domingo, 1 de março de 2020

Bernie Sanders elogia Cuba: saúde, educação e presença de médicos pelo mundo

Democrata Bernie Sanders se intitula socialista 

O senador estadunidense Bernie Sanders reconheceu “o papel de Cuba ao enviar médicos por todo mundo”. 

“Estão enviando médicos para o mundo todo. Têm feito progressos na educação”, ressaltou o senador por Vermont que aspira a enfrentar o republicano Donald Trump nas eleições presidenciais de 3 de novembro.

“Seria um erro não declarar que Cuba tem feito bons avanços no cuidado com a saúde”, admitiu o político de 78 anos, um dos mais fortes aspirantes à indicação do Partido Democrata às eleições presidenciais de novembro, em uma entrevista concedida ao programa 60 Minutos da rede CBS.

Ocorre que o apresentador Anderson Cooper pediu ao atual aspirante à indicação da força azul que explicasse seus comentários de 1985, quando elogiou alguns dos programas sociais implementados pelo líder histórico da Revolução cubana Fidel Castro.

Segundo um videoclipe de mais de 30 anos, o senador disse naquele momento que Fidel Castro “educou as crianças, lhes deu atenção médica, transformou totalmente a sociedade”. Ainda deixou claro que seu “socialismo” não é o da Venezuela nem de Cuba e sublinhou que o tipo de sociedade na que crê é aquela que para ele existe em países como Dinamarca,Finlândia e Suécia, o legislador afirmou que é “injusto dizer simplesmente que tudo está mal” na ilha.

“Quando Fidel Castro chegou ao poder, sabes o que fez? Tinha um programa de alfabetização em massa”, enfatizou Sanders ao se referir à revolução cultural que permitiu em um ano (em 1961) erradicar o analfabetismo e facilitar o acesso universal aos diferentes níveis de educação de maneira gratuita no país caribenho. Em 17 de outubro de 1962, Fidel Castro anunciou durante a inauguração do Instituto de Ciências Básicas e Preclínicas Victoria de Girón, na capital cubana, a decisão do governo de oferecer ajuda no campo da saúde e declarou que se enviariam 50 médicos a Argélia.

“Hoje podemos enviar só 50, mas dentro de 8 ou 10 anos, quem sabe quantos, estaremos ajudando nossos irmãos”, advertiu então o líder cubano. Quase seis décadas depois, mais de 400 mil colaboradores da saúde da Maior das Antilhas têm cumprido missões em cerca de 164 países, enquanto com o mesmo desinteresse formaram-se na ilha de maneira gratuita 35 mil 613 profissionais desse campo de 138 nações.

Como era de se esperar, seus comentários provocaram a ira do setor mais extremista dos cubano-americanos no sul da Flórida, que se opõem a qualquer aproximação com a ilha caribenha. 

Em 2016, Sanders defendeu as relações diplomáticas com Cuba, o que a seu juízo “resultará em melhoras significativas na vida dos cubanos e ajudará os Estados Unidos”. 

Ademais, tem reiterado sua posição a respeito da eliminação do bloqueio que por cerca de seis décadas mantêm tanto administrações republicanas como democratas. 

Mas cuidado - alertam observadores-, seus elogios há que olhá-los com cautela, apesar de marcar diferenças com Trump. 

A propósito, durante o programa televisado, Sanders, que se autodenomina como um socialista democrático, prometeu que se chegar à presidência espera utilizar o “governo federal para proteger os interesses das famílias trabalhadoras". 

Nesse sentido, propôs que aqui o governo “trabalha para os muito endinheirados” e ainda que sem mencionar seu nome expressou que o “presidente dos Estados Unidos é um mentiroso patológico”.

Tradução: Comitê de Solidariedade a Cuba.
Edição: Sturt Silva/Blog Solidários a Cuba.

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