domingo, 24 de janeiro de 2010

Ganhadores de Prêmio Nobel apoiam campanha pela liberdade dos Cinco Cubanos

Rosa Aurora Freijanes mostra a foto do marido Fernando Gonzales, preso nos EUA .
Foto: Gazeta do Povo
Por Natasha Pitts na Adital

Quase 12 anos depois, a causa dos cinco cubanos encarcerados nos Estados Unidos continua mobilizando pessoas de todo o mundo. A cada ano são realizadas novas campanhas para pressionar os líderes americanos a libertarem os cidadãos presos desde 12 de setembro de 1998. 

Neste início de ano, o Comitê Internacional pela Liberdade dos Cinco Cubanos está intensificando uma forte mobilização que recebe o apoio de dez ganhadores do prêmio Nobel. 

Um requerimento assinado por José Ramos-Horta, Rigoberta Menchú, Adolfo Pérez Esquivel, Máiread Corrigan Maguire, Günter Grass, José Saramago, Dario Fo, Nadine Gordiner, Wole Soyinka e Zhores Alferov, todos ganhadores do prêmio Nobel, exige a imediata libertação dos cinco cubanos. A intenção é pressionar o presidente americano Barack Obama, prêmio Nobel da Paz 2009, a assinar a liberdade dos cinco e permitir que retornem a Cuba com suas famílias. 

O requerimento será enviado para a Casa Branca onde também devem chegar centenas de cartões remetidos pela população mundial com o pedido de liberdade. O Comitê Internacional está distribuindo cerca de 20 mil cartões, que podem ser encontrados em sua maior parte em inglês e espanhol. Parceiros como França e Itália estão realizando a tradução para que a campanha chegue a vários países. A orientação é que os cartões cheguem à Casa Branca circulando de mão em mão sem envelope. Desta forma, os que ainda não conhecem o caso poderão tomar conhecimento. A mobilização não tem data para acabar, pois, a cada dia, novos países e cidades americanas aderem à campanha solicitando os cartões e convocando "Presidente Obama, estamos esperando sua assinatura".

Os interessados em participar ativamente da campanha podem encomendar os cartões ou solicitar o PDF para editá-lo de acordo com o idioma de seu país. Os pedidos devem ser remetidos para o endereço de e-mail info@thecuban5.org. O Comitê também disponibiliza uma apresentação em Power Point aos interessados em disseminar ainda mais a mobilização dos cartões.

Histórico do caso

No dia 12 de setembro de 1998, René González, Fernando González, Antonio Guerrero, Gerardo Hernández e Ramón Labañimo foram presos em Miami, na Flórida, acusados de violar as leis federais americanas e espionar os Estados Unidos. Das 26 acusações a que foram submetidos 24 eram relacionadas à falsificação de identidade e descumprimento de registro, já que eram estrangeiros. As acusações não registravam o uso de armas ou ações violentas. Ainda assim, mesmo tendo cometido violações leves e sem acusações concretas por partes dos juízes, os cinco cubanos foram condenados a cumprir pena nos Estados Unidos, onde estão presos até hoje. O direito de fiança lhes foi negado, assim como o direito de ver suas famílias.

Por quase um ano e meio os cubanos foram mantidos em confinamento solitário. Penas absurdas como a de Gerardo Hernández, condenado duas vezes à prisão perpétua, foram impostas também aos outros. Os cinco heróis cubanos, como ficaram conhecidos, foram presos por dedicar a vida a sua pátria, descobrir segredos militares dos americanos e alertar seu país acerca dos atentados terroristas que eram planejados por grupos de exilados cubanos em Miami, com o apoio e proteção do governo dos Estados Unidos. Há mais de 40 anos a Flórida é notadamente o centro dos ataques contra Cuba.  

Até hoje, os cinco permanecem encarcerados e os documentos considerados secretos que poderiam ser utilizados pela Defesa dos cubanos estão detidos para que não seja feita a apelação.

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