sábado, 25 de outubro de 2014

Médicos cubanos contra ebola na África: barreira de defesa para o resto do mundo

Reconhecimento da OMS ao internacionalismo humanitário cubano


Na última quarta-feira (22), José Luis Di Fabio, chefe do escritório da OMS (Organização Mundial da Saúde) em Havana, concedeu uma entrevista à DW, na qual destacou a "incrível capacidade de resposta de Cuba" diante de situações de crise no mundo todo, especialmente a atual epidemia de ebola.

Atualmente, mais de 4 mil médicos cubanos atuam na África – dois mil só em Angola. "Os países africanos carecem de recursos humanos, muitos presidentes já solicitaram ajuda ao país. Na Guiné, antes da epidemia do ebola, já havia uma brigada cubana e sem Serra Leoa também", afirmou.

Segundo o acordo entre a OMS e o governo cubano, 300 profissionais viajarão à África. A pedido dos governos locais, foi decidido enviar 53 médicos para a Libéria e 38 para a Guiné, além dos 165 que já estão em Serra Leoa.

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Di Fabio destacou a capacidade rápida de resposta, a vontade política e a experiência dos médicos cubanos. Lembrou também que a quantidade de médicos enviados à África não afeta os serviços e a população cubana. "A população médica em Cuba é de mais de 80 mil", ressaltou.

Perguntado sobre a importância da ajuda de Cuba, ele respondeu: "É uma ajuda importante não só para a OMS, mas para todo o mundo. A ideia é apoiar os países da África ocidental a conter a doença e exterminá-la na África. Mas, ao mesmo tempo, é uma barreira de defesa para o resto do mundo. Se não se controla o vírus na África, ele pode chegar a Estados Unidos, Alemanha, Brasil, Japão, etc. Então, realmente, os cubanos estão protegendo as fronteiras. E são não houver mais países que ofereçam recursos humanos, seguirão sendo os únicos".

O representante da OMS em Cuba também lembrou que o médico David Nabarro, enviado especial do secretário-geral da ONU, "disse que o total de 265 trabalhadores cubanos é maior que a soma de todos os outros países juntos. E que a partir desta quarta-feira (22), dia em que chega o restante da equipe, o número passará a ser maior que o do Médicos Sem Fronteiras ou da Cruz Vermelha, maior que o número de profissionais enviados por EUA, Reino Unido e China".

O jornal Granma informou na última quarta-feira que da equipe médica citada acima, formada por 35 médicos e 48 enfermeiros, 49 aterrizaram na Libéria e 34 na Guiné.

Além da ajuda direta cubana, a Venezuela também se destaca no combate ao ebola. Di Fabio afirmou que o governo venezuelano doou 5 milhões de dólares para apoiar a luta contra a epidemia que assola a África ocidental e já deixou 4.500 vítimas fatais.

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