segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Fidel Castro: Rahm Emanuel


Que nome muito estranho! Parece espanhol, fácil de pronunciar e não é. Nunca na minha vida conheci ou li nome de aluno ou compatriota, entre milhares, que tivesse este nome. 

De onde vem? Pensei. Minha mente veio, uma e outra vez, o do mais brilhante filósofo alemão, Kant Inmanuel, que juntamente com Aristóteles e Platão, foram o trio de filósofos que mais influenciaram o pensamento humano. Certamente não estava muito longe, como soube depois, da filosofia do homem mais próximo do atual presidente Estados Unidos, Barack Obama. 

Outra possibilidade recente me levava a refletir sobre o nome estranho, o livro de Germán Sánchez, embaixador cubano na Venezuela Bolivariana: "A transparência de Enmanuel”, desta vez sem o “I”, como se inicia o nome do filósofo alemão.

Enmanuel é o nome da criança concebida e nascida na densa selva guerrilheira, onde caiu prisioneira, em 23 de fevereiro de 2002, a sua digna mãe Clara Rojas Gonzalez, candidata a vice-presidência da Colômbia, junto com Ingrid Betancourt, que aspirava à presidência desse país irmão, nas eleições que teriam naquele ano.

Eu tinha lido com grande interesse o citado livro Germán Sánchez, do nosso Embaixador na República Bolivariana da Venezuela, que teve o privilégio de participar em 2008 da libertação de Clara Rojas e Consuelo Gonzalez, ex-deputada da Assembléia Nacional, pelas FARC, Exército Revolucionário da Colômbia, que os tinha feito prisioneiras.

Clara estava nas mãos da guerrilha por solidariedade com Ingrid e acompanhou-a em duro cativeiro durante seis anos.

O livro de German é intitulado "A transparência de Enmanuel", quase exatamente o nome do filósofo alemão. Não admira, considerando que a mãe era uma advogada brilhante e muito educada, porque havia colocado este nome no filho. Simplesmente, levou-me a lembrar meus anos de prisão, após a tentativa quase bem sucedida de tomar a segunda fortaleza militar de Cuba, em 26 de julho de 1953 e ter milhares de armas com um grupo selecionado de 120 lutadores prontos para lutar contra a tirania de Batista, imposta pelos Estados Unidos a Cuba.

Certamente não foi o único objetivo, nem a única idéia inspiradora, mas o fato é que o triunfo da revolução em nosso país, em primeiro de janeiro de 1959, ainda lembrava alguns aforismos do filósofo alemão:

“O sábio pode mudar de idéia. O tolo nunca”.

“Não trate os outros como um meio para atingir seus objetivos”.

“Só através da educação o homem pode chegar a ser um homem".

Esta grande idéia foi um dos princípios proclamados desde os primeiros dias do triunfo revolucionário. Obama e seu assessor não tinham nascido ou mesmo concebidos. Rahm Emanuel nasceu em Chicago, em 29 de novembro de 1959, filho de imigrantes russos. A mãe foi uma defensora dos direitos civis, e se chamava Martha Smulevitz, enviada três vezes para a prisão, por suas atividades.

Rahm Emanuel se alistou em 1991 no exército israelense, como um voluntário civil, durante a primeira Guerra do Golfo desencadeada por Bush pai, quando foram utilizados projéteis contendo urânio, que acabaram causando doenças graves nos próprios soldados americanos que os utilizavam contra a Guarda Republicana Iraquiana em retirada e em incontável número de civis.

Desde aquela guerra, os povos do Próximo e Médio Oriente, consomem cifras fabulosas de armas que o complexo industrial militar norte americano lança no mercado.

Se os racistas da extrema direita conseguirem satisfazer sua sede de superioridade étnica e assassinarem Obama, como fizeram com Martin Luther King, grande líder dos direitos humanos, ainda que teoricamente possível, mas improvável neste momento, dada a proteção que acompanha o Presidente depois de sua eleição, a cada minuto de cada dia e noite.

Obama, Emanuel e todos os brilhantes políticos e economistas que vieram juntos, não serão suficientes para resolver os problemas crescentes da sociedade capitalista norte americana.

Mesmo ressuscitados, Kant, Platão e Aristóteles, e ainda o brilhante economista John Kenneth Galbraight, não seriam capazes de resolver as contradições antagônicas, cada vez mais freqüentes e profundas do sistema. Eles foram felizes nos dias de Abraham Lincoln, tão admirado, com razão, pelo novo Presidente, num período que há muito passou.

Todos os demais povos terão que pagar o colossal desperdício e garantir, em primeiro lugar neste planeta, cada vez mais poluído, os empregos dos norte americanos e os lucros das grandes multinacionais no país.

8 de fevereiro de 2009. 

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