sábado, 2 de novembro de 2019

Em Brasília, manifestantes reafirmam solidariedade ao povo cubano

Manifestantes em frente à Embaixada dos EUA em Brasília | Foto: Cuba Hoy
Do site da CUT 

Contra o fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos imposto a Cuba, manifestantes realizaram um ato político na tarde da última quarta-feira (30). 

Organizado pela CUT Brasília e pelo Fórum de Solidariedade Internacional, a atividade foi encerrada com uma marcha, que partiu da Catedral de Brasília e seguiu rumo à Embaixada dos EUA.

“Estamos aqui para exigir o fim do bloqueio criminoso contra Cuba. Trata-se de uma violação aos direitos humanos daquele povo. O que Cuba tem para exportar é a sua solidariedade, a medicina, a educação, a cultura. Portanto, é um povo que demonstrou que é possível construir um novo modelo de sociedade e um mundo mais solidário”, avaliou diretor da CUT Ismael César.
A ação contou também com a participação de diversos movimentos sociais que lutam diariamente por um mundo mais  justo.

“Para agente, enquanto movimentos de juventude, nos solidarizarmos com os povos da América Latina. Tanto de Cuba, como de Venezuela. A luta tem que ser global”, disse Olívio Filho, do Levante Popular da Juventude.

“Um mundo democrático, progressista e socialista é construído com a solidariedade a Cuba, porque é uma questão de soberania, de justiça. estamos vendo, hoje, porque aumentou a pressão sobre Cuba. Isso se deu por conta de toda a demagogia que tem nos EUA no período eleitoral”, apontou Afonso Magalhães, da Central de Movimentos Populares (CMP).

Para Magalhães, é preciso denunciar ainda o presidente Bolsonaro, que está alinhado aos EUA “hostilizando outros países e apoiando o bloqueio contra Cuba”. “Uma medida que traz prejuízos imensuráveis ao povo cubano. Por tanto, reafirmamos aqui nos apoio a esse povo tão resistente”, disse.

O bloqueio econômico imposto a Cuba pelos Estados Unidos é anualmente repudiado pela Organização das Nações Unidas (ONU), já que viola direitos humanos, uma vez que impede a entrada de produtos essenciais na ilha, como medicamentos e alimentos. Com o governo de Donald Trump nos EUA, o bloqueio vem tomando contornos ainda mais severos.
Novas sanções

O bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos a Cuba não se limita às relações desses dois países. Como forma de desidratar qualquer crescimento econômico da ilha, o país imperialista também corta relações comerciais com países que ousarem fazer negócio com Cuba.

Em maio deste ano, o governo norte-americano disse que aplicará o Título III da lei Helms-Burton, criada em 1996 para endurecer o embargo a Cuba. O dispositivo, que havia sido suspenso desde sua aprovação por todos os presidentes americanos, permite que exilados cubanos nos Estados Unidos entrem com ações judiciais contra empresas estrangeiras que exploram bens expropriados em Cuba após a Revolução Cubana, em 1959.

Embora a aplicação do dispositivo incida diretamente nos investidores europeus em Cuba, como a Espanha – proprietária da rede de hotéis Meliá, a principal de Cuba –, o primeiro secretário da Embaixada de Cuba no Brasil, Alejandro Malmierca, ressalta que a medida cruel norte-americana pode afetar diretamente o povo da Ilha. “Por esse Título, eles (os exilados) podem reclamar escolas construídas em casas desapropriadas com a Revolução (Cubana), por exemplo”, afirma.

Outra forma dos Estados Unidos retaliarem Cuba foi com a suspensão de viagens de cruzeiro à Ilha, segundo Malmierca. “Umas 800 mil reservas foram canceladas. Isso gera implicações que impactam na área do turismo, negócios locais, economia cubana”, diz ele. O diplomata ainda denuncia que, com as sanções, “americanos podem ir a Cuba, mas não podem ir à praia, não podem tomar um mojito, não podem comprar uma caixa de charuto e levar para os EUA”.

O terceiro secretário da Embaixada de Cuba no Brasil, Duniesky Rodrigues, denuncia que as sanções dos EUA a Cuba vão além daquelas previstas em lei. “O governo americano destina todo ano U$ 20 milhões para contratar mercenários, jornalistas que não são jornalistas, para criar caos, fazer levantamento como na Síria, no Líbano. Não é só o bloqueio, eles destinam milhões de dólares nessa outras ações. Nos últimos anos, a OFAR (uma espécie de oficina de controle) tinha 8 pessoas para monitorar as transações financeiras da Al- Qaeda. Para Cuba, eram 20 pessoas”, conta.

O bloqueio econômico ainda interfere diretamente na vida me milhares de pessoas, inclusive norte-americanas. Da mesma forma que há remédios norte-americanos desenvolvidos com tecnologia de ponta que não podem chegar à ilha, há remédios desenvolvidos a partir de pesquisas cubanas que não podem ultrapassar as fronteiras com o país imperialista.

“Os EUA têm, salvo engano, 100 milhões de pessoas com diabetes que têm que amputar o pé por causa da doença; e Cuba tem o medicamento, é o único país que tem esse remédio, mas eles não podem importá-lo”, conta o terceiro secretário da Embaixada de Cuba no Brasil, Duniesky Rodrigues. “É um bloqueio brutal. Objetivo é render o governo (cubano) para que ele caia”, completa o primeiro secretário da Embaixada de Cuba no Brasil, Alejandro Malmierca.

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