sexta-feira, 3 de maio de 2019

Lula livre e solidariedade com Cuba e Venezuela marcam evento em Havana

Encontro Internacional de Solidariedade | Foto: Resumen Latino-americano

A capital de Cuba, Havana, foi sede nesta quinta-feira (2) de um encontro internacional de solidariedade em que os principais temas foram a campanha pela libertação do ex-presidente Lula, a luta contra o bloqueio estadunidense a Cuba e a solidariedade com o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Entre mais de mil pessoas de 57 países, autoridades cubanas, representações diplomáticas e de movimentos sociais, encontrava-se uma delegação de organizações de solidariedade do Brasil, lideradas pela presidenta do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes.

“Como brasileira, agradeço do fundo do coração, as manifestações de solidariedade com o nosso povo, que encontram sua expressão maior na campanha pela libertação do presidente Lula da prisão a que foi injustamente condenado”.

A dirigente mencionou as manifestações de apoio a Lula durante a marcha do 1º de Maio, que mobilizou milhões de pessoas em todas as cidades cubanas, e a realização da campanha Lula Livre em Cuba.

“A solidariedade do povo cubano cala fundo no coração de todo o povo brasileiro e é um estímulo à luta para libertar Lula, síntese dos combates pela democracia em nosso país”, afirmou Socorro.

Leia declaração da delegação brasileira feita durante o encontro:

CARTA DE HAVANA

Bom dia, camaradas!

Saudamos o povo cubano, suas autoridades e lideranças pela acolhida e exemplo de solidariedade.

Estamos aqui para aprender com Cuba e seu processo revolucionário, e para denunciar a eleição fraudulenta havida em 2018 no Brasil, que aprofundou o golpe midiático-judicial-parlamentar iniciado em 2013 e que mantém há mais de um ano o Presidente Lula como preso político.

Repudiamos o atual governo fascista brasileiro que pratica o desmonte das políticas públicas de segurança alimentar, seguridade social, ensino, cultura e direitos humanos.

Repudiamos a entrega dos recursos ambientais e estratégicos (água, petróleo, minerais nobres, Floresta Amazônica e Base de Alcântara) pelo governo do Brasil à exploração pelo imperialismo ianque, e a perseguição e assassinato de professores, líderes de movimentos sociais, indígenas, negros, LGBTs, mulheres e camponeses.

Repudiamos a política de retirada de direitos das mulheres e de incentivo à violência, o que têm aumentado o índice de feminicídio; e defendemos o protagonismo das mulheres na política, na produção de conhecimento científico, tecnológico, cultural, dos direitos sexuais, reprodutivos e da autonomia para decidir sobre o seu corpo.

DENUNCIAMOS e repudiamos veementemente a prisão política do Presidente Lula, grande líder do Brasil e do mundo, que retirou o nosso país do Mapa Mundial da Fome, e fazemos um chamado a todas e todos os internacionalistas ao apoio das campanhas Lula Livre e Lula Nobel da Paz.

Exigimos resposta das autoridades brasileiras à pergunta: quem mandou matar Marielle e Anderson?

Apesar de tudo, nós brasileiras e brasileiros resistimos, trabalhamos, nos organizamos em movimentos como o MST (movimento dos sem terras), o MAB (movimento dos atingidos por barragens), o MPA (movimento dos pequenos agricultores), o MTST (movimento dos trabalhadores sem teto), a MMM (marcha mundial das mulheres), movimentos dos povos originários, sindicatos, e outros movimentos sociais e políticos que seguem na luta.

Manifestamos total apoio à autodeterminação dos povos, especialmente do povo venezuelano e ao seu presidente democraticamente eleito, Nicolás Maduro.

Concluímos pela UNIDADE da luta solidária e anticapitalista de todos os lutadores do Brasil, América Latina, Caribe e de todo o mundo.

O ódio e o fascismo não passarão!

#VivaAVenezuela
#MarielleVive
#LulaInocente
#LulaLibreYa
#FreeLula
#LulaLivre

Viva Cuba e sua gente! Viva os 60 anos da revolução socialista!

Muito Obrigada.

Havana, 02 de maio de 2019. 

Delegação Brasileira de Solidariedade com Cuba.

A vice-ministra cubana das Relações Exteriores, Ana Teresita González, fez um apelo para continuar a luta pelo levantamento do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos à ilha. Ela salientou que o bloqueio, iniciado há quase 60 anos, continua a ser o principal obstáculo ao desenvolvimento econômico no país caribenho.

Teresita González destacou a complexidade do atual cenário internacional atual, que se caracteriza, entre outros fatores, pela tentativa dos Estados Unidos de preservar sua dominação e hegemonia, utilizando para isso todos os tipos de pressões, chantagens e ameaças.

O embaixador da Venezuela em Cuba, Adán Chávez, irmão do falecido presidente Hugo Chávez, também fez uso da palavra e denunciou os golpes e intervenções contra seu país por parte do imperialismo estadunidense e das oligarquias venezuelanas.

Edição: Sturt Silva.

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