sábado, 16 de agosto de 2014

Palestinos vão às ruas para agradecer solidariedade dos latino-americanos

No ato, bandeira do Cone Sul dividiram espaço com as imagens dos presidentes da região e de líderes políticos como Yasser Arafat, Mandela, Fidel Castro e Che Guevara

Manifestantes carregam fotos de Fidel Castro e Che Guevara

Por Théa Rodrigues no Vermelho

Muitos governos latino-americanos se pronunciaram contra a atual ofensiva na Faixa de Gaza e condenaram o uso desproporcional da força por parte do governo de Israel. Em agradecimento à solidariedade com os palestinos, milhares foram às ruas em Ramallah, capital administrativa da Cisjordânia, na última segunda-feira (11). 

O evento contou com a presença dos embaixadores latino-americanos na Palestina, além de dirigentes políticos do Fatah, que organizaram a homenagem. Diante do público que gritava “viva a América Latina”, Nabil Saath, membro do comitê central do Fatah, recordou as figuras históricas da esquerda latino-americana, “que sempre se levantaram pelos oprimidos”.

Diante de aproximadamente 2 mil pessoas, Saath afirmou que a "América Latina não se levanta pelos interesses econômicos, nem pela agenda pautada pela União Europeia ou pela ONU, mas sim por sua convicção e carinho aos valores de liberdade e justiça”.

Desde que se iniciou, no dia 8 de julho, a operação israelense na Faixa de Gaza já deixou mais de 1,9 mil palestinos mortos. Diante disso, Bolívia, Peru, Chile, El Salvador e Equador decidiram prontamente retirar seus embaixadores de Israel como sinal de protesto.

“Houve grandes manifestações na maioria das capitais do mundo, mas na América Latina além dos protestos, os governos mantiveram uma postura firme contra a ocupação e chamaram seus embaixadores para consultas”, disse Mohamed Odeh, presidente do Comitê para a América Latina do Comissariado Geral de Relações Internacionais do Fatah, ao Portal Vermelho, justificando a iniciativa em Ramallah.

No ato, o representante argentino na Palestina, Edward Lionel, disse que seu país "sempre apoiou a causa do povo palestino, que tem o direito de viver em paz com seus vizinhos sob as fronteiras de 1967, assim como Israel em relação à sua segurança". Não faz muito tempo, a diplomacia da Argentina emitiu uma nota lamentando a decisão israelense de lançar uma ofensiva terrestre em Gaza.

Por sua vez, o embaixador do Chile na Palestina, Francisco J. Bernales, disse que seu país “manteve uma posição firme em relação ao povo palestino e suas pretensões”.

Uma das ações destacadas pelos representantes da Autoridade Palestina, presentes no evento em Ramallah, foi a decisão do presidente boliviano, Evo Morales, de exigir vistos de entradas aos cidadãos israelenses, ao considerar esse país como um "Estado terrorista" por seus ataques em Gaza.

Em 2009, o governo Morales rompeu relações diplomáticas com Israel em solidariedade com a Palestina, argumento que o governo israelense cometeu "crimes contra a humanidade" em Gaza nesse período.

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