terça-feira, 13 de abril de 2010

CUBA, FORTALEZA MATERIAL.

Cuba, referência material
Por Carlo Frabetti

Os amigos de Cuba e de sua revolução (perdoem a redundância, uma vez que Cuba e sua revolução são a mesma coisa), geralmente dizem - ainda mais nestes tempos de assédio midiático e institucional (perdoem a redundância de novo, uma vez que os meios de comunicação e as instituições também são a mesma coisa), que Cuba é atacada porque é uma referência moral extremamente desconfortável para o imperialismo norte-americano e seus capangas. Isso é verdade, porém insuficiente.

Porque se Cuba fosse apenas uma referência moral, não mereceria tanta atenção, nem tantas desmedidas campanhas de difamação pelos meios de comunicação e seus intelectuais pagos. O que faz Cuba tão extremamente perigosa para o capitalismo é que, ademais e acima de tudo, é uma inquestionável referência material. O que neoliberais e social-democratas não perdoam em Cuba, é que ela tem demonstrado, não com palavras belas, mas com a força obstinada das conquistas, que o socialismo é possível, e que é possível, inclusive, nas condições mais adversas.

Apesar de sofrer durante meio século um bloqueio criminoso e uma perseguição constante por parte da maior e mais cruel potência militar de todos os tempos, Cuba não só acabou com o analfabetismo, a fome e a miséria, mas se colocou no nível dos países mais desenvolvidos em educação e saúde, bem como nas ciências e nas artes, o que significa que o socialismo mesmo desfavorecido pelas circunstâncias, funciona muito melhor do que o "Estado de Bem-Estar Social" capitalista, com todos os seus recursos, que mesmo nos países mais ricos não conseguiu combater o desemprego e a pobreza de grandes segmentos da população. Ainda mais do que sua estatura moral são as conquistas espetaculares materiais da revolução cubana, que a tornam uma referência incontornável.

Recentes estudos apoiados por prestigiadas organizações internacionais (pouco suspeitas de filocastrismo) revelam que, para que todos pudessem viver, como vivem nos Estados Unidos, com o mesmo consumo de energia e de recursos naturais per capita, seria preciso três planetas como o nosso. No caso dos índices da União Européia, seriam precisos mais dois. Para que toda a humanidade vivesse como vivem na Etiópia ou em Zâmbia, sobraria meio planeta Terra (Obviamente, que essas condições de vida não são aceitáveis).

Cuba é o único país no mundo que concilia um padrão de vida decente, com um consumo moderado e um impacto ambiental tolerável: todos os seres humanos poderiam alimentar-se adequadamente e desfrutar de excelente educação e saúde avançada da Ilha, e ainda sobraria mais de um quinto do planeta. Mas, isso exigiria a superação da barbárie neoliberal e a instauração no mundo da solidariedade socialista.

Nestes tempos de crise global do capitalismo - ou de crise do capitalismo global - as pseudodemocracias do ocidente, com os Estados Unidos à frente, não podem suportar olhar no espelho da revolução cubana, porque, como vampiros, ao fazê-lo enfrentariam sua natureza espectral e assassina. Mas, na tentativa de quebrar o espelho, como a madrasta da Branca de Neve, tudo que têm conseguido é multiplicá-lo. E, agora, não só em Cuba, mas na Venezuela, na Bolívia, no Equador e, em maior ou menor medida, nos demais países da América Latina, onde se devolvem ao capitalismo desesperançado, sua sinistra imagem de morto-vivo.

Por isso, nós - os amigos de Cuba - nos encolhemos quando dizemos que Cuba é uma referência moral. Assim, os próprios cubanos se diminuem quando dizem, "Venceremos". Já venceram - vencem todos os dias - ao demonstrar que o socialismo é tão possível, como é inviável o capitalismo; Já venceram, e de forma definitiva (isto é, inaugural), ao espalhar a semente revolucionária de seu exemplo e de sua solidariedade para todo a América e para  todo o mundo. Não é de estranhar a incontrolável raiva, a desmedida agressividade dos inimigos de Cuba, que são os nossos.

Tradução: Robson Luiz Ceron - Blog Solidários

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