Charge condena o bloqueio dos EUA contra Cuba | Arte: Latuff |
Por Niko Schvarz
Antes, um dado biográfico: o chanceler que expôs as razões de Cuba foi o responsável político da missão médica cubana enviada ao Paquistão quando um terremoto de grande intensidade destruiu a região nordeste do país. Ali a missão cubana foi a única que cumpriu os deveres auto-impostos de solidariedade internacional em uma região particularmente inóspita e duramente castigada.
O delegado cubano iniciou sua dissertação com um chamamento à luta por preservar a paz mundial, diante dos graves perigos que ameaçam a vida humana, tal como vem alertando sistematicamente Fidel Castro. Nesse quadro, asseverou que “a política dos Estados Unidos contra Cuba não tem sustentação ética ou legal alguma, credibilidade nem apoio”.
E do mundo. Assim o confirmam as decisões do Movimento de Países Não Alinhados, das reuniões de Cúpula Iberoamericanas, das Cumbres da América Latina e do Caribe com a União Europeia, da União Africana, do Grupo Ásia-Pacífico e de outros grupos de nações que se pronunciam a favor do direito internacional e do respeito aos princípios da Carta da ONU.
Ao mesmo tempo, como dado significativo, se acrescenta o consenso na própria sociedade norte-americana e na emigração cubana nesse país contra o bloqueio e a favor de uma mudança na política em relação a Cuba. 71% dos estadounidenses, segundo as pesquisas recentes, defendem a normalização das relações entre ambos os países, e 64% deles e similar proporção de residentes no sul da Florida se opõem à proibição de viajar a Cuba, que viola seus direitos de didadania, assinala o chanceler.
O dano direto ocasionado ao povo cubano não se mede somente pela astronômica soma de 751 bilhões de dólares, no valor atual dessa moeda, acumulada ao longo deste quase meio século de bloqueio. Há exemplos particularmente sensíveis, como a impossibilidade para Cuba de adquirir os equipamentos para tratar o câncer de retina em crianças, ou certos medicamentos anestésicos, todos eles fabricados por empresas estadunidenses; mas tampouco se podem utilizar aparatos de firmas alemãs, como a Zeiss, porque têm elementos aportados por uma companhia norte-americana, e se lhes proíbe exportá-los à ilha. Temos lido crônicas comovedoras que revelam as angústias geradas por estas carências, e sobre como lutam os médicos e os funcionários para sobrepor-se a elas e manter a excelência de seus serviços, conhecida no mundo porque dá mostras de insuperável fraternidade com dezenas de outros povos.
camarada este texto está logo a baixo.
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Já exclui o outro!
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