quinta-feira, 13 de maio de 2021

Combate da Covid-19: Cuba mais eficiente que países ricos

Jovens cubanos de máscara em frente um mural comunista | Foto: BioCubaFarma

Por Conrado Chagas no Brasil de Fato 

Cuba, Bélgica e Suécia têm contingente populacional muito próximo: são 11,3 milhões de habitantes em Cuba, 11,6 milhões na Bélgica e 10,1 na Suécia. Diferem, porém, esses países quanto ao Produto Interno Bruto (PIB): enquanto o PIB do país caribenho não ultrapassa 100 bilhões de dólares, as duas nações europeias alcançam cada uma 530 bilhões de verdinhas.

Contraditoriamente, o enfrentamento à Covid em Cuba tem se mostrado de longe muito mais eficiente. Em Cuba até o momento foram 732 mortes [1] por Covid, enquanto na Suécia esse número está em 14.173 e na Bélgica já em 24.511 [2]. Qual é a mágica cubana? Não há mágica. Em Cuba, saúde é prioridade.

Os habitantes da Ilha dispõem de um sistema de saúde pública muito bem estruturado, que vem atuando por zonas de contenção, valendo-se de testagens e isolamento. Identificada uma zona crítica, por exemplo, caminhões com alimentos e outros produtos primários vão até lá, evitando assim a locomoção de prováveis pessoas contaminadas para as demais zonas.

O período mais crítico da pandemia da Covid na Ilha foi quando morreram cerca de 13 a 14 pessoas por dia. Em Cuba, o governo de fato priorizou o combate à pandemia, numa união já histórica entre política humanitária e ciência, isto é, tomando as medidas necessárias que a ciência já demonstrou que devam ser tomadas para a preservação de vidas humanas. E isso num país que, por mais de 60 anos, sofre o embargo dos EUA, o que tem dificultado a importação de uma série de insumos e equipamentos, e que, desde os anos 90, com a queda da URSS, perdeu seu parceiro mais importante.

Mas os cubanos não se entregam e, ao menos por agora, num momento em que o mundo se ressente dos efeitos de uma pandemia avassaladora, seguem quase incólumes. Já têm hoje, inclusive, uma vacina [3], a Soberana, com a qual, além de imunizar sua própria população, querem também levar o fim desse pesadelo a outras nações, a começar pelo pobre Haiti, que até o momento nem sequer começou a vacinar.

Notas:

[1] Os números são até 9 de maio de 2021.

[2] O artigo foi postado no dia 12 de maio, mas é possível que as mortes relatadas nos dois países seja até o dia 9 de maio.

[3]  Cuba desenvolve 5 vacinas: Soberana 1, Soberana 2, Soberana Plus, Abdala e Mambisa. Soberana 2 e Abdala já está sendo usadas, em Cuba, de forma emergencial.

Conrado Chagas é professor do IFSul, Campus Charqueadas.

2 comentários:

  1. É verdade que o sistema de saúde pública em Cuba é uma referência mundial, notadamente com relação à prevenção e à saúde da família. No entanto a carência estrutural e das relações comerciais ajudam essa política de saúde. Por exemplo: não existe sistema de transporte de massa - metrô, esqueça - , muito menos grande centros de comercias e de serviços chamados shopping. A militarização ditatorial é um instrumento muito eficaz e eficiente para que as pessoas pelo menos usem máscaras etc. No mais, tem gente que prefere morrer a viver em um regime ditatorial.

    ps-Estive em Cuba, durante 15 dias, em 2011, escrevi um livro com retrospectiva história e impressões, em 2013 - praticamente esgotado - algumas ofertas na estantevirtual.com.br, onde assino como Ary Txay. O título do livro é Cuba, Um Olhar Político e Poético.

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    1. Não existe militarização ditadorial em Cuba. Vc viu as ruas de Cuba cheia de policiais armados e tanques?

      Claro que existe transporte coletivo em Cuba. Shopping e centros comerciais seriam transformar a sociedade cubana em uma sociedade consumista. E de produtos superficiais. Uma nova China no Caribe?

      As pessoas não são suicidas, isso é falácia.

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