Días-Canel discursa na ONU | Foto: cancillería cubana |
Na última quarta-feira (26) o presidente cubano Miguel Díaz-Canel fez seu primeiro discurso na ONU representando a ilha comunista. O chefe de Estado denunciou as consequências nefastas do capitalismo para o mundo e exigiu, uma vez mais, o fim do bloqueio dos Estados Unidos contra o pequeno país caribenho.
Díaz-Canel é da geração dos “filhos da revolução”, ou seja, ele não esteve em no combate que derrubou a ditadura em 1959. Esta é a grande mudança política da ilha dos últimos anos e, a princípio, especulou-se sobre como seria o posicionamento de um chefe de Estado que não conviveu com a geração de Fidel Castro. Mas o presidente não titubeou a reafirmar que a revolução está viva e seguirá fiel a seus princípios.
“Apesar do bloqueio, da hostilidade e das ações que os Estados Unidos executam para impor uma mudança de regime em Cuba, aqui está a revolução cubana, viva, pujante e fiel a seus princípios”, afirmou o presidente.
Díaz-Canel denunciou o bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos contra Cuba que dura mais de 50 anos e causou prejuízos incalculáveis ao povo cubano. Além disso, exigiu a devolução do território ocupado ilegalmente pelo país do Norte onde está instalada a Base Naval norte-americana de Guantánamo.
Nos últimos dois anos, a ampla maioria dos países membros da ONU votaram pelo fim do bloqueio dos Estados Unidos a Cuba, apenas o próprio Estados Unidos e Israel votaram a favor e alguns se abstiveram. O ex-presidente norte-americano, Barack Obama, se posicionava contra o bloqueio, diferente de Trump que não pretende avançar nas relações bilaterais com a ilha comunista.
Em seu discurso, Díaz-Canel fez menção a Fidel Castro, Che Guevara e Raúl Castro, heróis da revolução cubana, e destacou os esforços do líder revolucionário para a construção de uma América Latina livre e soberana. Denunciou, porém, que agora os Estados Unidos atacam a região e impendem que esta se consolide com uma zona de paz, como foi declarada na Cúpula da Celac de 2014 em Havana.
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Ao falar sobre os ataques dos EUA contra a América Latina, Díaz-Canel denunciou a “prisão para fins políticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a decisão de impedir o povo de votar e eleger o líder mais popular do Brasil para a presidência".
Para o presidente cubano está claro que o atual governo estadunidense proclamou a Doutrina Monroe contra a América Latina e ataca com “com ganas a Venezuela”.
“Neste contexto ameaçador, queremos reiterar nosso absoluto respaldo à Revolução Bolivariana e chavista, à união cívico-militar do povo venezuelano e a seu governo legítimo, democrático, conduzido pelo presidente constitucional Nicolás Maduro. Rechaçamos as tentativas de intervenção e as sanções contra a Venezuela que buscam asfixiá-la economicamente e prejudicar as famílias venezuelanas”.
Díaz-Canel repudiou também as tentativas de desestabilização do governo legítimo de Daniel Ortega na Nicarágua, bem como, apoiou a luta da Argentina pelas ilhas Malvinas.
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