sábado, 3 de julho de 2010

Elián González: "Estou feliz por viver em Cuba"

Elián González e Fidel Castro | Foto: Translating Cuba 

Por William Nova no Cubainformación

Na primeira fila da Catedral Episcopal da Santíssima Trindade de Havana, Raúl Castro e Elián González participaram, ombro a ombro, do ato por ocasião do décimo aniversário do regresso a Cuba do "niño balsero".

Em 1999, com apenas seis anos, Elián González foi encontrado à deriva, flutuando em um pneu, nas costas da Flórida. Sua mãe havia morrido na tentativa de chegar a um país, que aplica apenas a Cuba, uma lei conhecida popularmente como "piessecos". Esta lei se traduz no fato de que qualquer cubano que, não importando a forma ou o método empregado, consiga pisar na costa norte-americana, receberá das autoridades de imigração visto para residência permanente.

O pai de Elián, Juan Miguel González, o reclamou, alegando que a mãe havia levado Elián sem o seu consentimento, recebendo o apoio do líder da Revolução Cubana, Fidel Castro. Começou uma batalha jurídica e política para o retorno da criança à ilha. As autoridades norte-americanas reconheceram que ele deveria retornar, mas se depararam com a forte oposição das autoridades locais de Miami e de grupos da extrema direita, que utilizaram o pequeno Elián como moeda de troca de uma luta que há muito haviam perdido.

O povo cubano se mobilizou para o seu regresso com marchas e comícios, começando ali a Batalha de Idéias que, depois, dos estragos das dificuldades do Período Especial dos anos noventa, não só materialmente, mas também espiritualmente, procurou recuperar os valores na sociedade cubana.

A igreja norte-americana teve um papel importante na campanha de comunicação, informando a sociedade daquele país a realidade do caso, razão pela qual Elián quis agradecer no ato religioso de homenagem.

A situação ficou tensa pela intransigência da família de Miami e a única solução do governo federal estadunidense foi realizar uma operação surpresa, de forças especiais, para retirar Elián da casa, onde haviam o retido, e o entregaram ao seu pai, que havia recuperado o pátrio poder.

Depois de toda a polêmica que foi gerada, a família ficou dividida, em ambos os lados do Estreito da Flórida. Elián González, ao final da cerimônia, disse não guardar rancor pelos parentes, por tê-lo mantido retido na Flórida.

"Apesar de não ajudarem no possível, de não darem o passo em frente, sendo minha própria família, para que eu pudesse voltar para o meu pai, não lhes guardo rancor", disse o jovem, acrescentando que "estou feliz por viver em Cuba".

Respondendo a pergunta que se foi acertada a decisão de trazê-lo de volta à Ilha, Elián respondeu "É a terra a que pertenço, aqui me sinto bem e com a força que tem me dado este povo, eu já sou quase um homem e posso passear tranquilamente pelas ruas".

Tradução: Robson Luiz Ceron - Blog Solidários.

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