sábado, 31 de março de 2012

Eles distorcem qualquer notícia a respeito de Cuba

Ignorância, má-fé ou ambas: a AFP contra a visita privada de René Gonzãlez a Cuba.
Por Norelys Morales Aguilera.
Fonte: ISLAmía
Tradução: Robson Luiz Ceron - Blog Solidários

René González e sua mãe Irma Sehwerert
Um despacho da AFP, assinado por Carlos Batista, de Havana, afirma que "os meios de comunicação cubanos limitam as informações sobre a visita do agente condenado nos EUA", ignorando que se trata de uma visita privada de características muito particulares.

René Gonzalez Sehwerert está em livramento condicional nos EUA, como uma maneira a mais de estender o seu castigo, por estar lá monitorando os grupos terroristas, baseados principalmente em Miami. Deverá cumprir o que foi imposto pelas autoridades norte-americanas, que apenas aceitaram a "visita privada".

Que a implacável juíza federal, Joan Lenard, tenha permitido a viagem e que as autoridades dos EUA tenham dado a autorização, pode significar um bom gesto, mas, também, pode significar uma manobra para tentar equiparar ao caso de Alan Gross, que foi preso em Cuba em flagrante ação de espionagem e subversão. Nada parecido com o que fizeram os Cinco na América do Norte.

Batista deve ter lido bem as condições em que viaja René, mas não as disse: "A entrega de itinerário detalhado da viagem, a sua localização em Cuba e informações de contato no país, assim como, contato telefônico sistemático com o oficial da condicional". 

Os meios de comunicação cubanos desejavam fazer a cobertura da viagem, mostrar a chegada do herói, o encontro com a família. A grande maioria das pessoas teria gostado, mas o senhor Batista esquece as condições óbvias da visita singular, onde uma família inteira está de luto por um ente e com outro filho a morrer. Por outro lado, ele não entrou em contato com toda a família para conhecer a sua vontade.

Será que a família decidiria aceitar a cobertura do encontro de René com sua esposa, Olga Salanueva - a quem foi recusado, por mais de uma década, a possibilidade de visitá-lo na prisão -; o encontro com Irma, a mãe atribulada. Em suma, uma dolorosa visita que merece respeito.

Mas, o jornalista esquece também desse respeito mais elementar, para poder atacar os meios de comunicação cubanos, com o argumento estúpido que estão "sob controle estatal". Seria muito pedir que dissesse que a mídia cubana não pertence a nenhum dono, que luta para dar tudo ao povo e que não há obra humana mais inovadora, ao contrário dos que convertem em mercadoria os sentimentos das pessoas.

Isso prova mais uma vez que, qualquer notícia que agrida, mal informe e desprestigie Cuba, será bem-vinda para um editor corporativo e será publicada, como neste caso.

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