As autoridades cubanas asseguram que os danos acumulados pelo bloqueio, imposto pelos EUA, durante quase seis décadas custaram US$ 922,6 bilhões, tendo em conta a desvalorização do dólar frente o valor do ouro.
Mural no Acampamento Julio Antonio Mello, em Cuba | Foto: Perth |
O bloqueio dos Estados Unidos a Cuba, imposto desde 3 de fevereiro de 1962, é o mais longo e ilegal da história, afirmou à Sputnik Mundo o diretor do Departamento de Assuntos Históricos do Palácio da Revolução de Cuba, Eugenio Suárez.
"O impacto destes 58 anos de bloqueio é conhecido muito bem por todos os cubanos, por nossos amigos e até pelos próprios inimigos, porque impactou todos os setores da nossa sociedade, principalmente o setor de saúde, por exemplo, onde foi bastante criminoso", comentou à Sputnik Mundo Suárez.
Os historiadores cubanos afirmam que esta medida, imposta por Washington apenas três anos após a Revolução Cubana em 1959, buscava gerar "desencanto e insatisfação" na população da ilha, criar mal estar econômico e dificuldades materiais para provocar um levante popular que derrubaria o governo comunista.
Um memorando secreto de 6 de abril de 1960, assinado pelo então subsecretário de Estado Lester D. Mallory, sugeria aplicar medidas para alcançar os objetivos políticos planejados.
"É necessário empregar rapidamente todos os meios possíveis para debilitar a vida econômica de Cuba [...] privá-la de dinheiro e abastecimentos, para reduzir seus recursos financeiros e salários reais, provocar fome, desespero e queda do governo", dizia o memorando assinado por Mallory.
O diretor do gabinete cubano argumenta que, apesar de o bloqueio ter um grande impacto na economia, "no aspecto espiritual uniu os cubanos, e essa unidade é a energia que nos permitiu chegar até hoje".
Com a aplicação da Lei para a Democracia Cubana (CDA, na sigla em inglês), mais conhecida como a Lei Torricelli, assinada em outubro de 1992, e a Lei para a Solidariedade Democrática e a Liberdade Cubana, conhecida como Lei Helms-Burton, aprovada em março de 1996, o bloqueio tomou corpo legal.
Com a chegada ao poder do presidente Donald Trump, em 2017, esta política de coerção se fortaleceu, com a imposição de novos regulamentos e proibições que buscam frear o desenvolvimento econômico da sociedade cubana.
As autoridades cubanas asseguram que os danos acumulados pelo bloqueio imposto por Washington durante quase seis décadas custaram US$ 922,6 bilhões (R$ 3,919 trilhões), tendo em conta a desvalorização do dólar frente o valor do ouro.
Considerando valores atuais, segundo essas mesmas fontes, os prejuízos foram de US$ 138 bilhões (R$ 586,3 bilhões) em 58 anos.
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