sábado, 13 de agosto de 2016

Fidel 90 anos: até a vitória, sempre!


Por Maria do Carmo Luiz Caldas Leite

Não há país com mais moral, nem mais capaz de defender suas verdades. Não há país mais transparente na sua conduta para enfrentar todas as tramoias, diabruras, conspirações, estupidez, arrogâncias e prepotências. Nada das propostas mencionadas contra Cuba nos mete medo, nem o mais mínimo. Não temos receio nem da notícia de que um meteoro vem direto a Terra. Há muito tempo o nosso povo aprendeu a não ter medo de nada e de ninguém. Aos sem pátria, nada lhes importa, a eles e aos que os apoiam. Subestimaram-nos ao julgar que com os truques e as guerras encobertas iriam nos desmoralizar. Subestimaram o nosso país quando julgaram que ao derrubar o campo socialista e desintegrar a URSS, derrubar-se-ia a Revolução Cubana. Mas aqui está um povo tenaz e valente (Fidel Castro)

O triunfo da Revolução Cubana em 1° de janeiro de 1959 engendrou uma das mais importantes transformações sociais da história, não apenas da  América Latina, mas também de todas as forças progressistas no mundo. Ao derrotar a ordem e as estruturas estabelecidas, Fidel Castro colocou em cheque não somente o poder da oligarquia batistiana e dos conglomerados latifundistas,  mas situou  os seres humanos no foco de um  novo projeto de sociedade: uma luz se abriu no sombrio cenário da guerra fria. Quando foram arriadas as bandeiras da URSS, pondo um ponto à história do chamado Campo Socialista, surgiu a “teoria” das circunstâncias. Segundo esta, a diligência soviética havia atuado como num tabuleiro; tocou-se a primeira peça e, em cadeia, todas as demais iriam caindo. Dentro dessa lógica, Cuba também deveria cair. Em meio ao alarido, Fidel advertiu: “não se esqueçam de que essa ficha, da qual vocês falam, está demasiado distante no geográfico e no histórico”.

Mas quem é Fidel Castro, aos 90 anos de idade? Em discurso pronunciado por ocasião do 60° aniversário de seu ingresso no curso de Direito, no dia 17 de novembro de 2005, Fidel Castro resumiu, melhor do que ninguém,  o dinamismo dos ciclos de sua existência, árdua tarefa que recai sobre todos os afortunados, que se acercam da longevidade com lucidez.  Rodrigo Díaz de Vivar, mais conhecido como El Cid Campeador, amarrado a seu cavalo, colocou em fuga os apavorados inimigos, mesmo depois de morto. Nesse homem, o líder da revolução cubana buscou a imagem perfeita para definir a sua própria trajetória de lutas, seu exemplo de resistência, determinação e garra, típicos dos vencedores. Irá guerrear e vencer batalhas até depois de morto.

O papel de Fidel na orientação do movimento revolucionário é definitivo, porque nenhum líder correu tantos riscos pessoais e nem se entregou, de forma tão concreta, à luta. Nas trilhas tortuosas de Sierra Maestra, muitas vezes sem víveres e armamentos, se forjou o homem que faz questão de ver todas as crianças  limpas, bem alimentadas e educadas. Com certeza, a história de Cuba e do mundo teria evoluído de forma distinta, se esse campeador fosse menos determinado. A cada indivíduo, a quem a vida brindou tal exemplo de valentia e perseverança, toca a responsabilidade de levar os seus ensinamentos às gerações do futuro. Aos cubanos, em particular, cabe muita reflexão sobre as significativas palavras desta epígrafe.

A todos nós, a quem a vida proporcionou condições para entender o legado de Fidel, apenas resta um sonho, que façamos por merecer tantas lições!

Maria do Carmo Luiz Caldas Leite é Professora universitária, membro da diretoria da Associação Cultural José Martí da Baixada Santista, militante do PCdoB.

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