Corpo diplomático diz que permanência de médicos cuja missão no país está próxima do fim será prorrogada até 31 de outubro deste ano e afirma que eles serão repostos
O médico cubano Sael Castelo Caballero. Foto: Araquém Alcântara |
A Embaixada de Cuba no Brasil negou, nesta segunda-feira (18/08), que o país pretende chamar de volta os profissionais que atuam no Programa Mais Médicos, do governo federal, e disse que vai repor os médicos cujos contratos se encerram este ano.
Em uma mensagem de e-mail enviada a Opera Mundi, a representação do país caribenho no Brasil disse ser falso um comunicado que circulou na internet no domingo (17/07), atribuído ao Ministério de Saúde Pública de Cuba, com um suposto cronograma para o retorno dos profissionais à ilha. O texto que a diplomacia cubana diz não ser verdadeiro afirma também que os médicos não deveriam fazer “comentários” sobre o caso “na presença de pessoal brasileiro” e que, só depois de cinco anos, os médicos poderiam sair do país em novas missões.
Segundo a Embaixada de Cuba, a única comunicação oficial feita com os médicos cubanos no Brasil foi no sentido de informar sobre a prorrogação dos contratos que venceriam entre os meses de julho e outubro até o dia 31 desse último mês. Além disso, os médicos que entrariam de férias nos meses de julho, agosto e setembro estarão autorizados a ter o benefício somente a partir de novembro.
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“A decisão obedece à necessidade de permanecer nos postos de trabalho devido aos diferentes eventos epidemiológicos presentes e à celebração das Olimpíadas”, diz a Embaixada em nota.
O comunicado classificado como falso diz também que a decisão ocorreu em uma reunião entre representantes do governo de Cuba, da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) e do Ministério da Saúde entre quinta (14/07) e sexta-feira (15/07).
A estimativa é de que 2.400 médicos cubanos deixem o Brasil após o encerramento de seus contratos no fim deste ano. A Embaixada de Cuba informou que, nesta segunda-feira (18/07), 250 novos profissionais chegaram ao Brasil para já cobrir as vagas abertas em alguns municípios.
Por sua vez, a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), entidade responsável pela mediação do acordo entre Brasil e Cuba para a vinda dos médicos cubanos, disse que o país deve receber nesta semana 500 médicos da ilha caribenha que atuarão no lugar dos profissionais que deixarem o país este ano. Eles se juntarão a outros 50 que chegaram na semana passada. A previsão é de que, nos próximos dias, mais profissionais cheguem para se integrar ao programa.
"A troca dos profissionais está em consonância com o acordo de cooperação vigente, que exige o retorno deles após três anos atuando fora do próprio território", diz a Opas em nota.
Medida provisória
Em abril deste ano, a presidente afastada, Dilma Rousseff, assinou uma medida provisória que permitia a renovação dos contratos dos médicos estrangeiros por mais três anos, em uma tentativa de impedir que eles deixassem o país no fim do ano. O governo da ilha, no entanto, decidiu que eles deverão retornar a Cuba, como originalmente previsto.
O Ministério da Saúde informou, por meio de nota, que a pasta “trabalha normalmente junto com a Opas na reposição dos profissionais” e que a “manutenção do Programa Mais Médicos está assegurada”.
Criado em 2013 pelo governo de Dilma, o Programa Mais Médicos tem como finalidade suprir a carência de profissionais em municípios do interior e nas periferias das grandes cidades.
A iniciativa permitiu que 18.200 vagas fossem ocupadas por médicos estrangeiros e brasileiros formados no exterior em 4.058 cidades e 34 distritos sanitários indígenas.
A maior parte das vagas (11.400) foi preenchida por profissionais cubanos, que prestam atendimento no Brasil por meio de cooperação com a Opas.
Última atualização: às 13:26 - 19/07/16.
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