Avião da American Airlines em aeroporto cubano | Foto: Chip Somodevilla/Getty Images |
O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, disse nesta sexta-feira (10/01), em sua conta no Twitter, rejeitar veementemente a nova proibição dos Estados Unidos a voos fretados para Cuba, anunciado em um comunicado emitido pelo Departamento de Estado norte-americano.
"Rechaço energicamente nova proibição pelo governo dos EUA de voos fretados a cuba, exceto Havana, e a restrição ao número de voos à ilha. É uma grave violação de direitos humanos, de liberdade de viajar dos norte-americanos e cria obstáculos para a reunificação familiar", afirmou o chanceler cubano.
Rechazo enérgicamente nueva prohibición por gobierno de #EEUU de vuelos charter a #Cuba excepto #Habana y restricción número de ellos en esta. Es grave violación de derechos humanos, de libertad de viajar estadounidenses y obstaculiza reunificación familiar. #CubaVsBloqueo— Bruno Rodríguez P (@BrunoRguezP) January 10, 2020
Em um comunicado divulgado nesta sexta-feira, o Departamento de Estado norte-americano informou que todos os voos fretados públicos entre os Estados Unidos e destinos cubanos estão suspensos. A única exceção são os voos para Havana, capital do país, mas, ainda assim, com uma nova restrição ao número de voos rumo ao aeroporto internacional José Martí.
“Hoje, a meu pedido, o Departamento de Transportes suspendeu, até novo aviso, todos os voos fretados públicos entre Estados Unidos e destinos cubanos que não sejam o Aeroporto Internacional José Martí, em Havana”, anunciou o secretário de Estado, Mike Pompeo, no documento.
Migrantes cubanos residentes nos EUA também reagiram depois do anúncio de Pompeo. "É realmente uma infâmia. Ao suspender anteriormente os voos das companhias aéreas, eles já haviam restringido a capacidade das pessoas que tem familiares no interior da ilha de visitá-los. No entanto, eles ainda tinham a opção de fretamento. E agora, a partir de março isso não será possível", disse a presidenta da Fundação para a Normalização das Relações EUA-Cuba (ForNorm), a ativista cubano-americana Elena Freyre.
"A única opção é Havana, e se transportar de lá para qualquer cidade do interior. Os únicos afetados são a família cubana e essas medidas são cruéis e punem somente o povo de Cuba. Não se deixe enganar, não se confundam. Cuba não desiste e os cubanos sempre procurarão maneiras de visitar seus parentes e sua pátria ", afirmou o presidente da ForNorm.
Depois do anúncio do novo bloqueio, os operadores de voos fretados terão um prazo de 60 dias para suspender as rotas a nove aeroportos cubanos. Pompeo destacou no comunicado que a nova proibição busca privar o governo cubano de obter mais receita, justificando tal objetivo em função do apoio da Ilha ao governo legítimo da Venezuela.
“Ao suspender os voos fretados públicos para esses nove aeroportos cubanos, os Estados Unidos impedem ainda mais o regime cubano de obter acesso a moeda forte dos viajantes dos EUA”, afirma.
Além disso, um limite apropriado será imposto ao número de voos fretados públicos permitidos dos EUA para o Aeroporto Internacional José Martí, em Havana, e o DOT emitirá uma ordem no futuro próximo, propondo procedimentos para implementar o limite.
Desde 2019, os EUA têm feito uma escalada no fortalecimento do bloqueio econômico a Cuba. Em junho, a Casa Branca proibiu viagens turísticas e cruzeiros, iates e aviões particulares para a ilha, afetando um dos principais motores econômicos de Cuba. Em outubro de 2019, o governo de Donald Trump já havia suspendido voos comerciais regulares dos EUA para destinos cubanos, também com exceção de Havana.
Com informações de Sputnik e Cuba Debate.
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