segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Cuba denuncia plano de desestabilização organizado por grupo anticastrista dos EUA


Fonte: OPERA MUNDI

A notícia de que a organização Movimento Democracia planeja realizar mais um protesto entre as costas marítimas dos Estados Unidos e de Cuba, em 9 de dezembro, foi repudiada pelos cubanos e pelos defensores do governo da ilha, que protestaram contra o grupo. Substituta da organização Comision Nacional Cubana, a Movimiento Democracia pratica atos para interferir na ordem de Cuba, utilizando embarcações e também propaganda via a Radio Democracia, sediada nos EUA e que invade as frequências de rádios cubanas.

Segundo Ramón Saul Sánchez, presidente do grupo, a intenção é lembrar os cubanos do Dia Internacional dos Direitos Humanos. Nascido em Cuba, Sánchez se vincula desde 1970 a grupos como a Frente de Liberación Nacional Cubano, Abdala, Alpha-66, OMEGA 7 e Jóvenes de la Estrella. “Iremos utilizar fogos de artifício e luzes do tipo laser, mas apontaremos para o céu e não para Cuba”, disse. O anúncio do protesto foi feito na última semana pelo próprio Sánchez que, posteriormente, convocou uma entrevista coletiva para detalhar seu plano. A manifestação foi noticiada por parte da imprensa norte-americana.


Questionado se o protesto poderia trazer novos problemas para as relações entre os dois países, Sánchez afirmou que a manifestação será pacífica e que “os EUA não tem nenhuma relação com o ato”. O governo cubano, no entanto, teme que o grupo invada a costa do país. A preocupação é justificada: em fevereiro de 1996, dois aviões de movimentos anticastristas foram abatidos após invadirem o espaço aéreo da ilha.

Denúncias na internet expressaram preocupação com a nova investida contra Cuba. Em seu blog, o escritor guatemalteco Percy Francisco Alvarado Godoy classificou a manifestação como uma provocação. “Para conseguirem realizar o provocador show, os grupos vinculados à descabida aventura se valeram do suporte midiático vinculado à máfia terrorista anticubana. [...] Esses meios não apenas deram detalhes da perigosa aventura, mas também incitaram os cidadãos residentes na ilha a somaram-se ao evento mediante atos de desobediência civil”, escreveu.

Ainda segundo o escritor, os “EUA ainda não fizeram nada para deter esta ação provocadora, o que confirma o grau de impunidade com que atuam os grupos terroristas anticubanos situados em seu território".

Relações difíceis

A atuação dos grupos anticastristas em território norte-americano há anos gera discussões entre os dois países. Os cubanos acusam os EUA de permitirem que as organizações, consideradas terroristas, planejem e efetuem ataques contra o governo da ilha.

Os atos eram mais frequentes no início da década de 1990, o que levou o governo cubano a criar a rede Vespa – um grupo de 12 homens e duas mulheres infiltrado em Miami. Os cubanos deveriam se aproximar das organizações anti-castristas para descobrir informações sobre futuros ataques terroristas em território cubano. Em cinco anos, Cuba havia contabilizado 127 ataques terroristas com aviões e bombas.

Cinco homens do grupo foram, posteriormente, presos pelo FBI (Departamento de Investigação Federal) dos EUA sob a acusação de espionagem. Todos foram a penas consideradas exageradas.

O caso ganhou notoriedade mundial, gerando uma pressão para que os norte-americanos revejam as penas impostas no caso conhecido como “Os Cinco Cubanos”. No último dia sete, um dos cinco, René González, foi libertado. Apesar disso, o antiterrorista terá de ficar durante mais três anos em solo norte-americano sob liberdade assistida.

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