quarta-feira, 8 de abril de 2020

Associação brasileira de juristas condena ação militar dos EUA contra Cuba e Venezuela

Juristas pela Democracia condenam medidas dos EUA contra Venezuela e Cuba
Díaz-Canel, presidente cubano e Nicolás Maduro, presidente venezuelano | Foto: AFP
Do Opera Mundi 

A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) condenou as medidas tomadas pelos Estados Unidos contra Cuba e Venezuela nos últimos dias, prejudicando tais países no combate à pandemia do novo coronavírus.

Em nota, divulgada no último sábado (04/04), a ABJD afirma que a "operação de combate ao narcotráfico" do governo norte-americano é na realidade uma "intenção de bloquear a chegada de qualquer ajuda humanitária e médica a Cuba e Venezuela".

"A decisão norte-americana viola tratados internacionais, especialmente a Carta das Nações Unidas, quando reconhece no seu art. 2 a igualdade soberana de todos os membros da Organização das Nações Unidas e a resolução pacífica de controvérsias", aponta o documento.

A associação listou em cinco pontos sua condenação contra as medidas dos Estados Unidos no "plano de transição pacífica" na Venezuela e a posição de navios militares no Atlântico Sul e Caribe.

"A ABJD repudia a ação militar norte-americana contra Cuba e Venezuela. O que é qualificado, pelos EUA, de luta contra o tráfico internacional de drogas, consiste no disfarce para o ataque aos legítimos governos de outros países, em momento de fragilidade mundial de saúde", diz a mensagem.

Leia nota na íntegra:

 ABJD condena ação militar dos EUA contra Cuba e Venezuela 

A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), por intermédio da sua Secretaria de Relações Internacionais, manifesta publicamente sua veemente condenação contra as medidas tomadas pelo governo dos Estados Unidos da América (EUA), classificadas como “operação de combate ao narco-terrorismo”, mas que, na verdade, dirigem-se diretamente contra os governos da República Bolivariana da Venezuela e da República de Cuba: 

1 – no dia 26 de março de 2020, o governo dos EUA deflagrou perante a comunidade internacional o “plano” para “transição pacífica” na Venezuela, no qual nenhum outro governo foi consultado; no mesmo “plano”, os EUA ofereceram recompensa pela prisão do Presidente da Venezuela por seu suposto envolvimento com tráfico de drogas; 

2 – no dia 1º de abril de 2020, os EUA anunciam atividades militares no Atlântico Sul e Caribe, com a inequívoca intenção de bloquear a chegada de qualquer ajuda humanitária e médica a Cuba e Venezuela, cujo objetivo é exercer mais pressão sobre estes Países caribenho e sul-americano para mudança de governos que favoreçam os mesmos EUA;

3 – a decisão norte-americana viola tratados internacionais, especialmente a Carta das Nações Unidas, quando reconhece no seu art. 2 a igualdade soberana de todos os membros da Organização das Nações Unidas e a resolução pacífica de controvérsias;

4 – a decisão norte-americana viola o direito humanitário de assistência médica seja em tempos de epidemias, pandemias ou de conflitos armados, configurados na Convenção de Genebra e em seus Protocolos Adicionais desde 1949; 

5 – a decisão, coetânea à crise do covid-19, revela-se ainda mais inaceitável, dado o esforço internacional para conter os avanços de uma pandemia de proporções planetárias, inspirando o Secretário Geral da ONU a pedir “trégua global” aos conflitos ao redor do mundo.

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