sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Tecnologia de saúde neonatal de Cuba beneficia população mexicana



Da ADITAL 

Um em cada 1 mil recém-nascidos aparentemente saudáveis possui, de forma latente, alguma doença de consequências sérias e irreversíveis, que deverá se manifestar semanas ou meses depois do nascimento. Em países como o México é uma prática clínica rotineira o chamado exame neonatal básico, para detectar, nos primeiros momentos da vida, casos de enfermidades graves e degenerativas. O que muita gente desconhece é que, por trás desse tipo de análise, estão tecnologia e experiência cubanas.

Segundo Aramís Gutiérrez, subdiretor do Centro de Imunoensaio (CIE) — instituição científica cubana situada na capital Havana, criada pela Direção da Revolução e inaugurada em 1987 por Fidel Castro —, o México é um dos países com maior volume de intercâmbio comercial para a tecnologia do Sistema Ultramicro Analítico (SUMA), produzida em Cuba, que oferece conhecimento e instrumentos para esses procedimentos, por meio da empresa cubana Tecnosuma Internacional S/A. Os resultados, de acordo com ele, indicam grande impacto positivo à população mexicana.

Com base em estatísticas oficiais, todo ano, nascem em território mexicano em torno de 2 milhões de crianças. Destas, 500 mil correm o risco de padecerem de alguma deficiência ao nascer ou de viverem com sequelas. Outra parcela, de 100 mil a 200 mil, dos bebês sofrem alguma má formação congênita.

Em 14 anos de relações comerciais entre a empresa cubana com o México, essa realidade tem sido minimizada. Um conjunto de equipamentos e kits para diagnósticos enviados pela ilha permite a análise de mais de 7 milhões de crianças mexicanas.

Durante esse período, foram confirmados, precocemente, 3.120 casos de doenças, o que garantiu a identificação, o diagnóstico e o tratamento adequado para os bebês. "Isso tem permitido oferecer às crianças uma melhor qualidade de vida, desenvolvimento neurocognitivo normal e, em muitos casos, salvá-los a vida”, aponta Gutiérrez, que é bioquímico e mestre em Ciências. Além disso, Cuba oferece treinamento de pessoal e assistência técnica imediata.

Atualmente, o México conta com 102 laboratórios, que dispõem do equipamento cubano, dos quais 61 pertencem ao Instituto Mexicano do Seguro Social e 24 ao Instituto de Segurança e Serviços Sociais dos Trabalhadores do Estado (ISSSTE), ambos órgãos públicos do governo federal. O México foi o segundo país a equipar seus laboratórios com o aporte tecnológico e o conhecimento científico cubano, depois do Brasil.

Ampliação de serviços

De acordo com Gutiérrez, a Tecnosuma, atualmente, negocia com autoridades sanitárias mexicanas a ampliação de seus serviços no país. A proposta inclui 33 kits de diagnóstico de 19 doenças, entre as quais o vírus da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA/AIDS), as hepatites B e C, dengue, Doença de Chagas e lepra, além do controle do câncer e de diabetes.

Cuba estuda a possibilidade de reverter o aporte financeiro gerado nessa tecnologia em serviços sociais para a população cubana, especialmente na área de saúde, que conta com cobertura universal e forte subsídio estatal. É também uma fonte vital de divisas para o país caribenho, que sofre com um severo bloqueio econômico e financeiro dos Estados Unidos. A exportação de medicamentos e equipes médicas, sobretudo de vacinas, é o segundo setor de exportação de bens da ilha (atrás somente do níquel), com ganho estimado para o final de 2014 de 8,2 milhões de dólares.

Com informações do Movimento Mexicano de Solidariedade com Cuba (MMSC).

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