sexta-feira, 20 de maio de 2016

Organizações sociais de Cuba condenam golpe e manifestam apoio a Dilma Rousseff

Em comunicado, entidades afirmam que processo de impeachment é 'novo atentado contra o Estado de Direito e a democracia no Brasil'

Ato de solidariedade a Dilma em Havava

Organizações sociais de Cuba manifestaram apoio à presidente Dilma Rousseff e condenaram o processo que levou ao seu afastamento em um comunicado emitido em 12 de maio. 

Na nota, os movimentos qualificam o processo de impeachment como um “novo atentado contra o Estado de Direito e a democracia no Brasil” e lembram que não foram apresentadas provas de crimes de responsabilidade que justifiquem o afastamento da mandatária.

“Esta manobra é um evidente golpe orquestrado pela ofensiva conservadora que o imperialismo e as oligarquias desenvolvem contra os governos de esquerda e progressistas em Nossa América”, diz o texto. 

Leia a nota na íntegra: 

Declaração das organizações sociais e de massas de Cuba em respaldo à presidenta Dilma Rousseff e contra o golpe de Estado no Brasil 

Leia também:

Nós, as organizações sociais e de massas da Revolução Cubana, que acompanhamos os esforços articuladores e de luta pela justiça social e pela unidade continental, manifestamos nossa indignação e condenação ao golpe de Estado parlamentar que consumou um passo alarmante no propósito de destituir a Presidenta Dilma Rousseff. 

 Durante a montagem deste novo atentado contra o Estado de Direito e a democracia no Brasil, com o qual se desrespeitou o voto popular de mais de 54 milhões de brasileiros e brasileiras, não foram apresentadas provas de crimes de responsabilidade que justifiquem um julgamento político contra a Presidenta Dilma, que se vê forçada a deixar seu cargo a partir de hoje [12/05] por um período de seis meses, até que se realize uma votação final, que decidirá pelo impeachment ou não. Contudo, a norma constitucional proíbe a aplicação de um julgamento político sem a existência de um delito que justifique esta medida extrema. Nem seus piores inimigos conseguiram acusá-la de algum ato de corrupção ou em benefício pessoal. 

Esta manobra é um evidente golpe orquestrado pela ofensiva conservadora que o imperialismo e as oligarquias desenvolvem contra os governos de esquerda e progressistas em Nossa América, com a clara intenção de truncar os avanços sociais e políticos alcançados, e frear o ascenso da integração continental. Os verdadeiros inimigos do povo: os interesses econômicos das grandes corporações transnacionais, o agronegócio e o capital financeiro são os promotores e beneficiários do golpismo. 

Acompanhamos as mobilizações populares que têm lugar nas ruas do Brasil contra o golpe e apoiamos o movimento popular e social em luta e resistência. 

Condenamos a criminalização do protesto social que se leva a cabo contra a maioria cidadã que respalda a obra de justiça social construída durante estes 13 anos de governos do PT, cujos direitos civis, políticos e democráticos estão sendo pisoteados por uma exígua maioria parlamentar. 

Nós, as organizações cubanas que fazemos parte da Alba Movimentos e de outros espaços articuladores na América Latina e no Caribe, estamos contra as autoridades de fato que usurparam o Brasil e só reconhecemos a legitimidade do voto popular dos milhões de brasileiros e brasileiras que escolheram soberanamente Dilma e o Partido dos Trabalhadores para representá-los na sede do Planalto. 

Exortamos todos os amigos de Cuba no mundo a sensibilizar-se com o que hoje ocorre no Brasil, a manifestar todo o apoio ao governo legítimo de Dilma Rousseff e a reclamar respeito à vontade popular expressada nas urnas. 

A unidade de ação neste momento é imprescindível e há que fortalecê-la. A defesa da democracia no Brasil significa também defender todos os nossos povos e a integração latino-americana e caribenha. 

Unidade, organização, solidariedade e luta para tornar realidade o sonho de uma Pátria Grande com justiça social e soberania popular! 

O povo do Brasil não está só! No Brasil, golpe nunca mais! 

Havana, 12 de maio de 2016 

Assinam:

Associação Nacional de Pequenos Agricultores 
Comitês de Defesa da Revolução 
Central dos Trabalhadores de Cuba 
Federação das Mulheres Cubanas 
Movimento Cubano pela Paz e a Soberania dos Povos 
Instituto Cubano de Amizade com os Povos 
Rede em Defesa da Humanidade – Cuba 
União dos Jovens Comunistas 
Federação Estudantil Universitária 
Organização Continental Latino-americana e Caribenha dos Estudantes 
Centro Memorial Dr. Martin Luther King Jr. 
Organização de Solidariedade dos Povos da África, Ásia e América Latina 

Tradução: Resistência.

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