quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Cuba, país com tradição de censos

Por Orfilio Peláez no Granma


Ás portas do Censo Nacional de População e Moradias, previsto de 15 a 24 de setembro, o país apronta todos os mecanismos envolvidos, para garantir a realização bem-sucedida desse censo, que constitui, sem dúvida, a pesquisa estatística fundamental de qualquer nação.

Este momento se torna oportuno para passar revista à história destes eventos em Cuba e alguns de seus acontecimentos mais destacados, tema sobre o qual mostraram interesse vários leitores do jornal Granma, através de e-mails e telefonemas enviados à nossa redação.

 Segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas e Informação (ONEI), o primeiro censo reconhecido como tal teve lugar em 1774, e aparece também entre os pioneiros na América hispânica. A população registrada foi de aproximadamente 171.620 habitantes.

A partir desse momento e até o fim do domínio espanhol, houve mais sete censos, nos anos 1792, 1817, 1827, 1841, 1861, 1877 e 1887. Todos os censos realizados até 1861 obedeceram a iniciativas dos Capitães-Generais, e os dois restantes por uma Real Ordem da metrópole.

 De maneira particular vale mencionar o censo de 1841, quando o número total de habitantes ultrapassou, pela primeira vez, o milhão, tendo sido registradas 1.007.624 pessoas.

 Sob a primeira intervenção norte-americana, em 1899, realizou-se o nono censo, cuja novidade foi a de empregar mulheres na tarefa de numeradoras, sendo este censo um dos primeiros no mundo em que os dados foram tabulados mediante cartões perfurados.

 De acordo com a época, este censo foi um processo relativamente completo e abrangeu as principais características da população quanto a sexo, idade, cor da pele, lugar de nascimento e grau de instrução, classificados por províncias, municípios e bairros. Ainda, serviu para confeccionar o registro eleitoral.

 Como resultado dos efeitos da recém-concluída guerra contra o colonialismo espanhol, este recenseamento mostrou um decréscimo no número de habitantes.

 Durante o período republicano efetuaram-se censos em 1907, 1919, 1931, 1943 e 1953. É curioso precisar que o penúltimo da lista esteve a ponto de ser suspenso, pois os numeradores entraram em greve, reclamando o pagamento de seus baixos salários.

 Se alguma coisa importante teve o último escrutínio populacional daquela etapa (o de 1953) é que pela primeira vez se fez o censo de moradias e habitação no território nacional, enquanto o questionário ou formulário utilizado foi o mesmo empregado em Porto Rico.

 Após o triunfo da Revolução fizeram-se levantamentos censatários em 1970, 1981 e em 2002. Na opinião de muitos especialistas, o de 1970 teve uma importância de maior, não só devido à participação em massa do povo e do respaldo total dos organismos do Estado, mas também porque usou questionários elaborados basicamente por pesquisadores cubanos, a numeração das moradias urbanas foi feita em apenas um dia de trabalho, e refletiu as mudanças profundas e favoráveis, experimentadas na vida nacional.

Mais homens do que mulheres?

Se examinarmos as estatísticas dos 17 censos efetuados até este momento em Cuba, chama a atenção que sempre houve mais homens que mulheres, proporção que nos últimos tempos tende a se equilibrar, pois se em 1970 havia 1.052 homem para cada mil mulheres, já em 2002 o índice de homens era de 1.003 para cada mil cubanas.

 Em termos absolutos, no fim do ano 2011 e, de acordo com o ONEI, a população do arquipélago era de 11.247.925 habitantes, dos quais 5.632.915 são homens e 5.615.010 mulheres.

 Contudo, tudo indica que o número das pessoas de sexo masculino continuará diminuindo pois, segundo as projeções mais recentes, em 2035 haverá 5.344.674 homens frente a 5.408.926 mulheres.

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