Cuba: exemplo em saúde pública | Arte: Documents Guevara |
Por Max Altman
No mesmo dia (3 de janeiro) em que o Estadão solta um editorial "Médicos reprovados" em que, entre outras distorções, afirma que "as faculdades cubanas - a mais conhecida é a ELAM - Escola Latinoamericana de Medicina - são estatais e seus alunos são escolhidos não por mérito, mas por afinidade ideológica, é publicada a notícia que Cuba bate seu recorde para taxa de mortalidade infantil.
Segundo o jornal, os brasileiros que nela estudam não se submeteram a um processo seletivo, tendo sido indicados por movimentos sociais ..., omitindo a informação de que o curso de medicina em Cuba é de 6 anos, sendo o primeiro de adaptação e capacitação, e que os médicos por ela diplomados não teriam condições de exercer a medicina no País .... E mais: que para as duas entidades (Conselho Federal de Medicina e Associação Médica Brasileira) as faculdades de medicina de Cuba ... teriam currículos ultrapassados, estariam tecnologicamente defasadas e não contariam com professores qualificados, e que"custa crer que setores do MEC continuam insistindo em pôr a ideologia na frente da competência profissional, quando estão em jogo a saúde e a vida de pessoas.
Também foi no mesmo dia que uma reflexão de Fidel Castro aponta que um conhecido jornal britânico The Independent, de inquestionável prestígio nos meios liberais da Grã-bretanha ... publicou, há três dias, um atrevido artigo da jornalista Nina Lakhani, intitulado “Médicos cubanos no Haiti envergonham o mundo”, em que afirma que:
“São os verdadeiros heróis do desastre do terremoto do Haiti, a catástrofe humana às beiras dos Estados Unidos perante a qual Barack Obama prometeu uma monumental missão humanitária dos Estados Unidos para aliviá-la”. No entanto, os heróis acerca dos quais falamos são cidadãos do arquiinimigo dos Estados Unidos. Cuba, cujos médicos e enfermeiras fizeram com que os esforços dos Estados Unidos sejam motivos de vergonha.
“Uma brigada médica de 1 200 cubanos está trabalhando em todo Haiti, devastado pelo terremoto e infestado pela cólera, como parte da missão médica internacional de Fidel Castro, que fez com que o Estado socialista ganhasse muitos amigos, mas pouco reconhecimento internacional.”
“... os organismos de ajuda internacional estavam sozinhos na luta contra a devastação que matou 250 000 pessoas e que deixara sem lar a cerca de 1,5 milhões. [...] profissionais da saúde cubanos tem estado no Haiti desde 1998, [...] no meio da fanfarra e da publicidade em torno da chegada da ajuda dos Estados Unidos e do Reino Unido, centenas de novos médicos, enfermeiras e terapeutas cubanos chegaram sem que ninguém quase falasse deles..."
“Estatísticas publicadas na semana passada mostram que os médicos cubanos, trabalhando em 40 centros através do Haiti, atenderam mais de 30 000 pacientes de cólera desde outubro. Eles são o maior contingente estrangeiro, recebendo aproximadamente 40 por cento de todos os pacientes que sofrem cólera. Outro grupo de médicos da Brigada cubana 'Henry Reeve', uma equipe de especialistas para casos de desastres e emergências, chegou recentemente quando foi evidente que o Haiti estava lutando por encarar a epidemia que já matou centenas de pessoas.”
“...Cuba formou 550 médicos haitianos gratuitamente na Escola Latino-americana de Medicina (ELAM), uma das mais radicais iniciativas médicas do país. Atualmente outros 400 médicos são preparados nessa escola, que oferece educação gratuita, incluindo livros de graça e um pouco de dinheiro como diária, a qualquer pessoa o suficientemente qualificada, que não possa estudar medicina em seu próprio país".
“John Kirk é um professor de estudos sobre América Latina na Universidade de Dalhousie, no Canadá, que investiga sobre as equipes médicas internacionais de Cuba. Ele disse: 'a contribuição de Cuba no Haiti é como o maior segredo do mundo. Sobre eles quase não se fala, apesar de que estão fazendo uma boa parte do trabalho pesado'".
Cuba: taxa de mortalidade infantil baixa a 4,5 por mil nascidos vivos
Termina o ano de 2010 e Cuba tem uma taxa de mortalidade infantil de 4,5 por 1000 nascidos vivos, a mais baixa registrada em toda a sua história. Villa Clara encabeça a lista: 2,5. Outras 7 províncias e o município Ilha da Juventude mostram taxas abaixo de 5. Vinte e três municípios com mortalidade zero. Ocorreram 127.710 nascimentos.
Na exata medida do comportamento das taxas de mortalidade infantil nos últimos 51 anos, nos leva a comprender de pronto os desvelos da Revolución em favor da saúde e o bem-estar da mãe e da criança.
A taxa alcançada em 2010 — 4,5 por mil nascidos vivos, sem precedentes em Cuba —, não é mais que a confirmação desse indeclinável e colosal esforço de um país pobre e criminosamente bloqueado, que conseguiu situar-se como a nação das Américas com a mais baixa mortalidade infantil, indicador internacional que mede a qualidade com que uma sociedade atende e protege as gestantes, as puérperas e aos bebês.
No ano recém concluído ocorreram 127.710 nascimentos. Em relação a 2009 esta cifra representa uma diminuição da natalidade de 2.326 bebês, se bem que cabe destacar que em 2010 se registraram 45 óbitos menos. Villa Clara consegue a mais baixa taxa de mortalidade do país (2,5), e outras sete províncias se situam abaixo de 5,0: Holguín, 3,0; Cienfuegos e Matanzas, 3,7; Camagüey, 4,4; Granma, 4,7; Pinar del Río e Sancti Spíritus, 4.9. O distrito especial Isla de la Juventud exibe 2,8. As províncias com um resultado superior a 5,0 não ultrapassam a marca de 5,7, demonstração da equidade do sistema social.
Entre os fatores que contribuiram com este resultado favorável se encontram, em primeiro lugar, a vontade política do governo revolucionário de oferecer atenção à saúde de todos os cidadãos, com especial esmero às mães e às crianças; a existência de um alto grau de escolarização da população; un programa de vacinação que abarca 13 enfermidades, com uma cobertura de praticamente 100 % das crianças, o que levou à erradicação e controle de várias afecções preveníveis por meio da imunização.
Também por dispor de um sistema de saúde universal, acessível e gratuito para toda a população, sustentado por ampla rede de centros assistenciais e instituições de atenção primária, junto a sistemáticas campanhas de promoção e prevenção.
Em geral, os gastos por habitante em saúde que eram de 3 pesos e 72 centavos em 1959 (com uma população de cerca de 7 milhões), no ano passado se elevaram a 576 pesos per cápita para os 11.242.628 habitantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário