Grupo de Puebla foi fundado pelos ex-presidentes do Brasil, Lula e Dilma | Foto: Cinco 8 |
Por Sturt Silva
Em nota sobre a situação de Cuba, o Grupo de Puebla, que reúne o campo progressista da América Latina, afirmou apoio ao governo cubano liderado pelo comunista Miguel Díaz-Canel, depois dos protestos do último domingo.
A organização ressaltou que as condições provocadas pela pandemia, e agravadas pelo bloqueio econômico dos EUA, causou a crise na ilha socialista.
O grupo de Puebla ainda condenou o bloqueio estadunidense a Cuba e fez um chamado a Biden para retornar as negociações, iniciadas por Obama, para acabar com bloqueio, que tanto restringe os direitos e as liberdades em Cuba. Apesar disso, Cuba tem o melhores indicadores de igualdade social e conseguiu produzir sua própria vacina.
Por último apelou para que o povo cubano encontre canais pacíficos para resolver seus problemas e que apoie as reformas constitucionais e políticas propostas pelo governo do Partido Comunista.
📄 DECLARACIÓN DEL GRUPO DE PUEBLA SOBRE LA SITUACIÓN EN CUBAhttps://t.co/XjPJx3kv7v
— Grupo de Puebla (@ProgresaLatam) July 14, 2021
Declaração do Grupo de Puebla sobre a situação em Cuba
O Grupo de Puebla expressa o seu apoio ao governo do presidente Díaz Canel com a plena certeza de que saberá enfrentar com prudência e prontidão a conjuntura social recente. O legítimo descontentamento que se verifica na ilha tem muito a ver, como em muitos países da região, com os danos sociais causados pela pandemia da Covid-19 nas condições de vida de milhares de cidadãos.
No caso de Cuba, essas circunstâncias são agravadas pelo impacto desumano do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos e repetidamente rechaçado pela Assembleia das Nações Unidas. Que país pode resistir, como o fez heroicamente Cuba, quando unilateralmente e por tanto tempo uma potência hegemônica impede a livre circulação de pessoas, moedas, alimentos, remédios, remessas, turistas, navios, serviços e mercadorias? Apesar dessas restrições, Cuba apresenta hoje os melhores índices de igualdade social da região, incluindo uma vacina precursora contra a Covid- 19.
Consequentemente, o Grupo de Puebla convida o presidente Biden a continuar com o programa de normalização das relações com a ilha iniciado não sem tempo pelo governo do ex-presidente Obama, do qual fazia parte. Processo este que deve ser concluído com o fim do bloqueio ilegal e a saída dos Estados Unidos da base de Guantánamo.
Por último, o Grupo conclama o povo cubano a encontrar canais pacíficos e de diálogo capazes de superar esta crise no marco das reformas apresentadas em matéria de pequena e média propriedade, participação política e reformas constitucionais propostas pelo governo do Presidente Díaz Canel.
Subscrevem:
Ernesto Samper, ex-presidente da Colômbia
Fernando Lugo, ex-presidente do Paraguai
Rafael Correa, ex-presidente do Equador
Luis Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil
Dilma Rousseff, ex-presidenta do Brasil
Ricardo Patiño, ex-ministro das Relações Exteriores do Equador
Hugo Martínez, ex-ministro das Relações Exteriores de El Salvador
Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil
Guillaume Long, ex-ministro das Relações Exteriores do Equador
Ana Isabel Prera, ex-embaixadora da Guatemala
Andrés Arauz, ex-candidato presidencial do Equador
Marco Enríquez-Ominami, ex-candidato presidencial do Chile
Daniel Martínez, ex-candidato presidencial do Uruguai
Verónika Mendoza, ex-candidata presidencial do Peru
Cuauhtémoc Cárdenas, ex-candidato presidencial do México
Alejandro Navarro, senador do Chile
José Miguel Insulza, senador do Chile
Karol Cariola, deputada do Chile
Jorge Taiana, senador da Argentina
Monica Xavier, ex-senadora do Uruguai
Iván Cepeda, senador da Colômbia
María José Pizarro, senadora da Colômbia
Esperanza Martínez, senador do Paraguai
Aloizio Mercadante, ex-ministro do Brasil
Clara López, ex-ministra da Colômbia
Gabriela Rivadeneria, ex-deputada nacional do Equador
Carlos Sotelo, ex-senador do México
Aída García-Naranjo, ex-ministra do Peru
Adriana Salvatierra, ex-senadora da Bolívia
Carol Proner, jurista brasileira
Camilo Lagos, presidente do Partido Progressista do Chile.
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