Manifestação contra o golpe em Honduras Foto: História da Ditadura |
Por Robson Ceron
Ontem, Fidel disse: "Amanhã aparecerá a pétrea imagem de Oscar Árias explicando que têm elaborado esta ou aquela proposta de solução para evitar a violência".
Hoje, o boneco de presépio, Árias, apresenta uma "nova proposta" para resolver a questão de Honduras. Esta nova proposta consiste basicamente nos seguintes pressupostos: antecipação das eleições de novembro para outubro, renúncia de Zelaya pela quarta urna e o regresso deste à presidência.
Fidel também comentou o telefonema que Hillary Clinton fez a Micheletti: "uma chamada dura" contra a recusa do presidente golpista de aceitar a primeira proposta de Árias, apresentada no sábado, e aceita por Zelaya.
Mesmo havendo uma clara tentativa de postergação da situação, esta postergação revela, a meu ver, duas situações de desconforto para o imperialismo ianque:
A primeira na esfera da geopolítica: Na medida em que todos os países e organismos internacionais se posicionaram contra o golpe (golpe que recebeu e recebe evidente apoio do império norte-americano), torna-se inevitável aos imperialistas "ganhar tempo" para que, com a situação menos efervescente, possam manobrar a situação de forma mais conveniente aos seus interesses.
Contudo, acredito que por se tratar de geopolítica e por ter sido inequívoca e imediata a posição dos países e organismos contra o golpe, os Estados Unidos precisaram de mais tempo para contornar a situação. Algo que Árias não poderá resolver, pois como bem disse Fidel: "[...] até o próprio Árias caiu na grande armadilha montada pelo Departamento de Estado".
Noutra esfera, mais próxima da luta de classes, o quadro também não é tranqüilo para os EUA. O povo hondurenho parece estar reagindo contra o golpe, de forma evidente.
A resistência popular ao golpe, em um país com histórico tão contra-revolucionário, deve ter surpreendido muitos fascistas e os imperialista.
Novamente, a tentativa de postergar revela-se como a única saída para o imperialismo.
Porém, o acúmulo de forças neste momento poderá resultar em enorme avanço para Honduras, com ou sem Zelaya.
No primeiro caso, Zelaya, pressionado pelo povo, poderá aprofundar a aliança com a ALBA (que poderá respaldar internacionalmente e economicamente esta aliança).
Sem Zelaya, o povo terá que encontrar seus caminhos, mas já não será um povo sem experiência de resistência.
“[...] o povo de Honduras é quem dirá a última palavra”, disse Fidel.
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