quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Assembleia Geral da ONU faz homenagem a Fidel Castro

Fidel Castro em discurso na ONU em 1979. Foto: AP
Os países membros da Assembleia Geral da ONU fizeram uma homenagem ontem, terça-feira (20), ao líder da revolução cubana, Fidel Castro, falecido no último dia 25 de novembro. 

Organizado pela Missão Permanente de Cuba na ONU, a sessão especial de homenagem foi solicitada por diversos países de todos os continentes. 

Em nome das organizações globais e regionais, foram feitos pronunciamentos recordando a personalidade de Fidel e seu legado construído após a revolução cubana, principalmente nas áreas da saúde, da educação e da ciência e tecnologia. 
A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) destacou o papel do líder histórico da Revolução Cubana para a integração regional.

"Sua contribuição constitui um importante legado para a integração regional, com base nos princípios da soberania, da paz e da solidariedade entre os povos, disse o embaixador dominicano Francisco Cortorreal representando o bloco, fundada em 2011, que reúne 34 países independentes da América Latina e do Caribe.

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O embaixador tailandês Virachai Plasai, que falou em nome do G-77, organização que engloba 134 dos 193 países membros da ONU, destacou o alcance mundial e o legado de Fidel Castro.

'Foi extraordinário por quem foi e pelo que defendeu. Foi extraordinário pelo que lutou durante sua vida toda. Foi extraordinário pelo que representa, não só para o seu povo, mais também para a comunidade internacional toda, em especial para os países do Sul Global. Foi extraordinário pelo que deixou no coração e a mente dos povos', assinalou o diplomata.

O representante da organização agregou ainda que Fidel será sempre recordado por dedicar sua vida à busca da justiça, a equidade e a prosperidade, bem como por perseguir uma ordem mundial justo, no qual se distribuam por igual as riquezas e o poder.

O Movimento de Países Não Alinhados (MNA) salientou, através de seu representante Samuel Moncada, que Fidel Castro foi um campeão em defesa dos marginalizados e oprimidos do planeta.

Moncada, que recordou que Fidel Castro foi o único latino-americano fundador do Mnoal em 1961, disse que Fidel foi um advogado das causas do sul global e por uma nova ordem econômica internacional, traduzida em mundo pacífico, prospero, justo, multipolar, em sintonia com os princípios de  Bandung, que guiam a MNA.

Já o porta-voz da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) ressaltou que Fidel deve ser lembrado como um dos líderes mais influentes do mundo

Além do G-77, da ASEAN, do MNA, da CELAC, o Grupo Africano, a Comunidade do Caribe, e a Aliança Bolivariana dos Povos de Nossa América também  renderam homenagens a Fidel Castro.

Além desses blocos regionais, vários países também aproveitaram a oportunidade para homenagear Fidel.

O representante permanente da missão da Venezuela, Rafael Ramírez, em sua intervenção afirmou que seu país guarda uma eterna gratidão a Fidel por seu apoio à revolução bolivariana. “Eu tive o privilégio de escutar suas orientações, de conhecê-lo e trabalhar de perto com o político de maior impacto do século 20”. 

A China, através de seu embaixador, Wu Haitao, disse que "sua voz e sua vida permanecem na memória das Nações Unidas. Foi um grande líder do nosso tempo".

O diplomata disse ainda que Fidel "dedicou sua vida à luta pela libertação nacional e à construção do socialismo para o povo cubano", e que "ele procurou a igualdade e a justiça, e defendeu os interesses comuns dos países em desenvolvimento".

Enquanto isso, o embaixador permanente de Angola na ONU, Ismael Abraão Gaspar Martins, ressaltou a constante cooperação de Havana com o seu país sob a liderança de Fidel. Em particular, ele destacou o envio de educadores da ilha "para atender a dramática escassez de professores imediatamente após a proclamação da independência" de Angola. 

"As realizações de Cuba estão muito mais presentes hoje, e se devem à liderança de Fidel Castro", disse o diplomata, que enfatizou a eliminação do analfabetismo e a redução da mortalidade infantil em Cuba.

O embaixador da Palestina, Riyad Mansour, salientou a "forma brilhante" com que Fidel liderou o Movimento dos Países Não-Alinhados, bem como o seu apoio à resistência contra a ocupação israelense. "O povo palestino nunca vai esquecer Fidel Castro, sua memória estará sempre viva em nossos corações", disse ele. 

A sessão especial foi iniciada com um minuto de silêncio pela morte do líder histórico. O presidente da assembleia, Peter Thomson, que abriu os trabalhos, ressaltou a visão de Fidel e seu chamado aos povos de salvar o mundo da guerra, do subdesenvolvimento, da fome, da pobreza e da desnutrição, em defesa dos recursos naturais e da dignidade humana. 

Com informações do Vermelho, Prensa Latina e Cuba Debate.

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