Días-Canel faz seu primeiro discurso como presidente eleito de Cuba | Foto: Irene Pérez/Cubadebate |
Miguel Díaz-Canel foi eleito nesta nesta quinta (19/04) presidente de Cuba. Ele recebeu 603 dos 604 votos possíveis na Assembleia Nacional do Poder Popular (parlamento), o equivalente a 99,83% do total.
Díaz-Canel foi eleito pela Assembleia, órgão legislativo cujos deputados, eleitos pela população, tomaram posse na quarta (18/04). A Assembleia é a responsável por eleger, por sua vez, o Conselho de Estado, o organismo que governa o país.
O Conselho é formado por 31 deputados – e o presidente do órgão, eleito pela assembleia, se torna, também, presidente da nação. Além dele, fazem parte do conselho um primeiro-vice-presidente, mais cinco vices, um secretário e mais 23 deputados.
Veja o anúncio do resultado no parlamento cubano:
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O novo presidente ocupava, até ontem, o cargo de primeiro-vice-presidente. Díaz-Canel substitui Raúl Castro que estava no comando do país desde 2006. No entanto, Castro continuará como secretário-geral do Partido Comunista de Cuba, cargo que ocupa desde 2011 e no qual deve ficar até 2021.
A eleição de Díaz-Canel acontece em um dia simbólico para o pais: neste 19 de abril marca o 57º aniversário da vitória na tentativa de invasão da baía dos Porcos, ocasião em que um grupo paramilitar treinado e armado pela CIA tentou invadir a ilha para derrubar Fidel Castro.
Novo presidente em evento sobre cultura digital, realizado ano passado| Foto: Radio Reloj |
Miguel Díaz-Canel nasceu no dia 20 de abril de 1960 na cidade de Placetas, província de Villa Clara (parte central do país). Em 1982 formou-se como engenheiro eletrônico e mais tarde tornou-se professor universitário. Atual vice-presidente do país até ontem, Díaz começou sua atuação política como dirigente estudantil, na década de 80, sendo secretário da União da Juventude Comunista (UJC) na província de Villa Clara e segundo secretário da comitê nacional da UJC. Na década de 90 comandou o Partido Comunista Cubano (PCC) em Villa Clara e Holguín. Nos anos 2000 se destacou como dirigente nacional sendo nomeado ministro da educação superior em 2009, vice-presidente do Conselho de Ministro (órgão executivo do país) em 2012 e eleito vice-presidente do Conselho de Estado em 24 de fevereiro de 2013. 5 anos depois, em 19 de abril de 2018, é eleito presidente de Cuba para um mandato de 5 anos.
Perfil do presidente de Cuba
A Revolução continua e continuará!
Na sua primeira intervenção como presidente de Cuba, Díaz-Canel, começou com o reconhecimento da liderança do general-de-exército Raul Castro, que foi o candidato com o maior número de votos nestas eleições gerais vividas pelo país, bem como os Comandantes da Revolução, entre os de maior número de votos, "os quais estão nesta sala e isso nos dá a oportunidade de abraçar a história", disse.
Ele também se referiu às "tentativas escuras de nos destruir", por parte daqueles que não conseguiram destruir "o templo de nossa fé".
Com este período legislativo, enfatizou, acaba o processo eleitoral dos últimos meses que o povo realizou, consciente de sua importância histórica, termina. O povo elegeu seus representantes, com base em sua capacidade de representar as localidades, sem intermediar uma campanha, sem corrupção ou demagogia. Os cidadãos distinguiram estas pessoas humildes, trabalhadoras e modestas como seus representantes genuínos, os quais participarão da aprovação e implementação de políticas aprovadas.
Em sua opinião, "este processo contribuiu para a consolidação da unidade em Cuba".
Sobre as expectativas que as pessoas poderiam ter sobre este governo, ele enfatizou que o novo Conselho de Estado deve continuar "agindo, criando e trabalhando incansavelmente, em permanente vínculo com seu nobre povo".
Díaz-Canel também acrescentou que se alguém gostaria de ver Cuba em toda a sua composição, seria o suficiente ver nossa Assembleia Nacional, com todas as mulheres ocupando posições-chave no Estado e no governo. No entanto, ele advertiu, não importa o quanto nós nos parecemos com o país que somos, como o compromisso que assumimos com o presente e o futuro de Cuba. O Conselho de Estado e de Ministros têm a razão de estar no vínculo permanente com a população.
A bandeira da Revolução passa às mãos das novas gerações
Diaz-Canel observou como na sessão de encerramento do Congresso do Partido, o general-de-exército deixou claro que sua geração entregaria aos ‘novos pinheiros’ as bandeiras da Revolução e do socialismo que significa, entre muitas razões - que o mandato dado pelo povo a esta legislatura é crucial e devemos aperfeiçoar nosso trabalho em todas as áreas da vida da Nação.
"Eu assumo a responsabilidade com a convicção de que todos os revolucionários, a partir de qualquer trincheira, vamos ser fiéis a Fidel e Raúl, atual líder do processo revolucionário", disse o novo presidente de Cuba.
Em seguida, salientou que os homens e mulheres que forjaram a Revolução "nos dão as chaves de uma nova fraternidade que nos transforma em companheiras e companheiros". E destacou como outra conquista herdada, a unidade que se tornou invulnerável dentro do Partido Comunista, que não nasceu da fragmentação dos outros, mas daqueles que pretendiam alcançar um país melhor.
Por essa razão disse: "Raúl permanece à frente da vanguarda política. Ele ainda é o nosso primeiro secretário como a referência que é para a causa revolucionária, ensinando e sempre pronto para enfrentar o imperialismo, como o primeiro, com seu fuzil na hora do combate".
Do desempenho revolucionário e político do general-de-exército, Díaz-Canel destacou seu legado de resistência e na busca da melhoria da Nação. "À dor humana antepôs o senso de dever", disse, em referência à perda física do Comandante-em-chefe Fidel Castro em 25 de novembro de 2016.
Da mesma forma, acerca de Raúl destacou sua dimensão como homem de Estado, formando um consenso nacional e a maneira pela qual liderou o processo de implementação das Diretrizes. Também destacou como Raúl tornou realidade o retorno dos Cinco Heróis, assim anunciado por Fidel.
Raúl marcou com seu próprio espírito as relações internacionais: conduziu as relações diplomáticas com os EUA, liderou a presidência pro tempore da Celac, o processo de Cuba como garantia para a paz na Colômbia, e esteve presente em todos os diálogos regionais e hemisféricos, pondo em destaque as razões para a Nossa América. "Esse é o Raul que conhecemos", disse Díaz-Canel.
E pediu ao povo lembrar quando o general-de-exército, sendo muito jovem, participou da expedição do iate Granma, empreendeu a luta na Serra Maestra, foi promovido a comandante e desenvolveu experiências de governo que seriam aplicados no país depois do triunfo revolucionário.
Sobre o novo mandato
"Eu sei das preocupações e expectativas de um momento como este, mas eu sei da força e da sabedoria do povo, a liderança do Partido, as ideias de Fidel, a presença de Raúl e Machado, e sabendo o sentimento popular, reafirmou a esta Assembleia que o companheiro Raúl vai liderar as decisões para o presente e futuro da nação", disse Díaz-Canel.
Confirmou que a política externa cubana permanecerá inalterada. "Cuba não aceita condições. As mudanças necessárias continuarão a ser feitas pelo povo cubano", acrescentou.
Também exigiu o apoio de todos aqueles que ocupam responsabilidades administrativas em diferentes níveis da nação, mas, acima de tudo, do povo. "Teremos que exercitar uma direção cada vez mais coletiva. Fortalecer a participação das pessoas", resumiu.
"Não venho prometer nada, como a Revolução nunca fez em todos esses anos. Eu venho cumprir o programa que nos propomos com as Diretrizes do socialismo e da Revolução", sublinhou acerca dos seus principais objetivos de trabalho.
E quanto aos inimigos do processo revolucionário, disse: "Aqui não há espaço para uma transição que ignore ou destrua o trabalho da Revolução. Continuaremos em frente, sem medo e sem contratempos; sem renunciar à nossa soberania, independência, programas de desenvolvimento e independência".
"Para aqueles que por ignorância ou má-fé duvidam do nosso compromisso, devemos dizer que a Revolução continua e continuará", esclareceu, porque "o mundo recebeu a mensagem errada de que a Revolução termina com seus guerrilheiros".
Assista o primeiro discurso do novo presidente de Cuba:
Perfil do presidente de Cuba
A Revolução continua e continuará!
Na sua primeira intervenção como presidente de Cuba, Díaz-Canel, começou com o reconhecimento da liderança do general-de-exército Raul Castro, que foi o candidato com o maior número de votos nestas eleições gerais vividas pelo país, bem como os Comandantes da Revolução, entre os de maior número de votos, "os quais estão nesta sala e isso nos dá a oportunidade de abraçar a história", disse.
Ele também se referiu às "tentativas escuras de nos destruir", por parte daqueles que não conseguiram destruir "o templo de nossa fé".
Com este período legislativo, enfatizou, acaba o processo eleitoral dos últimos meses que o povo realizou, consciente de sua importância histórica, termina. O povo elegeu seus representantes, com base em sua capacidade de representar as localidades, sem intermediar uma campanha, sem corrupção ou demagogia. Os cidadãos distinguiram estas pessoas humildes, trabalhadoras e modestas como seus representantes genuínos, os quais participarão da aprovação e implementação de políticas aprovadas.
Em sua opinião, "este processo contribuiu para a consolidação da unidade em Cuba".
Sobre as expectativas que as pessoas poderiam ter sobre este governo, ele enfatizou que o novo Conselho de Estado deve continuar "agindo, criando e trabalhando incansavelmente, em permanente vínculo com seu nobre povo".
Díaz-Canel também acrescentou que se alguém gostaria de ver Cuba em toda a sua composição, seria o suficiente ver nossa Assembleia Nacional, com todas as mulheres ocupando posições-chave no Estado e no governo. No entanto, ele advertiu, não importa o quanto nós nos parecemos com o país que somos, como o compromisso que assumimos com o presente e o futuro de Cuba. O Conselho de Estado e de Ministros têm a razão de estar no vínculo permanente com a população.
Díaz-Canel ao lado de Raúl Castro | Foto: Irene Pérez/Cubadebate |
Diaz-Canel observou como na sessão de encerramento do Congresso do Partido, o general-de-exército deixou claro que sua geração entregaria aos ‘novos pinheiros’ as bandeiras da Revolução e do socialismo que significa, entre muitas razões - que o mandato dado pelo povo a esta legislatura é crucial e devemos aperfeiçoar nosso trabalho em todas as áreas da vida da Nação.
"Eu assumo a responsabilidade com a convicção de que todos os revolucionários, a partir de qualquer trincheira, vamos ser fiéis a Fidel e Raúl, atual líder do processo revolucionário", disse o novo presidente de Cuba.
Em seguida, salientou que os homens e mulheres que forjaram a Revolução "nos dão as chaves de uma nova fraternidade que nos transforma em companheiras e companheiros". E destacou como outra conquista herdada, a unidade que se tornou invulnerável dentro do Partido Comunista, que não nasceu da fragmentação dos outros, mas daqueles que pretendiam alcançar um país melhor.
Por essa razão disse: "Raúl permanece à frente da vanguarda política. Ele ainda é o nosso primeiro secretário como a referência que é para a causa revolucionária, ensinando e sempre pronto para enfrentar o imperialismo, como o primeiro, com seu fuzil na hora do combate".
Do desempenho revolucionário e político do general-de-exército, Díaz-Canel destacou seu legado de resistência e na busca da melhoria da Nação. "À dor humana antepôs o senso de dever", disse, em referência à perda física do Comandante-em-chefe Fidel Castro em 25 de novembro de 2016.
Da mesma forma, acerca de Raúl destacou sua dimensão como homem de Estado, formando um consenso nacional e a maneira pela qual liderou o processo de implementação das Diretrizes. Também destacou como Raúl tornou realidade o retorno dos Cinco Heróis, assim anunciado por Fidel.
Raúl marcou com seu próprio espírito as relações internacionais: conduziu as relações diplomáticas com os EUA, liderou a presidência pro tempore da Celac, o processo de Cuba como garantia para a paz na Colômbia, e esteve presente em todos os diálogos regionais e hemisféricos, pondo em destaque as razões para a Nossa América. "Esse é o Raul que conhecemos", disse Díaz-Canel.
E pediu ao povo lembrar quando o general-de-exército, sendo muito jovem, participou da expedição do iate Granma, empreendeu a luta na Serra Maestra, foi promovido a comandante e desenvolveu experiências de governo que seriam aplicados no país depois do triunfo revolucionário.
Diaz-Canel (ao centro), ex-presidente Raúl (à esquerda) e vice Valdéz (à direita) | Foto: Irene Pérez/Cubadebate |
"Eu sei das preocupações e expectativas de um momento como este, mas eu sei da força e da sabedoria do povo, a liderança do Partido, as ideias de Fidel, a presença de Raúl e Machado, e sabendo o sentimento popular, reafirmou a esta Assembleia que o companheiro Raúl vai liderar as decisões para o presente e futuro da nação", disse Díaz-Canel.
Confirmou que a política externa cubana permanecerá inalterada. "Cuba não aceita condições. As mudanças necessárias continuarão a ser feitas pelo povo cubano", acrescentou.
Também exigiu o apoio de todos aqueles que ocupam responsabilidades administrativas em diferentes níveis da nação, mas, acima de tudo, do povo. "Teremos que exercitar uma direção cada vez mais coletiva. Fortalecer a participação das pessoas", resumiu.
"Não venho prometer nada, como a Revolução nunca fez em todos esses anos. Eu venho cumprir o programa que nos propomos com as Diretrizes do socialismo e da Revolução", sublinhou acerca dos seus principais objetivos de trabalho.
E quanto aos inimigos do processo revolucionário, disse: "Aqui não há espaço para uma transição que ignore ou destrua o trabalho da Revolução. Continuaremos em frente, sem medo e sem contratempos; sem renunciar à nossa soberania, independência, programas de desenvolvimento e independência".
"Para aqueles que por ignorância ou má-fé duvidam do nosso compromisso, devemos dizer que a Revolução continua e continuará", esclareceu, porque "o mundo recebeu a mensagem errada de que a Revolução termina com seus guerrilheiros".
Assista o primeiro discurso do novo presidente de Cuba:
Novo governo cubano
Novo governo eleito no dia 19 abril | Infografia: Cubaahora |
Além de Díaz-Canel, foram eleitos outros 30 nomes (veja ao lado).
Para 1º vice-presidente o escolhido foi Salvador Valdés Mesa com 604 votos (100% do total).
Para as vice-presidências os eleitos foram: Ramiro Valdés Menéndez, 604 votos (100% do total); Roberto Tomás Morales Ojeda, 604 votos (100% do total); Gladys María Bejerano Portela, 604 votos (100% do total); Inés María Chapman, 604 votos (100% do total) e Beatriz Jhonson, 603 votos (99,83% do total).
Já para secretário do Conselho de Estado o escolhido foi Leopoldo Cintra Frías com 604 votos (100% do total).
Para os demais 23 altos cargos foram eleitos as deputadas e os deputados Teresa Amarelle Boué; Ulises Guilarte; Mirian Nicado García; Guillermo García Frías; Bruno Rodríguez; Martha del Camren Mesa Valenciana; Carlos Rafael Miranda Martínez; Susely Morfa González; Rafael Antonio Santiestebán; Miguel Ángel Barnet; Ileana Amparo Flores Morales; Raúl Alejandro Palmero Fernández; Jorge Amador Berlanga Acosta; Yipsy Moreno González; Elizabeth Peña; Yoerkys Sánchez Cuellar; Ivis Niuba Villa Milán; Barbara Alexis Terry; Reina Salermo Escalona; Rosalina Fournier Frómeta; Carlos Alberto Martínez Blanco e Felicia Martínez Suarez.
Com informações de Opera Mundi, Granma e Cuba Debate.
Leia mais:
🇨🇺🗳️O sistema político em #Cuba: uma democracia autêntica.— Solidários a Cuba (@blogsolidarios) 19 de fevereiro de 2018
Leia artigo da historiadora Anita Leocadia Prestes👉https://t.co/r5Jw0MSGNE
📸Raúl Castro votando em eleição cubana | Reuters pic.twitter.com/3bBPd5uOka
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