Do Granma / Tradução: Eduardo Vasco
Os recebi no sábado, 28 de fevereiro, 73 dias após pisarem em terras cubanas. Três deles haviam consumido 16 longos anos de sua mais plena juventude respirando o ar úmido, malcheiroso e repugnante dos porões de uma prisão ianque, após serem condenados por juízes venais. Outros dois, que também tentavam impedir os planos criminosos do império contra sua pátria, foram condenados também a vários anos de prisão brutal.
Os próprios organismos de investigação, completamente alheios do mais elementar sentido de justiça, participaram na caçada desumana.
A inteligência cubana não precisava de modo algum seguir os movimentos de uma só equipe militar dos Estados Unidos, porque esta podia observar desde o espaço tudo o que se movia sobre nosso planeta através da Base de Exploração Radioeletrônica "Lourdes", ao sul da capital de Cuba. Este centro era capaz de detectar qualquer objeto que se movesse a milhares de milhas do nosso país.
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Os Cinco Heróis antiterroristas, que nunca causaram dano algum aos Estados Unidos, tentavam prevenir e impedir os atos terroristas contra nosso povo, organizados pelos órgãos de inteligência norte-americanos que a opinião mundial conhece amplamente.
Nenhum dos Cinco Heróis realizou suas tarefas em busca de aplausos, prêmio ou glória. Receberam seus honrosos títulos porque não os buscaram. Eles, suas esposas, seus pais, seus filhos, seus irmãos, e seus concidadãos, temos o legítimo direito de nos sentir orgulhosos.
Em julho de 1953, quando atacamos o Moncada, eu tinha 26 anos e muito menos experiência do que a que eles demonstraram. Se estavam nos Estados Unidos, não era para causar dano a este país, ou se vingar por crimes que ali se organizavam e abasteciam de explosivos contra nosso país. Tentar impedi-los era absolutamente legítimo.
O principal a fazer após sua chegada era cumprimentar os familiares, amigos e o povo, sem esquecer um minuto sequer da saúde e o rigoroso exame médico.
Ontem fui feliz durante horas. Escutei relatos maravilhosos de heroísmo do grupo liderado por Gerardo e seguido por todos, inclusive o pintor e poeta, a quem conheci enquanto construía uma de suas obras do aeródromo de Santiago de Cuba. E as esposas? E os filhos e filhas? As irmãs e mães? Não os vão receber? Porque também é preciso celebrar a volta e a alegria com a família!
Ontem, de imediato, queria conversar com os Cinco Heróis. Durante cinco horas esse foi o tema. Disponho desde ontem, felizmente, do tempo suficiente para pedir que invistam uma parte de seu imenso prestígio em algo que será sumamente útil a nosso povo.
01/03/15
Fidel Castro.
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