Ato contra o bloqueio foi em frente ao Consulado dos EUA no Rio | Foto: ACJM/RJ |
Do site da Associação Culural José Martí
Em 26 de julho de 1953, um grupo de jovens rebeldes cubanos se atreveu a realizar um assalto a um quartel no perímetro urbano de Santiago de Cuba, o quartel Moncada. Esta data se imortaliza no nome da resistência armada que triunfa em 1959, expulsa Fulgêncio Batista da ilha e inaugura a Revolução em Cuba.
66 anos depois, o movimento de solidariedade a Cuba espalhado por todo o mundo se organiza para denunciar e repudiar a manutenção e a intensificação do criminoso bloqueio imposto a Cuba pelo governo nefasto de plantão nos Estados Unidos, através do resgate da lei Helms-Burton, gestionada em 1996 para impedir relações comerciais com a ilha revolucionária.
No Rio de Janeiro, a Associação Cultural José Martí se somou a diversas entidades (Casa da América Latina, CeCAC, Brigadas Populares, Amigos de 68, Mandato Leonel Brizola, Modecon, Comitê de Solidariedade à Revolução Bolivariana, MAPI-PDT, FIST, TVCRIO, Inimigos do Império, CUT, Coletivo Ana Montenegro, UJC, UJR, Ala Moça, PCB, UP, PCR, PDT, PCO, PT e a presença do deputado Paulo Ramos) para ocupar as ruas, diante do Consulado dos Estados Unidos da América, informar a população carioca sobre as agressões do bloqueio ao povo cubano e ressaltar nosso rechaço a esta covardia através da entrega de uma carta ao representante consular norte-americano. A recusa do recebimento do documento, no entanto, não impediu que o mesmo penetrasse o prédio do Consulado.
A ganância do governo de Donald Trump não suporta a insubmissão às suas ordens. Por isto, priva o povo cubano de bens necessários ao seu bem-estar e sobrevivência, como alimentos, remédios e insumos para produção. Mas se em Cuba o povo resiste bravamente às investidas do sanguinário império, no Brasil o sabotador que atualmente ocupa a cadeira presidencial, Jair Bolsonaro, prefere entregar nossos ativos e recursos enquanto bate continência para a “bandeira estrelada”. Não deixaremos que a ave de rapina do Norte finque suas garras na carne do povo trabalhador latino-americano, cubano, venezuelano e brasileiro.
Abaixo segue a íntegra da carta endereçada ao presidente dos Estados Unidos:
Ao Sr. Presidente da República dos Estados Unidos da América Donald Trump
A Associação Cultural José Martí do Rio de Janeiro, entidade de solidariedade a Cuba, e demais organizações que assinam esta carta, vêm apresentar seu repúdio ao bloqueio genocida praticado pelo governo dos Estados Unidos contra Cuba e seu povo.
Esse bloqueio econômico, comercial, financeiro e midiático, imposto pelos governos estadunidenses desde 1962, é a maior expressão de uma política cruel e desumana, carente de legalidade e legitimidade, deliberadamente desenhada para provocar fome, doenças e desespero da população cubana.
O bloqueio ainda impede viagens e trocas de experiências no que tange ao desenvolvimento cultural e científico de estadunidenses e cubanos produzidos por intercâmbio entre profissionais dos dois países e interfere também no direito de ir e vir do povo estadunidense.
A despeito das diversas condenações da Assembleia Geral da ONU ao Bloqueio e de uma progressiva distensão inaugurada pela administração passada que percebeu ser esse tipo de política algo abusivo e ineficaz, o novo governo estadunidense, por capricho doutrinário e ideológico descabido, fez retrocederem as relações entre os países.
O bloqueio recrudesceu ainda mais com a aplicação rígida da Lei Helms-Burton, elaborada nos anos 90, que tem como principal objetivo provocar a desestabilização econômica e política do Estado cubano.
A lei Helms-Burton não só procura encerrar qualquer possibilidade de construção de relações harmônicas entre os países, mas acaba por legitimar a imposição das vontades de um governo sobre outro, de uma nação sobre a outra. Essa lei revigora acintosamente o caráter extraterritorial do bloqueio, aprofunda ainda mais as sanções econômicas originais, interfere diretamente nas relações econômicas de Cuba com o mundo e dificulta investimentos de outros países em projetos comerciais e no turismo.
Imbuídos do caráter internacionalista e de solidariedade com os povos, rejeitamos e denunciamos essa guerra contra Cuba e exigimos do governo estadunidense o fim do bloqueio, pois desejamos restabelecer todas as relações econômicas e políticas embasadas no respeito mútuo, na soberania e auto-determinação dos povos para que sigam seus projetos de desenvolvimento.
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🇨🇺🇧🇷 26 de Julho: dia da rebeldia cubana é comemorado em Brasília.— Solidários a Cuba (@blogsolidarios) July 26, 2019
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