sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Fidel Castro: mensagem ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro

Querido Nicolás,

Me uno à opinião unânime dos que te felicitaram por seu brilhante e valente discurso na noite de 6 de dezembro, quando se conheceu o veredito das urnas.

Na história do mundo, o mais alto nível de glória política que podia alcançar um revolucionário correspondeu ao ilustre combatente venezuelano e Libertador da América, Simón Bolívar, cujo nome não pertence mais somente a esse país irmão, mas a todos os povos da América Latina.

Outro oficial venezuelano de pura estirpe, Hugo Chávez, o compreendeu, admirou e lutou por suas ideias até o último minuto de sua vida. Desde pequeno, quando estava na escola primária, na pátria onde os herdeiros pobres de Bolívar tinham também que trabalhar para ajudar o sustento familiar, desenvolveu o espírito em que se forjou o Libertador da América.

As milhões de crianças e jovens que hoje frequentam a maior e mais moderna rede de escolas públicas no mundo são os da Venezuela. O mesmo pode se dizer de sua rede de centros de assisência médica e atenção à saúde de um povo valente, mas empobrecido graças a séculos de saque por parte da metrópole espanhola, e mais tarde pelas grandes transnacionais que extraíram de suas entranhas, durante mais de cem anos, o melhor da imensa reserva de petróleo com que a natureza dotou esse país.

A história também deve lembrar constantemente que os trabalhadores existem e são os que fazem possível o usufruto dos alimentos mais nutritivos, as medicinas, a educação, a segurança, a moradia e a solidariedade do mundo. Podem também, se desejarem, perguntar à oligarquia: sabem de tudo isso?

Os revolucionários cubanos – a poucas milhas dos Estados Unidos, que sempre sonharam em se apoderar de Cuba para convertê-la em uma mistura de cassino com prostíbulo, como modo de vida para os filhos de José Martí – não renunciarão jamais a sua plena independência e ao respeito total de sua dignidade. Estou seguro de que só com a paz para todos os povos da Terra e o direito a converter em propriedade comum os recursos naturais do planeta, assim como as ciências e tecnologias criadas pelo ser humano para benefício de todos os seus habitantes, se poderá preservar a vida humana na Terra. Se a humanidade segue seu caminho pelas trilhas da exploração e continua o saque de seus recursos pelas transnacionais e os bancos imperialistas, os representantes dos Estados que se reuniram em Paris tirarão as conclusões pertinentes.

A segurança não existe hoje mais para ninguém. São nove os Estados que contam com armas nucleares, um deles, os Estados Unidos, lançou duas bombas que mataram centenas de milhares de pessoas em apenas três dias, e causaram danos físicos e psíquicos a milhões de pessoas indefesas.

A República Popular da China e a Rússia conhecem muito melhor que os Estados Unidos os problemas do mundo, porque tiveram que suportar as terríveis guerras que lhes impôs o egoísmo cego do fascismo. Não tenho dúvidas que por sua tradição histórica e sua própria experiência revolucionária farão o máximo esforço para evitar uma guerra e contribuir com o desenvolvimento pacífico da Venezuela, América Latina, Ásia e África.

Fraternamente,

Fidel Castro Ruz

10 de Dezembro de 2015.

Fonte: Granma.

Tradução: Diário Liberdade.

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