domingo, 18 de junho de 2017

Movimento brasileiro de solidariedade a Cuba lança Moção de repúdio contra medidas de Trump

Delegados da XXIII Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba - 17 de junho de 2017 - Belo Horizonte
Foto: Consulado de Cuba/Salvador
Por Sturt Silva

Na última sexta-feira (16), o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o cancelamento do acordo firmando, em dezembro de 2014, pelo presidente de Cuba, Raúl Castro, e pelo ex-presidente estadunidense, Barack Obama. Com um discurso típico da guerra fria, o atual mandatário estadunidense ainda reafirmou seu apoio pessoal ao bloqueio contra Cuba, política adotada desde década de 60 e que não foi alterada por Obama. Cuba reagiu às medidas de Trump dizendo que qualquer estratégia voltada para mudar o sistema político, econômico e social de Cuba estará condenada ao fracasso.

O movimento brasileiro de solidariedade a Cuba, que estava reunido em Belo Horizonte, aproveitou a oportunidade e lançou uma Moção de repúdio contra a nova política dos EUA em relação a Cuba.

Leia o documento na íntegra:

Moção de repúdio contra as medidas de Trump contra Cuba

Senhor Presidente Donald Trump.

Centenas de delegados da 23ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, reunidos na cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais/Brasil, militantes de entidades de Solidariedade a Cuba no Brasil, representando 17 Estados mais o Distrito Federal, vêm repudiar a explícita hipocrisia da decisão unilateral de vossa excelência, em romper cláusulas importantes previstas no acordo histórico para a aproximação entre Cuba e os Estados Unidos, firmado na administração do ex-presidente Barack Obama.

Desta forma Vossa Excelência desconsidera, ainda, a decisão soberana de 82% dos cidadãos estadunidenses favoráveis ao fim do criminoso bloqueio econômico, financeiro e comercial imposto a Cuba, e que traz perdas irreparáveis ao governo e ao povo cubanos, e que ao longo de 55 anos já causou perdas de mais de 125mil 873milhões de dólares a Ilha, perdas que obrigatoriamente deverão ser ressarcidas.

Para nós está claro que estas medidas são manipuladoras para retirar de Cuba o belo exemplo de um povo que resiste e luta para defender a sua soberania, e avançar nas conquistas de uma política de bem estar social para o país, e de prosseguir oferecendo ao mundo sua solidariedade. Senhor presidente, isto demonstra, também, a sua intenção de intervir no direito soberano de outros países para fortalecer o desejo da integração política, econômica, cultural e social com Cuba.

Presidente Trump, a pretensiosa proposta do governo estadunidense vem com o claro objetivo de intervir na autonomia de Cuba e do seu povo para tomar suas decisões, É uma decisão que ignora o princípio ético que deverá reger qualquer nação que se apresenta como democrática.

A ausência da ética nas decisões governamentais e o desrespeito ao referencial de um povo que lutou com altivez para conquistar a sua independência e soberania, poderá justiça que levaram milhares de cidadãos estadunidenses a defender o esforço mútuo ocorrido entre duas nações para estabelecer uma relação de paz.

Presidente Trump, o senhor ainda ignora e desrespeita a última votação histórica da 71ª Assembleia Geral da ONU, ocorrida em 2016, na qual 191 países, dos 193 membros da ONU, se posicionaram contra o bloqueio a Cuba, e pela primeira vez, com a abstenção de seu pais e de Israel.

Outro aspecto explícito e agressivo foi o de anunciar a sua medida em um estado reconhecido internacionalmente como um covil de financiamento e planejamento de ataques terroristas contra Cuba. Um território de abrigo a terroristas contra-revolucionários, que atentam, ainda, contra países progressistas, como a nossa querida irmã Venezuela.

Pelo descrito acima, e pelo seu governo manter em território cubano a Base Militar e centro de tortura de Guantánamo e desrespeitar o direito internacional que garante o direito à autonomia e autodeterminação dos povos, reiteramos o nosso incondicional apoio a Cuba e ao seu povo destemido e revolucionário.

Para tanto estamos dispostos ao enfrentamento e a intensificar a nossa solidariedade ao povo cubano. E mais irmanados com os movimentos internacionais buscaremos denunciar ao mundo a hipocrisia que rege o discurso imperialista que descaracteriza os princípios da democracia para invadir países, provocar guerras, assassinar inocentes e usurpar das riquezas dos povos.

Belo Horizonte, 17 de junho de 2017.

Um comentário:

  1. Pessoas irmäs Brigadistas... infelizmente näo pude estar presente. Assino junto de forma incondicional este Documento. Abraço solidário.

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