Fidel reflete sobre possibilidades de um holocausto nuclear
Fonte: MERCOSUL E CPLP (vídeo incluído por Solidários)
Fonte original: ADITAL
Natasha Pitts*
No último domingo (8), os jornalistas venezuelanos Vanessa Davies, Andrés Izarra, Walter Martínez e Mario Silva, entrevistaram Fidel Castro Cruz, líder da revolução e líder continental. A conversa, publicada na íntegra pelo Granma, órgão oficial do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, permeou temas relevantes, atuais e polêmicos como o conflito entre Venezuela e Colômbia e a questão nuclear.
A conversa foi iniciada com reflexões sobre a possibilidade de um "holocausto nuclear" e o fato de Fidel haver divulgado, no Parlamento cubano, sua vontade de tentar persuadir o presidente estadunidense, Barack Obama, a não dar o aval para o início de uma guerra nuclear.
Questionado sobre a possibilidade de Obama escutá-lo, o comandante, como foi chamado durante toda a entrevista, explicou que "deveria fazer um esforço se existia alguma possibilidade de sobrevivência, e acreditava que havia, sobretudo na América Latina e no Caribe, que não ameaçam ninguém, não possuem armas nucleares nem se supõe que haja projéteis apontando para Rússia ou para China" (...) "Não creio que haja outra zona do mundo com as mesmas condições de pouca periculosidade como potencial agressor que esta região do mundo", reforçou.
Para Fidel, há possibilidades concretas de se salvar a paz e evitar a explosão de uma guerra nuclear, pois a decisão do início de um conflito "passa pelas decisões de um homem" (...) "e esse homem não é um Nixon, que era cínico, não é um ignorante terrível, como era Reagan; não é um imbecil louco, como é o senhor Bush, não é um hipócrita consumado como o pai deste cavalheiro".
Fidel caracteriza Obama como um caso de exceção, por ser negro, seus pais serem de origem muçulmana e ter conseguido chegar à presidência dos Estados Unidos durante um período de crise econômica. É este homem que pode tomar a decisão sobre possibilidade do início de um conflito nuclear de proporções mundiais.
"(...) mas se trata de um homem que, indiscutivelmente, não é um assassino, não é um indivíduo que está desejando o mal aos demais; é político; estudou, tem uma cultura, é um excelente orador, contou com muita simpatia (...) está aí e é ele que teria que apertar o gatilho, pontua Fidel, reforçando que ninguém pode puxar o gatilho no lugar de barack Obama.
Além de Cuba, o líder da revolução pontuou que grandes potências como China e Rússia estão fazendo o possível, com ações verdadeiramente concretas, para evitar a mínima possibilidade de uma guerra nuclear.
A tensão entre Colômbia e Venezuela também esteve presente durante a conversa. Com segurança, Fidel afirmou que não há nenhuma possibilidade de que a Colômbia ataque a Venezuela. "(...) primeiro, porque não lhe interessa; segundo, porque não pode; terceiro, porque não quer; quarto, porque sabe que as conseqüências seriam desastrosas". O comandante pontua que mesmo havendo, por parte da Colômbia, disposição para atacar, o país não teria tempo.
A libertação dos Cinco antiterroristas cubanos foi outro tema pincelado, mas que não gerou respostas claras de Fidel, que apenas deixou no ar a possibilidade de que, em breve, os heróis cubanos pudessem ser libertados pelo governo dos Estados Unidos.
* Jornalista da Adital
Assista a entrevista.
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