Fonte: PRENSA LATINA
Havana, 1 nov (Prensa Latina) O presidente cubano, Raúl Castro, ratificou a confiança da Revolução no movimento operário, protagonista da atualização do modelo econômico na ilha.
A única forma de romper dogmas, maus hábitos, tabus, é dando participação às massas com a classe operária à frente, pois junto aos camponeses e ao povo é a classe mais revolucionária, assinalou Raúl Castro ontem durante o encerramento do LXXXVI Pleno ampliado do Conselho Nacional da Central de Trabalhadores de Cuba (CTC).
Segundo o jornal Granma, o presidente enfatizou a necessidade de que os dirigentes sindicais conheçam os princípios que regem a economia, porque é determinante para o funcionamento de qualquer revolução.
Corresponde a vocês, desde o Secretariado da CTC até o mais modesto dirigente, exercer o mesmo papel que em seu momento desempenhou Lázaro Peña (líder sindical histórico cubano), que com sabedoria e experiência solicitou no XIII Congresso da CTC, em 1973, a renúncia a conquistas arrancadas da burguesia, pois a situação tinha mudado e os operários eram os donos dos meios de produção, indicou.
Por exemplo, recordou, propôs abolir uma lei que, cheia de boas intenções, mas incorreta e portanto insustentável do ponto de vista econômico, pagava 100 por cento do salário àqueles que se aposentassem com uma conduta exemplar em sua vida de trabalhador.
Especificou que para defender as medidas e as explicar, a classe operária tem que ter conhecimentos e estar convencida de sua importância para a subsistência da Revolução, "de outra maneira iremos ao precipício".
Raúl Castro insistiu em serem exigentes com os quadros, em desterrar a tendência de alguns de ocultar as falhas, na urgência de tirar ensinamentos dos erros cometidos, pois "têm que nos deixar ao menos a utilidade da experiência para não repeti-los".
Sobre a atualização do modelo econômico cubano, o presidente desta nação agregou que não estamos copiando nenhum país, que é um produto autóctone, ajustado as nossas características, e sem renunciar no mais mínimo à construção do Socialismo.
Marino Murillo, ministro de Economia, ofereceu aos 202 participantes do Pleno uma informação pormenorizada da atual situação da economia cubana e das medidas que se adotam.
Detalhou o processo de investimento, cuja atual ineficiência provoca a imobilização de numerosos recursos, e informou a decisão de incorporar ao plano só os investimentos devidamente preparados.
O dirigente mencionou a relação desproporcionada que existe entre o salário médio e a produtividade do trabalho, o que se traduz "em que a sociedade reparte bens de consumo mais rápido do que os cria".
Na atualidade há mais empregados no setor dos serviços que no da produção de bens, o que "não permite o bom funcionamento de nenhuma economia", enfatizou.
As novas medidas, explicou, estão dirigidas a suprimir as gratuidades indevidas e os subsídios excessivos; liberar o Estado de atividades que não lhe correspondem; reduzir as planilhas infladas e incrementar a produtividade do trabalho.
O anterior possibilitará realizar as transformações necessárias de salários e pensões, afirmou.
O ministro cubano de Economia definiu como deverá ser realizado o ajuste das planilhas infladas, o que implicará no redesenho de planilhas, no desenvolvimento de processos de disponibilidade sob o princípio da idoneidade demonstrada, e à aplicação de um tratamento trabalhista e salarial aos trabalhadores que elimine procedimentos paternalistas.
Especificou a ampliação do trabalho por conta própria e o redesenho do regime tributário.
Salvador Valdés, secretário geral da CTC, ratificou que os trabalhadores respaldarão estas medidas de reorganização trabalhista que fortalecerão a disciplina, o incremento da produtividade e a criação de uma mentalidade de produtores.
Requeremos fortalecer o funcionamento das organizações de base, e conseguir um melhor desempenho dos quadros que deverão assumir com maior entrega, sistematicidade, responsabilidade e planejamento as tarefas que lhe correspondem para que a classe operária participe ainda mais no desenvolvimento econômico do país, opinou Váldes.
O movimento sindical tem um papel determinante na atual conjuntura histórica e nas perspectivas futuras. E concluiu: "Em 50 anos de Revolução a classe operária não falhou à Revolução, porque seria como falharmos a nós mesmos".
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