Praça da Revolução em Havana | Foto: Dicas sobre Cuba |
Por Andreza Sant'ana
Em fevereiro de 2018, tive a oportunidade de conhecer a capital de Cuba. Depois de 5 dias em Havana, tentando ao máximo me conter nos locais “menos turísticos” possíveis, me hospedei na casa de uma família cubana que recebe pessoas de diversas partes do mundo, em uma atmosfera totalmente diferente do Brasil, onde também já me hospedei em casa de família.
Logo no primeiro dia, percebi que tudo o que havia ouvido falar e lido, sempre chegava distorcido. A família, cuja casa estive hospedada, era composta por pessoas maravilhosas, que me ajudaram desde o primeiro dia a pegar ônibus, chegar aos lugares, entender os preços, e conhecer MESMO onde eu estava.
Eram quatro gerações na mesma casa. Ouvir de quem esteve presente na revolução sobre como era Cuba dos anos 50 e como é hoje, não tem comparação. Ver crianças e adolescentes não imersos em mundos eletrônicos e midiáticos e sim em inúmeros livros (que, por um acaso, alguns não chegam a custar um real) é de cair o queixo, porque tudo o que ouvimos e lemos como: “Cuba é um país pobre, as pessoas não têm papel higiênico, não têm pasta de dente...”, é puramente propaganda anti socialista. Ver que essas mesmas crianças estarão cursando medicina, economia, engenharia e direito sem pagar um centavo por isso, em uma das melhores universidades da América Latina, e saindo de lá com garantia de emprego é uma experiência inimaginável.
Quando cheguei, também me pareceu muito interessante que existam escolas em todas as esquinas, perto ou longe do centro. Tem ônibus para estudantes, ônibus para trabalhadores e um transporte público pensado para o povo, que custa 0,40 em moeda nacional (aproximadamente menos de 15 centavos!!!!!!). E são ônibus grandes, com espaço, ar condicionado, etc.
Andreza na Praça da Revolução |
Me sentei um dia para conversar com o morador da casa onde estava hospedada e ele me disse que teve dois infartos e que tudo fora resolvido em menos de um dia, nas duas vezes.
Sua esposa, que teve isquemia e necessitou fazer uma ressonância, não teve sequer de esperar um dia: foi e fez. Simples.
De graça. Para qualquer pessoa que tenha problemas de saúde, uma consulta do melhor especialista não demora nem um mês. Quanto tempo, você, espera uma consulta pela UNIMED? Ou pela rede pública?
Sua esposa, que teve isquemia e necessitou fazer uma ressonância, não teve sequer de esperar um dia: foi e fez. Simples.
De graça. Para qualquer pessoa que tenha problemas de saúde, uma consulta do melhor especialista não demora nem um mês. Quanto tempo, você, espera uma consulta pela UNIMED? Ou pela rede pública?
A cultura cubana é muito rica. A quantidade de museus em Havana e, creio que em toda a ilha, é gigantesca e a custo quase zero para o povo. Teatros, diversão, museus...o povo cubano sabe o que é ter o melhor dos mundos: é poder decidir entre ir ao Museu da Revolução ou à Playa Tropicoco, de águas caribenhas, sem ter que pagar $1000 de hospedagem, comida e transporte.
Não vou entrar no mérito da Revolução, mas meu sonho é poder conhecer Playa Girón, onde o imperialismo caiu pela primeira vez. Nem preciso dizer que o povo cubano é, acima de tudo, fidelista e que falar de Fidel, Che e Camilo são motivos para muitos cubanos encherem os olhos, sorrirem e frisarem o quanto são orgulhosos de serem parte de uma geração revolucionária.
E como eles têm história para contar... vocês nem imaginam. A senhora que se encontrava na mesma sala que eu, esteve presente quando a revolução obteve sucesso e de cabeceira tinha várias fotos do Fidel, do Che e até de Marx.
Eu tinha tantas coisas pra escrever sobre Cuba e motivos não me faltam. Logo eu, que me interesso em conhecer e ler, me surpreendi muito com as mentiras que ouvira, em certo momento, sobre a ilha e me deparei com a realidade.
Cada dia a mais em Cuba é um motivo para acreditar que a revolução não veio somente para povo cubano, mas sim como vanguarda para que toda a América Latina seja livre do imperialismo, do capitalismo que nos mata dia após dia, que nos obriga a morrer em filas de hospitais, que nos faz morar nas ruas, não ter o ensino fundamental completo, não saber ler ou escrever, não ter dinheiro para alimentar os filhos... e assim, pouco a pouco nos mata.
Até a vitória sempre!
Andreza Sant'ana estuda Ciências Econômicas na Universidade Federal de Integração Latino-Americana (UNILA).
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