Cuba: pelo fim do bloqueio | Foto: Cuba Hoy |
Do Opera Mundi
Durante sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas realizada nesta quarta-feira (31/10), o embaixador venezuelano na ONU, Samuel Moncada, afirmou que o bloqueio norte-americano contra Cuba constitui uma violação ao desenvolvimento da ilha.
Durante sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas realizada nesta quarta-feira (31/10), o embaixador venezuelano na ONU, Samuel Moncada, afirmou que o bloqueio norte-americano contra Cuba constitui uma violação ao desenvolvimento da ilha.
Em nome do bloco dos Países Não Alinhados, Moncada rechaçou a política dos EUA com relação a Cuba e destacou que, nos últimos 27 anos, a Assembleia Geral tem votado a favor do país caribenho.
"O bloqueio constitui uma violação do desenvolvimento de Cuba, privando o país de dialogar com o plano internacional. O dano indireto e direto afeta todos os setores vitais da economia", disse o embaixador.
Moncada ainda apontou para as consequências do bloqueio, dizendo que "o dano econômico produzido supera 900 bilhões de dólares".
Bolívia
Por sua vez, o embaixador nas Nações Unidas da Bolívia, Sacha Llorenti, afirmou que "Cuba é um exemplo para toda a humanidade com inumeráveis avanços e uma população livre".
"Cuba sempre esteve com os países do mundo na luta contra o analfabetismo, contra o ebola, os ciclones e terremotos. Cuba serve de guia aos povos do mundo", afirmou.
O diplomata ainda destacou que, "durante mais de 26 anos consecutivos, a comunidade internacional tem contestado a um só Estado e um só país. Estados Unidos, se abstenham de políticas unilaterais e se unam ao resto das nações".
Em nome do Grupo dos 77, que compreende nações do sul em desenvolvimento, o embaixador do Egito na ONU, Mohamed Fathi Ahmed Edrees, ressaltou a importância de Cuba no cenário global e disse que "o fim do bloqueio contribuiria para o desenvolvimento mundial".
Também argumentaram a favor de Cuba o embaixador do Vietnã nas Nações Unidas, Dang Dinh Quy, e o representante da Jamaica na ONU, Courtenay Rattray.
Ambos destacaram a importância do respeito à soberania dos povos e expressaram seu descontentamento com a continuidade do bloqueio norte-americano.
Conferência Islâmica
O representante de Bangladesh nas Nações Unidas falou em nome da Conferência Islâmica e rechaçou o bloqueio a Cuba.
"Nos opomos a qualquer tipo de medida unilateral que afete o desenvolvimento das relações comerciais, econômicas e outras entre os países do mundo", afirmou o diplomata.
Representando a Caricom, a Comunidade do Caribe, a representante de Bahamas, Sheila Carey, afirmou que os anos de bloqueio "provocaram muito sofrimento ao povo cubano".
Em nome do bloco, a diplomata ainda condenou a medida norte-americana e afirmou que "essa política conta com um rechaço a nível global e viola o multilateralismo, o princípio da soberania e da não ingerência".
ONU
A Assembleia Geral da ONU voltou a discutir o projeto de resolução que propõe o fim do bloqueio norte-americano contra Cuba. Desde 1992, as Nações Unidas votam pelo fim da medida.
Durante a primeira sessão, a desta quarta, foram ouvidos os discursos dos grupos de países e membros da ONU, incluindo aí a delegação norte-americana. A reunião está prevista para ser concluída somente nesta quinta (01/11), com a votação.
Em 2016, último ano do governo do democrata Barack Obama, os Estados Unidos, que estavam em rota de reaproximação com Havana, se abstiveram e não houve votos contra a resolução. No entanto, Washington dizia precisar, no mínimo, de aprovação do Congresso para derrubar o bloqueio, que vigora desde 1959 – o mais longo já imposto a um país.
Por sua vez, o governo do republicano Donald Trump diminuiu a velocidade da reaproximação e impôs dificuldades diplomáticas para Cuba na própria ONU. Segundo o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, Washington apresentou oito emendas à resolução que está sendo votada neste ano para atrasar a votação e arrastar a discussão.
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