta a John Kennedy, presidente americano:
Moscou, 18 de abril de 1961, 14h (6h em Washington)
“Senhor Presidente, estou enviando-lhe esta carta numa hora de alarme, assustado com o perigo da paz em todo o mundo. Uma agressão armada teve início contra Cuba. Não é segredo para ninguém que os bandos armados invadindo aquele país foram treinados, equipados e armados nos Estados Unidos da América. Os aviões que estão bombardeando as cidades cubanas pertencem aos Estados Unidos da América, as bombas que estão lançando foram fornecidas pelo Governo Americano.”
“Tudo isso desperta aqui na União Soviética um compreensível sentimento de indignação por parte do Governo Soviético e do povo soviético.”
“Suas declarações, feitas há poucos dias atrás, de que os EUA não participariam de atividades militares contra Cuba criaram a impressão que os principais líderes dos Estados Unidos estavam levando em consideração as consequências para a paz geral, e para os próprios EUA, que uma agressão contra Cuba poderia representar. Como pode o que está sendo feito pelos Estados Unidos ser compreendido, quando um ataque contra Cuba agora se tornou um fato ?”
“Ainda não é tarde demais para evitar o irreparável. O Governo dos EUA ainda tem a possibilidade de não deixar a chama da guerra, iniciada pelas intervenções em Cuba, se tornar uma conflagração incomparável. Sr. Presidente, dirijo-me a V. Exciª um urgente apelo para que ponha um fim à agressão contra a República de Cuba. Os armamentos militares e a situação política mundial hoje em dia é tal que qualquer uma das assim chamadas “pequenas guerras” pode deflagrar uma reação em cadeia em todas as partes do mundo.”
“No que concerne à União Soviética não deve haver engano sobre nossa posição: Nós forneceremos ao povo cubano e a seu governo todo o apoio necessário para repelir o ataque armado a Cuba (…)
“(…)Espero que o governo dos EUA vá considerar nossas posições, ditadas pela única preocupação de não permitir passos que possam conduzir o mundo a uma catástrofe militar.”
“Tudo isso desperta aqui na União Soviética um compreensível sentimento de indignação por parte do Governo Soviético e do povo soviético.”
“Suas declarações, feitas há poucos dias atrás, de que os EUA não participariam de atividades militares contra Cuba criaram a impressão que os principais líderes dos Estados Unidos estavam levando em consideração as consequências para a paz geral, e para os próprios EUA, que uma agressão contra Cuba poderia representar. Como pode o que está sendo feito pelos Estados Unidos ser compreendido, quando um ataque contra Cuba agora se tornou um fato ?”
“Ainda não é tarde demais para evitar o irreparável. O Governo dos EUA ainda tem a possibilidade de não deixar a chama da guerra, iniciada pelas intervenções em Cuba, se tornar uma conflagração incomparável. Sr. Presidente, dirijo-me a V. Exciª um urgente apelo para que ponha um fim à agressão contra a República de Cuba. Os armamentos militares e a situação política mundial hoje em dia é tal que qualquer uma das assim chamadas “pequenas guerras” pode deflagrar uma reação em cadeia em todas as partes do mundo.”
“No que concerne à União Soviética não deve haver engano sobre nossa posição: Nós forneceremos ao povo cubano e a seu governo todo o apoio necessário para repelir o ataque armado a Cuba (…)
“(…)Espero que o governo dos EUA vá considerar nossas posições, ditadas pela única preocupação de não permitir passos que possam conduzir o mundo a uma catástrofe militar.”
Não conduziram, não. Em três dias, a “operação Magusto” da CIA acabou sofrendo uma derrota arrasadora, um das mais humilhantes fracassos da história daquele serviço secreto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário