por Diony Sanabia Abadia (Prensa Latina*)
Fonte: PRENSA LATINA
Havana, (Prensa Latina) Os governos de Cuba e Brasil apoiam hoje a reconstrução do sistema de saúde pública de Haiti como uma mostra mais de quanto se pode fazer a favor da integração entre os países latino-americanos.
Para os beneficiados, a desinteressada ajuda adquire uma grande conotação e gera esperança no meio do caos que reina a pouco mais de meio ano do devastador terremoto ocorrido em 12 de janeiro último.
Dito movimento telúrico, com uma magnitude de 7,3 graus em escala-a de Ritcher, provocou a perda a mais de 220 mil vidas humanas, 300 mil feridos e quase um milhão e meio de atingidos.
A tragédia obscureceu ainda mais o panorama da nação mais empobrecida da América Latina, vítima em outras ocasiões da destruidora força da natureza e da política dos poderosos, empenhados sempre em determinar a sorte alheia.
Durante a IV Reunião Tripartite Haiti, Brasil e Cuba, celebrada na semana última nesta capital, deram-se novos passos para impulsionar dita reabilitação, e levar assim mais e melhor atenção aos precisados.
Entre as ideias propostas estiveram a incorporação de laboratórios sanitários e ativistas de controle higiênico e de vetores, e o desenvolvimento de trabalhos educativas nas comunidades haitianas.
O decano da Faculdade de Medicina de Porto Príncipe, Jaques Hugues Henry, reconheceu as virtudes de vincular os policlínicos com a comunidade, o tratamento humano dos pacientes, e o enfoque cubano de tratar saúde e não doença.
Segundo cifras oficiais, em sete departamentos do Haiti trabalham especialistas cubanos, inclusive 30 licenciados em Higiene e Epidemiologia e 10 em Microbiologia, e proximamente se abrirão dois laboratórios móveis de controle de vetores.
Segundo o vice-presidente da maior das Antilhas, Esteban Lazo, é muito necessário que o acordo de colaboração assinado pelos três governos tenha seu cronograma de trabalho.
O cumprimento dos planos concebidos permitiria na menor brevidade possível constatar avanços no empenho de ajudar à precisada população haitiana.
Lazo ratificou o compromisso de seu país com a vizinha nação e expressou que o tema tem a atenção permanente do líder da Revolução, Fidel Castro.
Para Fernando Assoni, integrante da delegação brasileira à mencionada reunião, é importante que as autoridades sanitárias haitianas trabalhem também com outros países cooperantes.
Os cubanos não esperaram o tremor de terra para nos dar sua ajuda, eles estavam trabalhando conosco muito antes, recordou o presidente haitiano, René Preval, durante uma visita de trabalho a Cuba efetuada no passado mês.
Diante de uma pergunta da Prensa Latina, o chefe de Estado enfatizou que seus compatriotas consideram os médicos da Ilha como seres extremamente importantes, e após Deus, acrescentou, estão eles.
Dito critério, ampliou, diz todo do pessoal médico cubano que é parte de uma colaboração que se estende a áreas da educação, agricultura, construção, pesca, telecomunicações, aeronáutica e indústria açucareira.
Comentou que, depois do terremoto, Haiti recebeu muitas promessas de ajuda da estadunidense cidade de Nova Iorque, sede da Organização de Nações Unidas, no entanto nunca esqueceu a cooperação de Cuba.
O ministro haitiano de Saúde Pública, Alex Larsen, destacou a ajuda recebida para formar a quase 500 médicos de seu país durante a última década.
A colaboração cubana neste setor, relembrou, começou em 1998 após a passagem do furacão George, e intensificou-se para brindar atenção aos afetados pelo tremor de terra.
Do terremoto e até fins de junho passado, os médicos cubanos consultaram uns 403 mil pacientes, realizaram quase 14 mil operações, vacinaram contra várias doenças a 124 mil haitianos e ofereceram reabilitação a mais de 162 mil 700.
Cuba e Haiti estabeleceram relações diplomáticas em 3 de fevereiro de 1904, as quais foram congeladas em 28 de setembro de 1959 e reativadas em 6 de fevereiro de 1996.
(*) O autor é jornalista da Redação Nacional de Prensa Latina.
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