quinta-feira, 30 de abril de 2020

Covid-19: 51 países pediram ajuda médica a Cuba para combater a pandemia

Quase 1.500 médicos para 23 países nos últimos meses; no total são mais de 28 mil médicos em 65 países
Médicos cubanos chegam à África do Sul | Foto: Presidência da África do Sul
Por Sturt Silva

Até o último dia 27 de abril, médicos cubanos tinham atendidos aproximadamente 2.517 pacientes com COVID-19 no mundo. As informações foram dadas por Marcia Cobas Ruíz, vice-ministra do Ministério de saúde de Cuba, em entrevista ao programa Mesa Redonda da TV cubana.  

Segundo Cobas, nos últimos meses, Cuba recebeu pedido oficial de ajuda médica de 51 países e é a partir deles que as brigadas são enviadas. Assim, até o momento, foram enviadas 1.466 profissionais para 23 países. Todas as brigadas são do contingente Henry Reeve, grupo de médicos formado por especialistas em epidemias e desastres naturais. 

"É um resultado não apenas dos contingentes de "Henry Reeve", mas de todas as brigadas que estavam ajudando e as que se juntaram. Estamos falando dos 59 que cooperam tradicionalmente, além daqueles que se juntaram para trabalhar em regiões italianas como a Lombardia e Piemonte e o Principado de Andorra ”, disse a cubana. 

A vice-ministra afirmou que Cuba possui brigadas em 30 países da África, 10 da Ásia e Oceania, 4 do Oriente Médio e 15 da América Latina. Além de 2 na Europa. No total a ilha socialista tem cerca de 28.400 profissionais de saúde em 61 países (veja no vídeo abaixo).


Entretanto, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba divulgou nesta terça (05/05) novas informações sobre a cooperação médica cubana no mundo. Não seria apenas 61 países, mas 65. Assim há 31 países com médicos cubanos na África, 5 na Ásia/Oceania, 5 no Oriente Médio, 2 na Europa e 22 na América Latina e Caribe.

Desde que começou a pandemia, Cuba enviou brigadas médicas para 23 países. As primeiras nações a receber profissionais da brigada Henry Reeve foram Nicarágua (5) e Venezuela (6). Depois Suriname (51), Granada (5), Haiti (22) e Jamaica (138) também tiveram suas solicitações de ajuda atendidas. Ainda na América Latina outros 8 países receberam ajuda. São eles: Santa Lúcia (113), São Cristóvão e Neves (34), Dominica (35), São Vicente e Granadinas (16), Antígua e Barbuda (26), Belize (58), Honduras (20), Barbados (101) e Trinidad e Tobago (11). Os 7 primeiros receberam médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, enquanto que os dois últimos foi apenas enfermeiras.
Países que receberam ajuda cubana início de maio | Arte: diplomacia cubana
Já na África e Oriente Médio 5 países receberam ajuda. O primeiro foi Angola com 219 profissionais. O segundo foi Togo. Pela primeira vez o país está recebeu profissionais cubanos, num total de 11. O terceiro foi Catar que recebeu 229 profissionais. O quarto é Cabo Verde com 20 médicos. Já o quinto é África do Sul que recebeu 216 especialistas.

Porém o caso mais marcante a receber ajuda cubana por causa da pandemia do novo coronavírus é da Itália, que passou a ser o primeiro país europeu desenvolvido a contar com assistência médica cubana. Foram duas brigadas: uma com 52 profissionais, para a região de Lombardia e outra com 38, para a região de Piemonte. Já Andorra, foi o segundo país europeu, com 39 profissionais. Até o México recebeu 10 médicos especialistas para ajudar a criar políticas públicas para combater à epidemia no país.  
Cobas esclareceu que a os médicos cubanos viajam ao exterior de forma voluntário e com único objetivo: salvar vidas. A decisão de enviar uma brigada passa pelas instâncias do Partido Comunista, instituição que organiza moralmente a sociedade cubana, e do governo de Cuba, tendo como base estudos realizados no Ministério da Saúde sobre as reais condições existentes nos países para os quais os colaboradores vão ser enviados. 

“Isso é solidariedade, cooperação, sustentada nas concepções das Nações Unidas. Em muitas brigadas, nosso país compartilha despesas e os profissionais recebem seu salário em Cuba. Todas as nações assumem alimentação, transporte, acomodação, buscando compensação nos serviços e contribuição com Cuba ", explicou a vice-ministra.

Cobas também destacou os sinais de solidariedade e cooperação que a ilha do Caribe dá ao mundo atualmente: "Nossos médicos deixam sua família, entes queridos, colegas de trabalho e sua vida em Cuba para lutar pela vida de outras pessoas, como sempre ensinaram. Fidel Castro”.

Com informações do Ministério das Relações Exteriores de Cuba.

Editado no dia 05/05/2020 para atualizar informações.

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