segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Médicos formados em Cuba criam associação no Brasil

Associação Médica Maíra Fachini | Foto: Pensando Américas

Do blog Paisagens Rebeldes 

Médicos formados na Escola Latinoamericana de Medicina-Cuba criaram, durante jornada realizada em Brasília na semana passada, a Associação Médica Nacional (AMN) “Maíra Fachini”.

Leia o documento divulgado pela nova entidade:

Criada a Associação Médica Nacional (AMN) “Maíra Fachini”

Dia 19 de novembro de 2009, um grupo de trinta médicos, representando as cinco regiões do país, fundou a Associação Médica Nacional (AMN). A decisão se deu durante a plenária de encerramento da Jornada Nacional dos Médicos Formados na Escola Latinoamericana de Medicina-Cuba, realizada em Brasília, e que também contou a presença de dezenas de militantes de movimentos sociais, familiares e apoiadores dos médicos formados no exterior.

A AMN aglutinará médicos e médicas graduados ou pós-graduados no Brasil ou no exterior, tendo entre seus objetivos:

• defender o direito ao trabalho digno dos profissionais da medicina;
• trabalhar pelo aperfeiçoamento profissional contínuo de toda a categoria médica;
• construir articulações com as demais entidades representativas da categoria médica e da área de saúde em geral.
• estimular o trabalho de pesquisa científica na área de saúde, de maneira a permitir o desenvolvimento da medicina em todos os níveis: alta, média e baixa complexidade;
• contribuir com a formação e o aperfeiçoamento profissional dos demais trabalhadores da área de saúde.
• lutar pelo serviço civil obrigatório para os recém-saídos das universidades públicas;
• defender a integração plena da América Latina e Caribe, com o direito de ir e vir, direito ao trabalho e da construção de políticas públicas que estejam ao alcance de toda a população do Continente;
• combater qualquer forma de discriminação e atentado à soberania das nações, como o bloqueio econômico dos EUA contra a República de Cuba;
• defender as ações afirmativas no sentido de mitigar os efeitos da discriminação social, racial, de gênero, de opção sexual ou contra pessoa portadora de deficiência;
• defender o reconhecimento dos diplomas de medicina expedidos no exterior, tendo como base a Lei de Diretrizes e Base da Educação (LDB) e as Resoluções do Conselho Nacional de Educação;
• defender o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), a garantia do seu pleno financiamento e o seu controle social;
• lutar para que o SUS garanta que todos os municípios e todas as regiões urbanas ou rurais do país, comunidades quilombolas, comunidades indígenas, assentamentos de reforma agrária, territórios da cidadania e bairros pobres das grandes cidades tenham a garantia de atendimento médico.

A Plenária também elegeu a direção provisória da Associação Médica Nacional “Maíra Fachini”, que atuará em forma colegiada e terá como objetivo imediato preparar a realização do primeiro congresso da entidade no prazo mínimo de um ano.

A Direção Provisória da AMN é composta pelos seguintes médicos e médicas:

• Janilson Lopes Leite (AC)
• Lucia Maria Brum Soares (AM)
• Francisco Raevan dos Santos (PA)
• Josiano Macedo de Lima (CE)
• Ana Marta da Silva Santos (BA)
• Anívia Silva Carvalho (MA)
• Fabiane de Miranda Vasconcelos (DF)
• Wesley Caçador Soares (MS)
• Lílian Silva Gonçalves (DF)
• Renato Lemos (SP)
• Roberto Trindade (SP)
• Sidnei Rodrigues de Faria (MG)
• Maruan Hassan El Eis (RS)
• Odarlone Orente (PR)

A AMN nasce prestando homenagem à memória da companheira Maíra Fachini, médica formada na ELAM, na turma de 2006. Maíra era de Joinvile (SC) e faleceu em 13 de abril deste ano, um mês depois de participar da abertura da Caravana Nacional em Defesa do SUS, em Brasília, quando também se fez presente na reunião nacional do Setorial de Saúde da Central de Movimentos Populares, realizada logo após a abertura da Caravana.

Maíra foi vítima de discriminação ao passar na prova de Residência para o Hospital São José, também em Santa Catarina, quando não pôde assumir suas funções naquela unidade de saúde por não ter seu diploma revalidado. Mudou-se então para Tefé (Amazonas), onde trabalhou, até o seu falecimento, como médica no Programa Saúde da Família, em plena selva amazônica.

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