XVII Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba | Foto: Solon Soares/Agência ALESC |
Por Camila Carduz na Prensa Latina
A Revolução cubana e a solidariedade com a Ilha é talvez um dos poucos fatos no Brasil que consegue unir às diferentes tendências políticas e a jovens, adultos e pessoas da terceira idade.
Que representantes de todas as tendências de esquerda desta nação sul-americana, bem como de algumas de centro e de direita compartilhassem a mesa em diferentes atos solidários com a ilha caribenha, constituiu uma constante ressaltada pelos participantes das convenções estaduais e nacional.
Desde finais de maio e até o último dia 13 quando concluiu a XVII Convenção Nacional de Solidariedade com Cuba, que teve como lugar a sede da Assembléia Legislativa de Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina, vários estados efetuaram seus encontros de respaldo à maior das Antilhas.
Em todos eles, ressaltou a presença de jovens, adultos e pessoas da terceira idade do Brasil que têm em comum o amor, a amizade, a simpatia, a admiração e o apreço pelo processo revolucionário cubano, iniciado há pouco mais de 50 anos, em 1ª. de janeiro de 1959.
Um acontecimento comum para muitos brasileiros é sua gratidão com o governo e povo cubanos, que os acolheram quando tiveram que ir ao exílio durante a época da ditadura militar nesta nação (1964-1985), e lá se formaram como profissionais ou puderam desenvolver suas especialidades.
Outros recordam em seus anos moços, quando conheceram o governo revolucionário cubano e se identificaram com ele ao ponto de ir às ruas de suas respectivas cidades brasileiras para defendê-lo dos ataques e mentiras dos Estados Unidos, bem como exigir aos governos do momento a não ruptura, ou o restabelecimento depois, das relações diplomáticas com a Ilha.
Tanto na Convenção do Movimento Paulista como na Nacional em Florianópolis, o Cônsul geral de Cuba em São Paulo, Carlos Trejo, exaltou o valor da solidariedade dos amigos de seu país no Brasil, independente de credos políticos ou religiosos, como plataforma de união de todas as forças que respaldam de maneira incondicional à Revolução cubana. A realização destes primeiros 50 anos da Revolução cubana trouxeram no Brasil a memória de muitos participantes nos encontros estaduais e nacionais os fatos mais relevantes acontecidos na Ilha, como o acesso gratuito para todos à educação, a saúde, a prática esportiva ou de qualquer manifestação da cultura, por apenas citar alguns.
Daí que os cerca de 300 delegados à Convenção Nacional aprovassem a Carta de Florianópolis, que recolhe os pontos essenciais do trabalho solidário dos brasileiros com a ilha caribenha, onde ressalta a denúncia e a exigência aos Estados Unidos de pôr fim ao seu bloqueio de quase 50 anos contra o povo cubano.
Também, demandaram a liberdade dos cinco cubanos antiterroristas, presos em cárceres estadunidenses há quase 11 anos por informar ao seu país dos atos violentos organizados por grupos extremistas radicados na Flórida, sob amparo das autoridades nortenhas.
Por isso, chamam à comunidade internacional a continuar a batalha pela liberdade de Gerardo Hernández, Antonio Guerrero, Fernando González, Ramón Labañino e René González, condenados a longas e injustas penas de prisão.
Igualmente, os brasileiros afirmaram que continuarão defendendo o direito à soberania e a autodeterminação de Cuba, e apontam que o povo cubano tem o direito de construir o sistema social pelo qual optou, através de sua revolução e definido democraticamente em sua Constituição.
Reiteramos, sustenta a Carta de Florianópolis, nossa condenação à continuidade da política agressiva do imperialismo norte-americano contra Cuba, que causa danos materiais, econômicos e principalmente humanos ao povo da Ilha, pelo que exige a Washington cumprir as normas internacionais que preconizam a não intervenção nos assuntos internos.
O texto, assinado por representantes de 52 organizações da sociedade civil brasileira participantes nessa Convenção, demanda que a potência nortenha desative a base naval de Guantánamo e devolva a Cuba esse território ocupado ilegalmente contra a vontade de seu povo.
Expressa seu orgulho pelas posturas adotadas pelo governo cubano em todos os encontros internacionais, nos que sempre defende as causas justas, colocando em primeiro plano a defesa do planeta, de nossos povos e dos interesses gerais da Humanidade.
O documento felicita os 50 anos da Revolução cubana e agradece Cuba por seu apoio solidário, tanto no terreno político como humano, prestado aos povos do mundo durante os últimos 50 anos, sem lhe importar o regime social imperante.
Os firmantes comprometem-se a prosseguir com o trabalho informativo e esclarecedora do povo brasileiro sobre a realidade cubana, para vencer as campanhas mentirosas e os preconceptos disseminados pelos meios em massa de comunicação.
"Felicitamos ao sempre presidente Fidel Castro e ao atual presidente Raúl Castro pela inestimável contribuição que prestaram e continuam prestando à humanidade; pela inteligência, coragem e capacidade de condução da vitoriosa Revolução de Cuba nestes 50 anos. Seus exemplos ultrapassam as fronteiras da ilha caribenha", destaca a Carta.
O documento respalda de maneira incondicional à Alternativa Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA), por ser uma autêntica integração entre os povos latino-americanos e caribenhos. Os firmantes felicitam também a Prensa Latina por seus 50 anos.
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