Os presidentes revolucionários de Cuba | Arte: Blog Solidários a Cuba |
Miguel Díaz-Canel se tornou na última quinta-feira (19/04) presidente de Cuba – o quinto após a Revolução de 1959. Engenheiro de formação, era o primeiro-vice-presidente do país até ser escolhido como mandatário pela Assembleia Nacional do Poder Popular (parlamento).
Quantos presidentes Cuba socialista teve até hoje?
Com a vitória do Exército Rebelde, Batista foge de Cuba no dia 1º de janeiro e o atual presidente do Senado, Anselmo Alliegro y Milá, herda o posto de presidente. Só que Eulogio Cantillo - comandante do governo Batista e que naquele momento se autoproclamava chefe dos Forças Armadas - derruba Alliegro e momeia, com base na constituição de 1940, Carlos Manuel Piedra, o juiz mais velho da Suprema Corte. Mas como Fidel Castro, então líder da Revolução, defendia o nome do advogado Manuel Urrutia para presidente, Piedra também não se consegue sustentar no cargo.
Assim se contarmos esses dois presidentes provisórios que Cuba teve após a queda do ditador, o número sobe para 7. Se não, apenas os citados abaixo.
Conheça os presidentes de Cuba depois da Revolução:
Urrutia (foto) foi nomeado o primeiro presidente após o triunfo da Revolução. Entre as primeiras medidas adotadas por seu governo, esteve a designação de Fidel Castro como comandante-em-chefe das Forças Armadas do país.
Em 16 de fevereiro, Urrutia nomeou Fidel como primeiro-ministro do país, em substituição a José Miró Cardona. Em pouco tempo, no entanto, a atuação do presidente começou a atrasar a adoção de medidas acordadas no Conselho de Ministros – liderado por Fidel – e, com tempo, Urrutia foi perdendo prestígio e autoridade.
Em meio ao descontentamento, Fidel renuncia ao cargo de primeiro-ministro em 16 julho, acusando Urrutia de impedir a aprovação de leis revolucionárias e outras medidas. No dia 17, após um protesto em favor de Fidel, Urrutia renunciou ao cargo.
Dois anos depois, se asilou nas embaixadas de Venezuela e México. De lá, foi para os Estados Unidos e se tornou professor de espanhol em Nova York. Morreu em 1981.
Dorticós (foto) foi designado pelo Conselho de Ministros para assumir a Presidência da República com a renúncia de Urrutia. No cargo, Dorticós participou da Conferência de Países Não Alinhados em Belgrado, em 1961.
Durante seu governo, Fidel exerceu o cargo de primeiro-ministro do país. Foi nos anos Dorticó que o líder da Revolução Cubana declarou o “caráter socialista” do movimento.
Em 1976, foi escolhido pela Assembleia Nacional do Poder Popular como vice-presidente do Conselho de Ministros e deixou o cargo. A partir de 1980, por três anos, foi ministro da Justiça do governo de Fidel Castro. Em junho de 1983, após a morte da esposa e em meio aos dolorosos efeitos de um problema na coluna vertebral, se matou.
Fidel (foto) assumiu o comando do país, como o presidente do Conselho de Estado, após uma mudança na Constituição, aprovada em 1976. O líder histórico da Revolução Cubana ficou no cargo por 30 anos, após reeleições sucessivas.
Foi um dos homens mais influentes do século XX, marcando profundamente a história mundial ao criar uma sociedade socialista no mundo ocidental. No período da Guerra Fria o revolucionário se alinhou com a extinta União Soviética contra os Estados Unidos, resistindo a todas as tentativas de Washington de derrubá-lo, sendo pelas investidas para assassiná-lo, ou pela invasão direta de Cuba.
De fato, Fidel esteve no centro do primeiro episódio que quase levou o mundo à beira de um Holocausto Nuclear – a crise dos mísseis de 1962.
Seu governo sobreviveu ao período de ditaduras militares na América Latina e ofereceu refúgio aos militantes perseguidos nos anos de chumbo. No final dos anos 1990, encontrou forte respaldo, principalmente com a chegada do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez ao poder em 1999 e o surgimento do bolivarianismo, ou socialismo do século 21, que resgatou parte do legado comunista da ilha.
Fidel ficou seriamente doente em meados de 2006 e foi submetido a várias operações intestinais. Inicialmente, cedeu o poder provisionalmente* ao irmão, Raúl, cumprindo o previsto na Constituição de 1976, reformada em 1992.
Em fevereiro de 2008, Raúl assumiu o poder definitivamente, e a intervenção de Fidel nos assuntos do país se limitou a artigos opinativos publicados pela imprensa local.
O líder histórico da Revolução Cubana morreu na noite do dia 25 de novembro de 2016.
Raúl (foto) assumiu a liderança de maneira interina em 2006, por conta da saúde debilitada do irmão. Em 2008*, foi definitivamente eleito como presidente de Cuba. O governo de Raúl foi marcado pela estabilidade econômica do país e pela reaproximação com os Estados Unidos.
Após ser empossado, Raúl iniciou um processo de maior flexibilização econômica em Cuba, dando mais abertura ao trabalho privado e aos investimentos estrangeiros. Atualmente há mais de meio milhão de pessoas trabalhando por conta própria no país, o que permitiu que a ilha diversificasse a oferta de bens e serviços com maior nível de qualidade.
O governo dele desempenhou papel fundamental no processo de paz entre o governo colombiano e as então Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Havana foi palco por quatro anos de uma série de reuniões envolvendo diplomatas e dirigentes de ambos os lados.
Foi na administração de Raúl Castro que Cuba e Estados Unidos se reaproximaram. As nações haviam rompido relações em 1961, com a imposição do bloqueio econômico por parte dos EUA.
A reaproximação, que teve como um dos principais mediadores o papa Francisco, proporcionou fatos históricos como a ida de Raúl aos EUA para participar da Assembleia Geral da ONU e a visita do então presidente dos EUA Barack Obama a Cuba, pela primeira vez em 88 anos.
Miguel Díaz-Canel foi eleito no último dia 19/04 o novo líder do país em substituição a Raúl Castro, que deixa o poder após cumprir dois mandatos no cargo. A eleição de Díaz-Canel aconteceu em um dia simbólico para o pais, o 57º aniversário da vitória na tentativa de invasão da baía dos Porcos.
Nascido em 1960, Díaz-Canel é engenheiro eletrônico de formação e professor universitário em Villa Clara. Desde 2003, faz parte do Birô Político do país. Ele é o primeiro dirigente cubano nascido após a Revolução de 1959 a atingir altos cargos na direção do país.
Díaz começou sua atuação política como dirigente estudantil, na década de 80, sendo secretário da União da Juventude Comunista (UJC) na província de Villa Clara e segundo secretário da comitê nacional da UJC. Na década de 90 comandou o Partido Comunista Cubano (PCC) em Villa Clara e Holguín. Nos anos 2000 se destacou como dirigente nacional sendo nomeado ministro da educação superior em 2009, vice-presidente do Conselho de Ministro (órgão executivo do país) em 2012 e eleito vice-presidente do Conselho de Estado em 24 de fevereiro de 2013. 5 anos depois, em 19 de abril de 2018, é eleito presidente de Cuba para um mandato de 5 anos.
No seu discurso de posse prometeu fazer um governo de continuidade e ser leal à Revolução, Fidel e Raúl Castro.
Versão editada por Sturt Silva.
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