Por Maurício Tomasoni, da ACJM-SC
Em 13 dede agosto de 1926, nascia Fidel Castro Ruz, eterno comandante-em-chefe da revolução cubana de 1959. Comemora-se, em todo o território nacional da maior das Antilhas, o 89º aniversário do nascimento deste que foi e é, com certeza, uma das maiores personalidades dos séculos XX e XXI, uma das maiores lideranças mais estreitamente ligada aos interesses do povo cubano e dos povos do chamado terceiro mundo, comprometido com os idéias de libertação nacional e da libertação do povos do jugo imperialista. Personalidade de incrível coerência política e moral, e, fervor revolucionário. Um exemplo de revolucionário internacionalista. Cuba foi e continua sendo um berço onde se cultiva o internacionalismo proletário. Inúmeros exemplos de missões internacionalistas podem ser elencadas: guerra de Angola contra a invasão do apartheid sul-africano, apoio político e militar aos processos revolucionários na América Latina, etc.
Nunca talvez, alguém tenha sido tão vilipendiado pela mídia nativa brasileira ou estrangeira, quanto Fidel. Creio que nunca se viram tantas manchetes das agências de notícias dando conta de sua morte por envenenamento, por causas naturais ou por determinado tipo de doença. Eles, os vermes da informação, “mataram e ressuscitaram” Fidel em suas páginas impressas ou na tela de suas TVs, centenas de vezes.
Desde 1959, nossa mídia lacaia taxa Fidel de ditador e ainda continua, mesmo ele não estando mais no governo. Mesmo ele sendo eleito num processo democrático participativo muito superior a qualquer processo num estado burguês. Mesmo ele tendo se retirado dos deveres de chefe de estado em fevereiro de 2008. Ele já havia pedido anteriormente para sair desta responsabilidade, mas o povo cubano insistiu e ele continuou. As debilidades físicas advindas dos anos que se vive já não permitem que se consiga realizar as tarefas que realizava e Fidel decidiu por pedir ao Partido que aceitasse o seu pedido.
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Fidel continua a contribuir com o processo revolucionário, mas de acordo com as condições que tem. Continua escrevendo, recebendo visitas, mesmo de chefes de estado que tem um reconhecimento pelo valor histórico deste personagem. Que abnegação, que espírito de luta. Não é tarefa fácil enfrentar a maior potência militar do planeta. Não é fácil sobreviver ao sufocamento do bloqueio econômico mais perverso de todos os tempos. Não é tarefa fácil conduzir uma revolução, mas Fidel conduziu e acreditamos que as direções, tanto a atual como as vindouras darão continuidade a este processo, com todos os percalços, erros, acertos, equívocos.
A ideia aqui é prestar uma homenagem a Fidel, não a de discutir acerca do passado e do futuro da revolução cubana. Não temos a pretensão ou a arrogância de querer determinar o que os cubanos devem ou não fazer. Partimos do princípio que o imperialismo é nosso inimigo. Mas creio que algumas linhas precisam ser ditas:
- cada revolução é um processo muito particular;
- Cuba não voltou ao capitalismo, pois os setores fundamentais da economia continuam sendo estatais;
- reformas, Cuba vem fazendo desde o triunfo de 1959. Todas as reformas em alguma medida geraram conseqüências nem sempre agradáveis. Um exemplo é o turismo, que traz no seu DNA a prostituição e o tráfico de drogas. Os cubanos sabiam destas conseqüências. Trataram de buscar controlá-las e de maneira geral conseguiram;
- as reformas recentes, frise-se, discutidas com ampla participação popular, podem ter conseqüências que ainda não podemos vislumbrar. Acreditamos que devem ser medidas necessárias, pois ao largo de 56 de revolução, Cuba demonstrou ao seu povo e ao mundo uma tenaz busca pela liberdade, soberania, autodeterminação e justiça social;
- a revolução cubana desde os primórdios teve com uma de suas diretivas o processo de crítica e autocrítica chamado de retificação de erros. Isso permitiu que se depurasse práticas equivocadas e se aprimorassem processos políticos e econômicos;
- temos confiança no Governo e no Partido Cubano;
- as posturas de Cuba a nível internacional primam pelo respeito à soberania dos povos, pelo combate às agressões imperialistas. São posições irretocáveis do ponto de vista daqueles que comungam com os mesmos ideais que nós abraçamos.
Temos que agradecer a Fidel pelos seus ensinamentos, tal como Ernesto Che Guevara o fez em sua carta de despedida, quando foi lutar na Bolívia. Em particular ressalte-se a sua grandeza de espírito e coragem, genialidade nas batalhas militares e nas batalhas políticas, dentro e fora de Cuba.
A mídia subserviente diz o que quer, mas eles não podem dizer que há um ginásio de esportes, uma praça, uma ruela, uma servidão em qualquer parte de Cuba que tenha o nome de Fidel. Mas encontraremos em Cuba muitas homenagens e o reconhecimento aos mártires, heróis e construtores da Revolução Cubana, como José Marti e Antônio Maceo. Esta característica é muito particular do povo cubano que reconhece e homenageia àqueles que deram sua vida pela independência e pela justiça social. Encontraremos, também em Cuba homenagens a contemporâneos de Fidel, como Frank Paiz, Che, Camilo Cienfuegos, entre tantos outros.
Fidel nunca fez o culto de si próprio. Nunca colocou em si mesmo a auréola de herói. Por certo que o povo cubano reconhece seus feitos, e, por certo, futuramente seu nome estará grafado em portadas de estádios, ginásios, escolas, ,portos, fábricas. Esperamos que este dia demore bastante, para que tenhamos ele fisicamente a nos encher de ânimo pelo seu exemplo, por suas palavras.
Parabéns, Fidel, a Revolução Cubana, o Povo Cubano, e o Partido Comunista de Cuba.
Quero lembrar que a mesma mídia "brasileira" chama de "ex-presidentes"... Costa e Silva e Médici
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